Título: CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS NA GUINÉ-BISSAU
Concepções de linguagem; professores de português; Guiné-Bissau.
Conforme os relatos oriundos de Couto e Embaló (2010) e Namone e Timbane (2017), a Guiné-Bissau é um país que conta com um conjunto de mais de 20 línguas nacionais e tendo o português como a única língua do ensino, uma das línguas menos falada e conhecida entre o povo guineense. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho centra-se em compreender as concepções de linguagem de professores de português de Guiné-Bissau, bem como identificar as teorias de linguagem mais privilegiadas por professores de língua portuguesa. A discussão teórica deste trabalho correlaciona-se aos conceitos de lingua(gem), gramática, função de língua dentro da perspectiva das três teorias de linguagem, conforme apontadas por Fuza; Ohuschi e Menegassi (2011); Barcellos (2013); Koch (2015) e Possenti (2012). Discutimos também a teoria Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Michael A. K. Halliday (1994), uma vez que serviu para analisar os dados e compreender a maneira como os docentes manifestam linguisticamente as suas práticas através de suas atitudes e suas crenças na aula. Nessa teoria, embasemos as nossas discussões em Santos (2014); Vian Jr. (2012); Oliveira (2014); Farencena e Fuzer (2018); Hood (2019). Em relação à metodologia, este trabalho centra-se na pesquisa qualitativa e interpretativista de natureza etnográfico (BORTONI-RICARDO, 2008; GRANDE, 2011; SOUZA; KERBAUY, 2017; PROETTI, 2018). Os colaboradores desta pesquisa foram os professores de escola pública do ensino médio de 10º a 12º ano. A metodologia também compreendeu a coleta e discussão/interpretação de dados por meio de aplicação de questionários aos nove professores residentes em Guiné-Bissau. Os resultados finais desta pesquisa demonstram que os professores colaboradores privilegiam a concepção da linguagem como instrumento de comunicação, a teoria que descreve as normas a serem seguidas, com vista a ter sucesso em aprendizagem. Sendo assim, percebe-se, também, que esta pesquisa se relaciona a teoria de decolonialidade, pois trata-se de propor o ensino que contemple a realidade local dos alunos sem ter que referenciar no modelo do ensino de língua estabelecido pelo sistema educacional do colonizador.