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CARINA DE PAULA SANTOS
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A ORIGEM DOS CONCEITOS DE “BOM E MAU”, “BOM E RUIM” EMNIETZSCHE
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Data: 31/10/2022
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O objetivo desta dissertação consiste em analisar a importância da questão do valor dos valores para a construção da crítica à moral presente na primeira dissertação da Genealogia da Moral, e consequentemente compreender como tal projeto possibilita o desenvolvimento de uma nova dimensão positiva no pensamento de Nietzsche. Nesse percurso, analisamos como o filósofo expõe a procedência imanente dos valores e posteriormente desenvolve o procedimento genealógico que permite o exame das condições sob as quais os valores foram criados e modificados ao longo da história. A partir disso, investigamos as distinções entre a moral nobre e a moral escrava, e como esses dois tipos procedem ao engendrar as valorações – a primeira como expressão de uma fisiologia poderosa e afirmadora, e a segunda como o reflexo de uma constituição fraca e impotente. Faremos ver que os valores que regem a civilização ocidental caracterizam a visão de mundo do homem do ressentimento, que conduzidos pelo espírito de vingança da casta sacerdotal, conseguiu universalizar a sua fraqueza e fazer triunfar uma moral que nega o mundo da vida. Por fim, tentaremos compreender como Nietzsche articula os conceitos de vida e valor, o que nos dará a chave para vislumbrar a perspectiva propositiva de sua crítica à moralidade.
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PATRICK LUIZ BARRETO SOARES
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A RELAÇÃO ENTRE VONTADE E INTELECTO NA PRIMA PARS (QQ. 82 E 83) E PRIMA SECUNDAE (QQ. 6-17) DA SUMA DE TEOLOGIA DE TOMÁS DE AQUINO
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Data: 27/10/2022
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O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise da relação entre intelecto e vontade na Suma de Teologia de Tomás de Aquino, percorrendo tanto a apresentação da Prima Pars quanto a da Prima Secundae. Sobre isso, surgem algumas dificuldades quanto à sua interpretação. O primeiro problema encontra-se na tradição interpretativa, que indica uma mudança na teoria tomista, marcada pela condenação de 1270. Neste sentido, existiriam diferenças significativas entre as duas partes, em que a Prima Pars estaria mais próxima de Aristóteles e a Prima Secundae se distanciaria do Estagirita, propondo uma leitura mais de acordo com uma liberdade da vontade. O segundo problema tem relação direta com o primeiro: a teoria do Doutor Angélico seria mais voluntarista (isto é, teria a vontade como senhora de seus atos) ou mais intelectualista (ou seja, o intelecto seria o centro da estrutura das ações humanas, comandando a vontade e restringindo sua liberdade). A hipótese deste trabalho é a seguinte: primeiramente, não há mudanças significativas entre a Prima Pars e a Prima Secundae, existindo na segunda, entretanto, uma expansão de conceitos que já apareciam na primeira; segundo, é possível propor uma interpretação mais voluntarista da teoria tomista, no entanto esse tipo de interpretação é bastante simplista e, por vezes, não dão conta da complexidade do texto, em que se encontra forte indicação da imbricação dos atos da vontade com os do intelecto, e vice-versa.
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MIGUEL DA SILVA FONSECA
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O intelectual em Foucault
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Orientador : LUIZ ROBERTO TAKAYAMA
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Data: 31/03/2022
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A presente pesquisa consiste em uma análise, a partir de uma abordagem histórico-filosófica, da problematização realizada por Michel Foucault sobre do papel dos intelectuais em seu tempo. Partindo de suas formulações acerca da temática, buscamos nos primeiro e segundo capítulos realizar um estudo histórico visando fornecer subsídio para compreender algumas das transformações ocorridas na sociedade francesa em épocas distintas que de certa forma influenciaram no aparecimento de dois tipos de intelectuais denominados por Michel Foucault como intelectual “universal” e intelectual “específico”. O primeiro capítulo buscar elencar alguns elementos que possibilitam entender o que levou os “homens de letras”, no final do século XVIII, a desejar uma união entre seus pares em uma espécie de irmandade. No segundo capítulo, tomamos como objeto de análise a emergência do intellectuels no final do século XIX, objetivando compreender o que levou os “profissionais intelectuais” a se organizarem e constituírem-se como uma nova classe política e como isso reverbera na constituição política dos intelectuais que aparecem na primeira metade do século XX. Por fim, nosso terceiro capítulo será dedicado ao estudo das problematizações empreendidas por Michel Foucault acerca do papel dos intelectuais na contemporaneidade, tomando como base a relação entre teoria e prática que ele estabeleceu para si enquanto um intelectual engajado nas lutas políticas.
