A CRISE DO CONHECIMENTO NAS CONFISSÕES DE AGOSTINHO
Agostinho, Confissões, Conhecimento, Vontade, Razão.
Esta pesquisa propõe investigar o cerne da ideia de crise do conhecimento, partindo do pressuposto de que Agostinho tenta alcançar o conhecimento através da razão e da fé e, com isso, espera obter o conhecimento de si, dos outros e das coisas existentes, conforme o espírito da sua época. A questão é se Agostinho consegue obter essas respostas, ou seja, pode o homem conhecer e se comunicar com a Verdade, conforme a narrativa das Confissões? Para isso, a leitura dessa obra permite a interpretação de que essas crises, objeto de interpretação, são, em síntese, uma crise de conhecimento, pois o drama de Agostinho acaba sendo um dilema que atravessou toda a história do pensamento ocidental que é a questão da capacidade humana de poder conhecer a realidade, através de Deus, conforme o prólogo das Confissões. Assim, pode ser notado nas Confissões um relato sobre o percurso da alma até o encontro com Deus, correspondendo ao ideal filosófico articulado na filosofia de Cícero e das Sagradas Escrituras. Por isso, para superar essa crise de conhecimento, Agostinho precisava rememorar sua vida, examinando as ações que julgou importantes registrar na sua autobiografia e confessá-las a Deus e a quem as lesse. Logo, essa dissertação possui o propósito de estudar como Agostinho enfrentou essa crise de conhecimento, sendo necessário para a concretude desse objetivo o recorte de alguns livros das Confissões que permite essa interpretação com maior clareza. Por isso, essa dissertação contém três capítulos, seguidos pelas considerações finais.