O BRASIL DE HILDA : UMA PERSPECTIVA ALEGÓRICA DO PAÍS DE 1959 A 1964
Hilda Furacão. Alegoria. Golpe de 1964. Belo Horizonte-MG.
Muitas manifestações artísticas no Brasil questionaram a forma como a sociedade vinha se constituindo. Dentre elas, a literatura produziu obras relevantes sobre questões sociais advindas de períodos históricos do país. É nesse contexto que esta pesquisa desenvolve o tema da Construção Alegórica no Romance Hilda Furacão, de Roberto Drummond, lançado em 1991, tendo como cenário o momento político da época, cuja narrativa permite lançar um olhar sobre o esfacelamento social, econômico e cultural que culminou nas mazelas sofridas pela sociedade. Nesse contexto, busca-se problematizar o modo como a alegoria se concretiza na narrativa, tendo em vista os fragmentos históricos do período preparatório do pós Golpe Militar de 1964 e seus desdobramentos. Com base no conceito de Alegoria, a partir do filósofo alemão, Walter Benjamin e na teoria do jornalismo literário, a pesquisa assume como objetivo principal compreender as manifestações discursivas presentes na narrativa. A metodologia, de cunho qualitativo, fundamenta-se em obras de Walter Benjamin e de autores consagrados no tema, a exemplo de Kátia Rodrigues Muricy, Jeanne Marie Gagnebin de Bons, Maria João Cantinho, além de Alceu Amoroso Lima, Edvaldo Pereira Lima e Felipe Pena, quanto ao Jornalismo literário. Como procedimento metodológico, a pesquisa compõe-se de quatro capítulos nos quais serão apresentados o contexto histórico em diálogo com o jornalismo literário e a análise de fragmentos da narrativa a partir do conceito de Alegoria e da Teoria do Jornalismo literário.