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GUILHERME DE SOUZA
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O Banquete e a figura do daimon platônico
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Data: 31/03/2022
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Esta pesquisa tem como finalidade analisar como Platão se distancia da tradição religiosa da Antiguidade mediante o pensamento do daîmon. Em seu diálogo OBanquete Platão vai expor o lado filosófico de Eros, que até então era conhecido por ser um deus Olímpico do Amor, denominando-o como um grande daîmon (δαίμωνμεγας) a partir do diálogo entre o velho mestre Sócrates e a sacerdotisa Diotima de Mantineia. Para tal análise foi necessário percorrer as diferentes noções que os pensadores que antecederam o filósofo esboçaram os significados (a nível semântico) do daîmon. Sobretudo, a dissertação traz uma análise da concepção mítico-filosófico sobre o Amor no Banquete e como a noção de daîmon atua nesta questão. Por fim, demonstrar as concepções filosóficas de Sócrates mediante a ‘’transposição platônica’’ da noção de daîmon.
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GUILHERME DE SOUZA
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O DAIMON SOCRÁTICO EM PLATÃO.
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Data: 31/03/2022
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Esta pesquisa tem como finalidade analisar como Platão se distancia da tradição religiosa da Antiguidade mediante o pensamento do daîmon. Em seu diálogo OBanquete Platão vai expor o lado filosófico de Eros, que até então era conhecido por ser um deus Olímpico do Amor, denominando-o como um grande daîmon (δαίμωνμεγας) a partir do diálogo entre o velho mestre Sócrates e a sacerdotisa Diotima de Mantineia. Para tal análise foi necessário percorrer as diferentes noções que os pensadores que antecederam o filósofo esboçaram os significados (a nível semântico) do daîmon. Sobretudo, a dissertação traz uma análise da concepção mítico-filosófico sobre o Amor no Banquete e como a noção de daîmon atua nesta questão. Por fim, demonstrar as concepções filosóficas de Sócrates mediante a ‘’transposição platônica’’ da noção de daîmon.
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JOSE MONSERRAT NETO
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TEORIA DA ALIENAÇÃO NOS MANUSCRITOS DE MARX: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE ALIENAÇÃO E SUA SUPERAÇÃO.
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Data: 30/03/2022
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Investiga-se a teoria da alienação dos Manuscritos Econômico-Filosóficos (Marx, 2015a) com foco nas duas transições, o processo de alienação e o de sua superação. Contextualiza-se conceitualmente o termo ‘alienação’ (Leopold, 2018) e historicamente os Manuscritos (Musto, 2014, 2019). Analisam-se os quatro passos da alienação no trabalho que são a alienação: do trabalhador do produto de seu trabalho; do próprio trabalho; de sua essência humana; e do homem pelo homem. Nos passos, a abstração é associada à alienação, à indiferença da troca comercial, e entre os homens, que não mais se relacionam humanamente entre si. A atividade da essência do homem é reduzida à de subsistência. Problematiza-se a justificação das quatro determinação da alienação frente a propriedade privada. Na primeira transição, examina-se o processo de abstração crescente da propriedade privada, da troca comercial, do trabalho e capital, como um processo de alienação crescente na constituição do capitalismo. Analisa-se a homologia que Marx estabelece entre o processo de abstração da dialética de Hegel e o processo histórico de abstração da alienação do homem na constituição do capitalismo. Avaliam-se as polêmicas em torno da homologia que nasce d’O Capital (Marx, 2013), mas que também está presente nos Manuscritos. Identifica-se a origem das controvérsias na crítica de Marx à dialética de Hegel. Examinando-a em detalhes, identifica-se a sua principal crítica: o caráter abstrato e alienado da superação dialética de Hegel que, ao fim, reafirma a alienação do homem. Avaliam-se algumas críticas à crítica de Marx e assinala-se a sua “confusão” entre os pensamentos puro e objetivo, mas, ao mesmo tempo, a sua perspectiva de transformação da sociedade. Examinam-se três homologias nos Manuscritos, a do universal concreto do dinheiro com a Ideia absoluta da dialética, de Klein (2015); a do trabalho humano com a atividade negativa do pensamento puro, de Iber (2018); e a da progressão da propriedade privada como contradição capitaltrabalho, até sua dissolução, com as determinações da reflexão da Lógica da essência de Hegel, de Bavaresco et al (2019). Elas contribuem para explicar os problemas da primeira transição: a fundamentação falha das quatro determinações