Banca de DEFESA: ALEXANDRE PERESSIN

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE PERESSIN
DATA: 15/07/2022
HORA: 13:00
LOCAL: Anfiteatro do Departamento de Ecologia
TÍTULO:

"Migração parcial de peixes em um trecho de rio livre: avaliação da telemetria como método de estudo, gatilhos para migração, fidelidade aos sítios essenciais, comparação de traits entre espécies do mesmo gênero e conservação"

PALAVRAS-CHAVES:

Biotelemetria, Rio São Francisco, neotropical, reprodução intermitente, gatilhos migração, Prochilodus argenteus, Prochilodus costatus, Prochilodus lineatus

PÁGINAS: 93
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
SUBÁREA: Ecologia Aplicada
RESUMO:

Migrações animais são um fenômeno ecológico admirável, mas a migração parcial, frequente em
peixes de água doce, tem seus mecanismos e detalhes particularmente pouco conhecidos. Tal fato é
preocupante quando observado que peixes migradores são os mais relevantes para pesca e alimentação em todo o mundo. Simultaneamente, as medidas de conservação mais populares no mundo têm se mostrado ineficazes e tais espécies são também as mais ameaçadas. O aprofundamento do conhecimento da migração parcial demanda técnicas caras, como a telemetria, que embora forneça dados com grande precisão, é invasiva e não tem seus efeitos conhecidos em espécies neotropicais. Assim, a partir de 60 exemplares de Prochilodus lineatus criados em cativeiro e divididos em três tratamentos (controle, cirurgia sem marcação e marcação) evidenciou-se que a mortalidade (25%) e rejeição (20%) são significativas, mas que, após recuperação, a capacidade reprodutiva das fêmeas é semelhante àquelas não marcadas. Em seguida, duas espécies de Prochilodus, gênero cujos representantes chegam a representar mais da metade da biomassa dos rios sul americanos e são amplamente utilizadas como modelos de estudos de migração, foram estudadas com radiotransmissores em ambiente natural. Vinte e cinco exemplares marcados de P.
argenteus evidenciaram que o comportamento migratório desta espécie é muito semelhante àquele
observado para seu congênere simpátrico (P. costatus), considerando proporção de migrantes (50%),
período, gatilho e destino da migração. Duzentos exemplares de P. costatus foram marcados nos seus sítios de reprodução e alimentação, evidenciando que existe alta fidelidade dos indivíduos aos seus sítios de reprodução, além da já conhecida fidelidade ao sítio de alimentação. Observou-se também que há peixes residentes no sítio de reprodução e que peixes de todo o trecho conectado, incluindo aqueles oriundos do reservatório de Três Marias, desovam nestes sítios, mostrando que eles são responsáveis pela manutenção da população de toda a bacia. Nesse sentido, pergunta-se: Porque não residir no sítio de desova para evitar longas migrações? Porém, o fator de condição e peso dos peixes foram maiores no sítio de alimentação, evidenciando que estes locais oferecem melhores condições aos residentes. Há alta sincronia do ciclo de vida destes peixes, incluindo início da migração, com as variações naturais de fluxo e estudos de longo prazo conduzidos no hemisfério norte têm apontado que espécies que não se adaptam às mudanças climáticas estão declinando. Nesse sentido, é urgente monitorar anualmente à migração de nossos peixes, bem como concentrar esforços de fiscalização nos sítios de desova durante a estação reprodutiva, além de manejar de fluxo em rios barrados buscando simular o fluxo natural.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RAONI ROSA RODRIGUES - UFMG (Suplente)
Externo à Instituição - RAFAEL PEREIRA LEITÃO - UFMG (Membro)
Presidente - PAULO DOS SANTOS POMPEU (Membro)
Externo à Instituição - NELSON HENRIQUE DE ALMEIDA CURI - UNILAVRAS (Suplente)
Interno - MARCELO PASSAMANI (Membro)
Externo à Instituição - LISIANE HAHN - NCA (Membro)
Externo ao Programa - GUSTAVO HALLWASS - ICTIN (Membro)