Notícias

Banca de DEFESA: MARCOS ROBERTO DE PAULA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCOS ROBERTO DE PAULA
DATA: 27/09/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual
TÍTULO:

“E EU TENHO MEDO DE POBRE!!”: A MANIFESTAÇÃO DISCURSIVA DO SUJEITO RACISTA-APOROFÓBICO.


PALAVRAS-CHAVES:

Sujeito. Condições de Produção. Imaginários. Pobreza. Racismo. Aporofobia. 


PÁGINAS: 102
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Teoria e Análise Lingüística
RESUMO:

Esta pesquisa analisa a constituição do sujeito racista-aporofóbico, bem como os efeitos de sentidos produzidos pela articulação discursiva que manifesta tal sujeito. O trabalho insere-se no âmbito epistemológico da Análise do Discurso (AD) e nos estudos do Grupo de Pesquisa de Leitura e Produção do Discurso (GPLPD-UFLA). A partir de estudos sobre a aversão às pessoas pobres, notou-se que a aporofobia e o racismo se relacionam no Brasil. Tendo em vista que, boa parte da população negra brasileira é afetada pelo empobrecimento. Com isso, nesta investigação científica, destacaram-se fatores sócio-históricos, ideológicos e discursivos a respeito da pobreza, do racismo e do pacto da branquitude. Para o desenvolvimento da pesquisa buscou-se no pensamento de Cortina (2020) a concepção de aversão às pessoas pobres, a aporofobia. Recorreu-se também aos estudiosos que estruturaram a AD, como é o caso de Pêcheux (2014), Orlandi (2008; 2020), Courtine (2014) e demais pesquisadoras(es). Além disso, recorreu-se ao conhecimento elaborado pela História, pela Sociologia e pela Psicologia Social para saber o que é pobreza, como ela se forma no Brasil, principalmente, pela relação com os processos de colonização e de escravização, e como o racismo estrutural e o pacto da branquitude impactam na construção do lugar de branco-enriquecido e do lugar de negro-empobrecido. O material que compõe o corpus consiste em dois discursos que foram recortados de duas gravações, que se tornaram notícias. O primeiro recorte discursivo foi retirado do vídeo publicado em 27 de dezembro de 2023, o qual apresenta uma mulher branca, num shopping center de Ipatinga-MG, agredindo verbalmente uma mulher negra, que estava trabalhando na função de serviços gerais. Já o segundo discurso, noticiado em 12 de julho de 2014, apresenta cenas de outra mulher branca, também num shopping center no Rio de Janeiro, proferindo palavras odiosas a outra mulher negra. Assim, partindo dos princípios e procedimentos da AD, optou-se pelas categorias de condições de produção, de imaginários e de sujeito para alcançar o objetivo proposto. Na análise, foi possível resgatar pelo corpus os fatores sócio-históricos e ideológicos presentes nos imaginários, nas CP e no sujeito. Tais elementos discursivos evocam, por exemplo, componentes do processo de urbanização e de modernização de São Paulo, como também da instituição dos Campos de Concentração no Ceará. Logo, constatou-se que o corpus analisado está imiscuído de fatores racistas e aporofóbicos. Ao final, entendeu-se que o sujeito racista-aporofóbico, para manter-se na posição de mando elitizado, descaracteriza a humanidade da pessoa negra-empobrecida impondo-lhe traços sócio-históricos e discursivos que a desumanizam.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JARBAS VARGAS NASCIMENTO - PUC - SP (Membro)
Interno - LUCIANA SOARES DA SILVA (Membro)
Externo ao Programa - THAIS MAIRA MACHADO DE SA - DEL/FAELCH (Suplente)
Externo à Instituição - ROSÂNGELA APARECIDA RIBEIRO CARREIRA - UFG (Suplente)
Presidente - MARCIO ROGERIO DE OLIVEIRA CANO (Membro)
Notícia cadastrada em: 13/09/2024 11:45
SIGAA | DGTI - Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação - Contatos (abre nova janela): https://ufla.br/contato | © UFLA | appserver1.srv1inst1 30/12/2024 13:49