entre alienação e propriedade privada, e os paradoxos da essência alienada que confirma a essência humana e da necessidade histórica da alienação. Relacionamse as homologias à antropologia negativa do homem pressuposto de Marx, que não é sujeito da história (Fausto, 2015) e que realiza a essência humana ao desenvolvê-la e, ao mesmo tempo, dilacerá-la. Na segunda transição, investigamse os cinco passos do comunismo descritos nos Manuscritos. Os dois primeiros passos expõem a reapropriação do objeto do trabalho e a supressão do Estado capitalista, a dimensão objetiva da reapropriação do objeto pelos trabalhadores, os três últimos a dimensão subjetiva da reapropriação do objeto. Com Brudney (1998), avalia-se o problema da justificação da essência humana. Os trabalhadores desconhecem a sua essência humana e são incapazes de assumi-la na prática. Constata-se, porém, que isso não representa problema para Marx, pois a solução teórica realiza-se na prática, não pela abstração alienada da prática, justificando-se a sua recusa da filosofia. Identifica-se um obstáculo: a percepção autocertificadora, de Feuerbach, não pode ser empregada, pois os trabalhadoresestão sob o efeito da alienação objetiva do capitalismo. Avaliam-se a organização e prática revolucionárias dos trabalhadores como antecipadores da situação futura, e constata-se que são insuficientes para mudar sua postura. Resume-se o impasse: não é possível o trabalhador assumir na prática a visão comunista – a dimensão subjetiva da reapropriação do objeto – sem que se efetive a dimensão objetiva da reapropriação. Para Marx, as dimensões objetiva e subjetiva devem ocorrer juntas. Examina-se um exemplo de revolução nos Manuscritos, e conclui-se que a revolução desempenha papel indispensável na solução de Marx. Ela rompe o bloqueio da dimensão objetiva da alienação e permite a união das dimensões objetiva e subjetiva da reapropriação do objeto, em que os trabalhadores se tornam enfim conscientes. Ela ganha papel crucial porque, no capitalismo, o homem não é sujeito, é pressuposto. Ela propicia o nascimento do homem posto como sujeito da história. Por último, analisa-se dois problemas da segunda transição: a dependência da solução de Marx na revolução, e a aparente impossibilidade da teorização da superação da alienação, a não ser realizando-a. Após análise das transições e seus problemas, conclui-se que a teoria de Marx não explica a alienação de forma consistente, não explica como a alienação surge ou se reproduz no capitalismo, nem como, de modo convincente, é possível superá-la para se construir uma sociedade emancipada. São duas fontes de dificuldades: a sua apropriação problemática do conceito de essência humana, e a lógica dialética hegeliana que conduz o processo de alienação e sua superação. Conclui-se que os erros são: concepção inadequada da alienação e sua superação, e emprego problemático da dialética hegeliana. Uma lógica idealista conduz a superação da alienação através de uma concepção inadequada de revolução, que junta o momento histórico da eclosão da revolução com o momento dialético de dissolução da contradição entre capital e trabalho, sem a ação real e ativa dos trabalhadores. Sugere-se que Marx torna-se prisoneiro da lógica dialética nos Manuscritos e que, talvez, também n’O Capital. Nele, a revolução parece continuar a exercer o papel central para a superação do capitalismo, dentro de uma lógica idealista pré-concebida que “liberta” a humanidade. Sugere-se que tais equívocos podem ajudar a explicar algumas das dificuldades atuais enfrentadas na superação do capitalismo, tal como o divórcio entre a teoria marxista e a prática revolucionária dos trabalhadores (Anderson, 2017).
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CLARA DANIELE MOURA DE SOUSA
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SOLIDÃO E PENSAMENTO EM HANNAH ARENDT
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Data: 30/03/2022
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Para Hannah Arendt, pensar o contexto totalitário é utilizar os acontecimentos históricos além de uma simples descrição dos fatos. A pensadora analisa o totalitarismo como uma novidade por se apresentar diferente de outras formas autoritárias de governo consideradas até então. Por isso, ao tratar do totalitarismo a autora explora seus acontecimentos ao tentar responder questões que mesmo após tantos anos das atrocidades ocorridas na Segunda Guerra, não somos capazes de responder.
Dentro desses efeitos gerados a partir do totalitarismo está o de solidão de pensamento, que é compreendido pela autora como uma das maiores consequências produzidas pelo poder totalitário, e apenas percebido quando seu domínio já não possui mais objeção, no momento em que a população já se encontra completamente subjugada, sem oposição ou obstáculos para suas ações.
