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Banca de DEFESA: LARA RAFAEL LAGE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LARA RAFAEL LAGE
DATA: 02/06/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

As condições de produção das fake news em interface ao discurso do medo


PALAVRAS-CHAVES:

Análise do Discurso. Discurso do Medo. Fake News. Pós-verdade.


PÁGINAS: 93
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

Pretende-se, neste trabalho, estudar a relação interdiscursiva das fake news e o discurso do medo como estratégia linguístico-discursiva de manipulação da informação. As fake news são práticas comuns desde o surgimento das mídias. O ato de mentir e enganar sempre existiu, sendo utilizado como ferramenta política mesmo antes da invenção dos jornais impressos, quando a informação e a comunicação eram transmitidas de forma oral. Contudo, esse fenômeno foi intensificado com o advento da internet e das redes sociais, as quais permitem uma propagação rápida e massiva de informações que se misturam entre verdadeiras e falsas. Apesar de a tradução do termo ser notícias falsas, as fake news não se limitam ao que é verdadeiro ou falso, nem mesmo ao que são notícias, mas tratam-se de discursos que se apresentam de forma convincente e sofisticada para manipular, convencer e modificar as opiniões dos sujeitos. Além do mais, as fake news estão articuladas à era pós-verdade (Bucci, 2019), cenário em que as emoções e crenças pessoais tem mais impacto do que fatos objetivos, o que reforça narrativas orientadas por convicções individuais independente de sua veracidade, sendo validadas não pela precisão factual, mas pelo apelo emocional e sua aceitação dentro de determinados grupos sociais. Portanto, nosso interesse de pesquisa surge da preocupação com os efeitos de sentido que esses discursos fraudulentos podem provocar, a propósito, a desinformação compromete o debate público, enfraquece a democracia, desorganiza a esfera da informação e interfere diretamente na formulação de políticas públicas. Diante disso, mobilizamos a Análise do Discurso, com ênfase nas contribuições de Maingueneau (2007; 2013), cujas reflexões oferecem subsídios teóricos este trabalho. A articulação com os pressupostos de Bucci (2019) viabiliza situar as fake news no cenário atual da pós-verdade, em que a razão cede espaço ao afeto como critério de validação discursiva. A pesquisa também se apoia nos estudos das Condições de Produção do Discurso, com base nas formulações de Courtine (2016) e Orlandi (2001), que permitem apreender o funcionamento das fake news em um cenário sócio-histórico dos enunciados. Esse percurso nos levou a identificar uma interdiscursividade com o discurso do medo, conforme discutido por Bauman (2008) e Freud (2010), na medida em que esse discurso atua como elemento central na construção da persuasão e da mobilização afetiva dos sujeitos. Para constituir o corpus, operamos oito recortes de fake news previamente checadas pelas agências de verificação Lupa e Aos Fatos. Os recortes foram organizados a partir de quatro temas centrais: direitos humanos, educação, saúde e segurança, escolhidos devido à frequência com que aparecem nas plataformas de checagem e à relevância que possuem na sociedade, sendo tópicos sensíveis e, portanto, com alto potencial de mobilização emocional. Selecionamos duas fake news de cada agência e, de cada uma delas, dois fragmentos, totalizando oito recortes para desenvolver a análise deste trabalho. Desse modo, tivemos a Lupa e a Aos Fatos como porta de acesso às fake news. Esta pesquisa apontou que as fake news, articuladas ao discurso do medo, são utilizadas como instrumentos de manipulação política, estratégias de dominação e controle. Esses discursos, sustentados por crenças pessoais e alimentados pelo medo em relação à integridade física, à vulnerabilidade, à insegurança e à morte, inserem-se no imaginário social com aparência de veracidade, mesmo sem base objetiva, sendo capazes de moldar a percepção coletiva e influenciar comportamentos. Dessa forma, compreendê-las a partir da Análise do Discurso permite não apenas desvendar seus mecanismos de funcionamento, mas também refletir sobre os impactos que produzem na constituição dos sujeitos e no tecido social.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - LOSANA HADA DE OLIVEIRA PRADO - FMU (Suplente)
Presidente - LUCIANA SOARES DA SILVA (Membro)
Interno - MARCIA FONSECA DE AMORIM (Suplente)
Interno - MARCIO ROGERIO DE OLIVEIRA CANO (Membro)
Externo à Instituição - MARIA EUGENIA BATISTA - UNIFESP (Membro)
Notícia cadastrada em: 19/05/2025 11:39
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