CUIDADO RESPONSIVO NA PRIMEIRA INFÂNCIA: ESTUDO COM CRIANCAS ATENDIDAS NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
desenvolvimento infantil; vinculo familiar; vulnerabilidade social.
A primeira infância (PI) é uma fase crucial para o desenvolvimento de habilidades
cognitivas, emocionais e sociais que impactam a vida adulta, abrange o nascimento aos seis
anos de idade. Durante essa etapa, o desenvolvimento físico e afetivo ocorre intensamente,
exigindo cuidados específicos que promovam um ambiente adequado para o crescimento
saudável das crianças. Esses cuidados incluem práticas que envolvem desde estímulos para
aprendizado até o estabelecimento de um vínculo seguro com os cuidadores, pois afetam a
imunidade e o bem-estar emocional da criança. O cuidado responsivo, que se refere à
capacidade dos cuidadores em perceber e responder de maneira adequada aos sinais da criança,
é essencial para o desenvolvimento infantil (DI). Essa abordagem proporciona resultados
positivos, como comportamentos sociais e cognitivos saudáveis, ao passo que reduz atrasos no
desenvolvimento e problemas emocionais. Quando negligenciados, esses cuidados podem
resultar em problemas como insegurança e estresse para a criança. Assim, o cuidado responsivo
é visto como uma prática fundamental para garantir o desenvolvimento integral infantil,
especialmente em contextos vulneráveis. Globalmente, estudos destacam que uma proporção
significativa de crianças em países de baixa e média renda não alcançam seu potencial máximo
de desenvolvimento devido à falta de cuidados responsivos e ambientes de estímulo adequados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros organismos internacionais reforçam a
importância do Nurturing Care Framework (NCF), que estabelece orientações e intervenções
para promover o DI. No Brasil, políticas públicas como o Sistema Único de Saúde (SUS) e
programas de apoio à família atuam para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a
cuidados essenciais durante essa fase. Diante do exposto, o objetivo do atual trabalho foi avaliar
os cuidados responsivos de crianças de 0 a 3 anos que receberam atendimento na Atenção
Primaria à Saúde (APS) do município de Lavras (MG). Nesse estudo, foram registrados dados
de 324 crianças. A pesquisa revelou que fatores sociodemográficos, como idade e escolaridade
dos cuidadores, influenciam o recebimento dos cuidados na PI. Por meio de análises com o
software Stata, identificou-se uma maior proporção de cuidados responsivos em famílias com
maior escolaridade e sem risco de insegurança alimentar. A análise detalhada contribui para a
reformulação de políticas públicas mais eficazes que promovam o desenvolvimento saudável
das crianças, especialmente em cenários de vulnerabilidade.