Com isto, nessa dissertação pretendo apresentar a relação existente entre os conceitos de solidão e pensamento a partir das experiências totalitárias refletidas por Arendt. A fim de estruturar a ideia central deste trabalho, que se faz na apresentação do conceito de solidão e sua ligação ao contexto totalitário, irei utilizar a obra As Origens do Totalitarismo a fim de fazer essa primeira abordagem, uma vez que o conceito de solidão de pensamento é desenvolvido em sua fase final. Por fim, relacionando essa ideia ao movimento de massas e como ela desdobra- se como principal marca do poder totalitário.
Mais à frente pretendo alinhar a reflexão realizada neste capítulo ao conceito desenvolvido alguns anos depois pela autora, o da banalidade do mal, o qual ela reflete inicialmente em sua obra Eichmann em Jerusalém (1963) e desenvolve em Responsabilidade e Julgamento (2003), conectando tal conceito ao de solidão e, por fim, utilizarei da obra A Vida do Espírito (1978) no intuito de esclarecer o entendimento da autora sobre a atividade do pensar e os elementos essenciais para esta atividade.
Em As Origens do Totalitarismo a autora faz um levantamento dos acontecimentos ocorridos na conjuntura totalitária que se instaurava na primeira metade do século XX. Apesar de regimes autoritários terem se alastrado em algumas partes da Europa, foi na Alemanha e na Rússia que realmente se desenvolveu o totalitarismo, sendo representado pelo nazismo e o bolchevismo respectivamente.
Ao considerar que o conceito de solidão liga- se mais diretamente ao nazismo, me proponho a usar, neste estudo, o regime nazista como centro do fenômeno totalitário. e apontar como a deterioração das relações humanas na Europa deram causa a uma dominação jamais vista, que desfez com tudo constituído até então, demonstrando que tudo era possível, partir da eliminação de todas convenções políticas, sociais e jurídicas do Estado.
Assim, os governos totalitários passaram a utilizar da ideologia pautada nas leis da natureza e da história a fim de dominar completamente as sociedades, objetivando a criação de uma nova humanidade. A ideologia junto ao terror são os elementos necessários para essa dominação, enquanto a ideologia – a lógica de uma ideia – serve para substituir a realidade, o terror impossibilita a ação humana, retirando a espontaneidade dos sujeitos.
Com isto, o totalitarismo conseguiu tomar o poder, constituindo sua dominação total ao exterminar a pessoa jurídica, moral e individual das coletividades, como será melhor explorado mais à frente. Portanto, é possível entender que para a autora é através do isolamento dos indivíduos, retirando- os de um contexto plural, tornando- os incapazes de começar algo novo, que o totalitarismo consegue alcançar o poder.
Portanto, o objetivo ao qual me detenho neste trabalho é o de apresentar o conceito de solidão como principal objetivo totalitário, uma vez que com a eliminação da espontaneidade dos indivíduos, interrompe- se a probabilidade de haver resistência a sua manipulação.
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CLARA DANIELE MOURA DE SOUSA
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"A solidão como essência do governo totalitário"
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Data: 30/03/2022
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Para Hannah Arendt, pensar o contexto totalitário é utilizar os acontecimentos históricos além de uma simples descrição dos fatos. A pensadora analisa o totalitarismo como uma novidade por se apresentar diferente de outras formas autoritárias de governo consideradas até então. Por isso, ao tratar do totalitarismo a autora explora seus acontecimentos ao tentar responder questões que mesmo após tantos anos das atrocidades ocorridas na Segunda Guerra, não somos capazes de responder.
Dentro desses efeitos gerados a partir do totalitarismo está o de solidão de pensamento, que é compreendido pela autora como uma das maiores consequências produzidas pelo poder totalitário, e apenas percebido quando seu domínio já não possui mais objeção, no momento em que a população já se encontra completamente subjugada, sem oposição ou obstáculos para suas ações.
Com isto, nessa dissertação pretendo apresentar a relação existente entre os conceitos de solidão e pensamento a partir das experiências totalitárias refletidas por Arendt. A fim de estruturar a ideia central deste trabalho, que se faz na apresentação do conceito de solidão e sua ligação ao contexto totalitário, irei utilizar a obra As Origens do Totalitarismo a fim de fazer essa primeira abordagem, uma vez que o conceito de solidão de pensamento é desenvolvido em sua fase final. Por fim, relacionando essa ideia ao movimento de massas e como ela desdobra- se como principal marca do poder totalitário.
