O discurso da branquitude no discurso jornalístico: uma visão a partir do status da paratopia discursiva
Análise do discurso. Discurso jornalístico. Discurso da Branquitude. Racismo.
Essa pesquisa se encontra baseada nas teorias sobre a branquitude, mais especificamente se o discurso dela pode ser construído dentro das matérias jornalísticas partindo dos seguintes questionamentos: o discurso da branquitude está presente no discurso jornalístico? Se está, como é construído e apresentado? Além disso, o discurso da branquitude circula abertamente pela sociedade ou transita de forma oculta? Para responder essas questões apresenta-se como objetivo geral verificar se há constituição de um discurso da branquitude no discurso jornalístico; e como objetivos específicos verificar como o discurso da branquitude se estrutura e se caracteriza dentro do discurso jornalístico e de investigar em que classificação a partir dos lugares do dizer se encaixa o discurso da branquitude: discurso tópico, atópico ou paratópico. A pesquisa é de cunho qualitativo e utiliza o aporte da Análise do Discurso de linha francesa baseando-se principalmente nas teorias de Dominique Maingueneau para fazer análise do corpus, que até o momento está composto de três notícias publicadas no jornal Folha de S. Paulo, entre os meses de janeiro e julho de 2020. Os resultados até o momento são os seguintes: é possível identificar a presença do discurso da branquitude no discurso jornalístico, no entanto é de forma subentendida; dentro do discurso jornalístico, o discurso da branquitude torna-se silenciado ou modalizado pelos enunciadores. Em relação ao estatuto de paratopia do discurso, o discurso da branquitude pode ser considerado atópico, pois assim como o discurso racista, ele transita de forma oculta na sociedade e são abordados em locais específicos e não em público, uma vez que ele trata da validação da superioridade racial branca.