RECONFIGURAÇÃO DOS GÊNEROS DA INTIMIDADE: A AUTOFICÇÃO NO LIMIAR ENTRE A VIDA E A FICÇÃO
Autoficção. Intimidade. Pós-modernidade.
No âmbito dos gêneros literários da intimidade, a autoficção se apresenta como uma reconfiguração desses gêneros diluindo as fronteiras entre vida e ficção. Nesta pesquisa, estou realizando uma investigação teórica sobre os principais aspectos que envolvem as mudanças de paradigmas dos gêneros da intimidade, especialmente a autoficção, no âmbito da literatura brasileira contemporânea. Pretendo compreender quais são os limiares entre o espaço biográfico e o espaço do texto ficcional, tendo em vista as transições do sujeito pós-moderno por entre esses espaços, marcados pela centralidade do sujeito autor da obra e seus desdobramentos em demais sujeitos, como narrador e protagonista da própria narrativa. Para tanto, procuro confrontar as principais vozes teóricas que abordam esses debates na atualidade como Evelina Hoisel, Silviano Santiago, Leonor Arfuch, Diana Klinger, Paula Sibilia, dentre outros. Os resultados apontam para o fato de que na autoficção há um hibridismo entre a escrita biográfica e a ficcionalização do sujeito. Questões sobre a exposição da intimidade daquele que escreve, bem como a fragmentação e o imediatismo da vida pós-moderna, envoltos pela noção da espetacularização, são tópicos que transpassam a discussão sobre a reconfiguração dos gêneros da intimidade e jogam luz na compreensão da escrita autoficcional.