CONTAR PARA NÃO ESQUECER: UMA ANÁLISE DOS PASSADOS PRESENTES NA MILITÂNCIA FEMININA EM “QUE BOM TE VER VIVA”
Ditadura. Identidade. Memória. Tortura.
Este trabalho busca discutir sobre as relações de memória através de narrativas de oito ex-militantes femininas que passaram por trajetos de tortura, estupro, sequestro e demais atrocidades durante o período de ditadura civil-militar brasileiro (1964-1985). Tais narrativas se encontram presentes na obra cinematográfica “Que Bom Te Ver Viva”, lançada em 1989, sob direção da cineasta Lúcia Murat, no qual evidencia a participação política da mulher no período ditatorial que, devido a isso, era torturada, silenciada e muitas vezes apagada socialmente, visto que sua imagem era associada apenas aos cuidados e submissão ao lar,marido e filhos. Nesse viés, analisando o contexto histórico e as identidades femininas, bem como a relação de mulheres em cena, tanto no cinema quanto fora dele, o objetivo principal se pauta em compreender e discutir a representação do feminino, através dos pressupostos teóricos apresentados e contexto de produção memorialística e historiográfica sobre a ditadura militar, no que concerne às narrativas testemunhais, a identidade social e a relação passado-presente Em suma, o trabalho ainda se encontra em andamento, visando uma análise crítico-teórica acerca de cada um dos relatos das ex-militantes do filme de Lúcia Murat.