Da experiência de satisfação à inscrição no Simbólico: O conceito de desejo entre Sigmund Freud e Jacques Lacan
desejo, falta, inconsciente, linguagem.
A pesquisa tem como objetivo compreender por que a noção de desejo em Lacan exige uma nova conceituação e identificar os fundamentos que sustentam a necessidade dessa reformulação. Partindo da centralidade da linguagem, o estudo concentra-se no desenvolvimento que Lacan aporta ao conceito de inconsciente, abordando os três registros da experiência propostos pelo psicanalista – Imaginário, Simbólico e Real – e a distinção entre necessidade, demanda e desejo, sendo este último estruturado como um efeito da falta simbólica. Ao enfatizar a impossibilidade de realização do desejo, a pesquisa busca evidenciar como Lacan avança em sua abordagem do conceito de desejo a partir da ideia de hiato estrutural na linguagem. No primeiro capítulo, analisa-se a definição freudiana de desejo, destacando sua relação com a experiência de satisfação e a dinâmica do inconsciente na primeira teoria do aparelho psíquico. O segundo capítulo apresenta a construção do conceito de desejo em Lacan, enfatizando a importância da linguagem e a diferenciação entre necessidade, demanda e desejo. Já o terceiro capítulo aprofunda a distinção entre o inconsciente freudiano e o lacaniano, abordando a castração simbólica, a função paterna e os conceitos de das Ding e objeto a, fundamentais para compreender o movimento contínuo do desejo na relação com a fantasia.