Banca de DEFESA: DÉBORA REIS DE CARVALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DÉBORA REIS DE CARVALHO
DATA: 31/01/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Anfiteatro do Setor de Ecologia – UFLA - DBI 13
TÍTULO:

EFFECTS OF AQUATIC POLLUTION UNDER TROPHIC ASPECTS OF FISH FAUNA: AN APPROACH USING CARBON (δ13C) AND NITROGEN (δ15N) STABLE ISOTOPES

PALAVRAS-CHAVES:

Teia trófica. Bioindicadores. Espécies exóticas. Esgoto.

PÁGINAS: 139
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
SUBÁREA: Ecologia Aplicada
RESUMO:

A transferência da capital de Minas Gerais para Belo Horizonte em 1898, teve como consequência a
expansão de um polo de urbanização e industrialização nas margens do Rio das Velhas, o maior afluente em extensão da Bacia do São Francisco. Com isso, a região que antes era conhecida por sua abundância de peixes, nos dias atuais se encontra em adiantado processo de degradação. O principal objetivo deste estudo foi utilizar os isótopos estáveis de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N) para avaliar se as diversas atividades antrópicas presentes na bacia do Rio das Velhas (em especial a poluição urbana) afetam a estrutura trófica das comunidades de peixes. Além disso, objetivou-se também avaliar se a composição isotópica dos peixes e de outros organismos aquáticos são bons indicadores de presença e intensidade de poluição aquática. Nos quatro capítulos que constituem esse estudo, foram avaliados os impactos da poluição desde nível específico até à nível de comunidade. No primeiro capítulo, observou-se que a poluição afeta o comportamento alimentar de uma espécie exótica (Poecilia reticulata) e de uma espécie endêmica (Phalloceros uai) de forma similar, entretanto a espécie exótica se alimenta diretamente do esgoto (além de ser encontrada em grande abundância em locais poluídos), o que pode favorecer o estabelecimento dessa espécie em locais muito poluídos. No segundo capítulo, observou-se que a assinatura de nitrogênio (δ15N) do perifíton e dos cascudos (consumidores de perifíton) varia temporalmente e espacialmente em toda bacia em resposta a variação nas concentrações de nitrato e amônia. E, portanto, ambos podem ser utilizados como bioindicadores de poluição. Entretanto, o perifíton é mais sensível a mudanças nas concentrações de nitrato e amônia entre estações do que os peixes. No terceiro capítulo, observou-se que a poluição promove alterações nos nichos tróficos das comunidades de peixes de diferentes pontos da bacia. Em pontos poluídos, observou-se uma grande variação no eixo do δ15N, o que provavelmente ocorre devido a elevada concentração de nitrogênio (especialmente nitrato) proveniente de atividades antrópicas. Nestes pontos, também houve um maior
enriquecimento de δ15N nos peixes detritívoros, o que não é esperado para peixes que se alimentam na base da teia trófica. No quarto e último capítulo, observou-se que os recursos autotróficos (algas, macrófitas e perifíton) são as principais fontes de carbono para os peixes do Rio das Velhas. Entretanto, nos pontos imediatamente após a Região Metropolitana de Belo Horizonte, o esgoto é uma fonte alimentar importante para peixes de todas as guildas alimentares. Métricas indicadoras de diversidade trófica também foram afetadas pela poluição. Apesar de haver uma redução no número de espécies nos locais mais poluídos, houve um aumento na diversidade trófica, e uma menor redundância nos itens consumidos pelos peixes. Concluímos que os isótopos estáveis constituem uma importante ferramenta na avaliação dos efeitos da poluição sobre as comunidades aquáticas. Além disso, os peixes, que alteram seu comportamento trófico em resposta a poluição, se mostraram bons indicadores de qualidade da água, podendo ser utilizados em programas de monitoramento ambiental não só do Rio das Velhas, mas em outras bacias hidrográficas.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - PAULO DOS SANTOS POMPEU (Membro)
Interno - MARCELO PASSAMANI (Membro)
Interno - EDUARDO VAN DEN BERG (Suplente)
Interno - ALESSANDRA ANGELICA DE PADUA BUENO (Membro)
Externo à Instituição - DIEGO MARCEL PARREIRA DE CASTRO - UFMG (Membro)
Externo à Instituição - NELSON HENRIQUE DE ALMEIDA CURI - UNILAVRAS (Membro)
Externo à Instituição - THAIS GIOVANNINI PELLEGRINI - UFLA (Suplente)