Mais à frente pretendo alinhar a reflexão realizada neste capítulo ao conceito desenvolvido alguns anos depois pela autora, o da banalidade do mal, o qual ela reflete inicialmente em sua obra Eichmann em Jerusalém (1963) e desenvolve em Responsabilidade e Julgamento (2003), conectando tal conceito ao de solidão e, por fim, utilizarei da obra A Vida do Espírito (1978) no intuito de esclarecer o entendimento da autora sobre a atividade do pensar e os elementos essenciais para esta atividade.
Em As Origens do Totalitarismo a autora faz um levantamento dos acontecimentos ocorridos na conjuntura totalitária que se instaurava na primeira metade do século XX. Apesar de regimes autoritários terem se alastrado em algumas partes da Europa, foi na Alemanha e na Rússia que realmente se desenvolveu o totalitarismo, sendo representado pelo nazismo e o bolchevismo respectivamente.
Ao considerar que o conceito de solidão liga- se mais diretamente ao nazismo, me proponho a usar, neste estudo, o regime nazista como centro do fenômeno totalitário. e apontar como a deterioração das relações humanas na Europa deram causa a uma dominação jamais vista, que desfez com tudo constituído até então, demonstrando que tudo era possível, partir da eliminação de todas convenções políticas, sociais e jurídicas do Estado.
Assim, os governos totalitários passaram a utilizar da ideologia pautada nas leis da natureza e da história a fim de dominar completamente as sociedades, objetivando a criação de uma nova humanidade. A ideologia junto ao terror são os elementos necessários para essa dominação, enquanto a ideologia – a lógica de uma ideia – serve para substituir a realidade, o terror impossibilita a ação humana, retirando a espontaneidade dos sujeitos.
Com isto, o totalitarismo conseguiu tomar o poder, constituindo sua dominação total ao exterminar a pessoa jurídica, moral e individual das coletividades, como será melhor explorado mais à frente. Portanto, é possível entender que para a autora é através do isolamento dos indivíduos, retirando- os de um contexto plural, tornando- os incapazes de começar algo novo, que o totalitarismo consegue alcançar o poder.
Portanto, o objetivo ao qual me detenho neste trabalho é o de apresentar o conceito de solidão como principal objetivo totalitário, uma vez que com a eliminação da espontaneidade dos indivíduos, interrompe- se a probabilidade de haver resistência a sua manipulação.
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CARLOS HENRIQUE ZANATELI SILVA
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A HERANÇA FILOSÓFICA DE MONTESQUIEU EM THOMAS JEFFERSON NA BUSCA POR UMA AMÉRICA JUSTA
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Data: 29/03/2022
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Montesquieu é um dos filósofos políticos que mais contribuiu para o debate ideológico que acendeu as chamas da revolução americana, principalmente em razão dos estudos políticos propostos na obra O Espírito das Leis [1748]. A especificidade de como são, ou pelo menos deveriam ser, as formas de governo justas, elevaram o conhecimento político de sua época aprimorando o conceito de liberdade e justiça da filosofia clássica, o que deixou claro ao mundo como as leis deveriam ser em uma república ou em uma monarquia. Acusado de se contradizer por defender a possibilidade de liberdade em uma monarquia e repúblicaaristocrática, Montesquieu nunca definiu em sua obra qual seria a melhor forma de se governar, mas tão somente apontou como deveriam ser as regras e os princípios de cada uma das formas de governo. Apontou que a cultura e os costumes de determinado povo devem ser preservados para que a liberdade prevaleça. O objetivo deste trabalho é apontar certa influência de Montesquieu em Thomas Jefferson que foi um dos pilares teóricos da revolução americana. Jefferson bebeu da sabedoria de Montesquieu e, em diversas ocasiões, repudiou as atitudes da Inglaterra durante o inicio dos debates revolucionários (1774-1776). O americano apontou diversos crimes da monarquia inglesa, aproveitando a teorização de Montesquieu acerca da monarquia justa, e apontando como a Inglaterra agia contra a própria constituição em desfavor dos americanos, o que, por si só, legitimava os oprimidos a refutarem o despotismo sedimentado nas colônias americanas. Pode-se concluir que Montesquieu reverberou na fundamentação teórica da revolução americana, pois as reivindicações de Jefferson apelavam, basicamente, aos fundamentos do Estado justo, conforme apontado por Montesquieu, visando preservar a liberdade política do povo e a moderação do governo. Nesse sentido é significativa a redação, por Jefferson, da constituição republicana da Virginia de 1776, cuja leitura e interpretação, todavia, devem ser feitas em conjunto com a declaração de independência americana, na qual Jefferson não se pronuncia a favor de nenhuma forma específica de governo para os futuros Estados Unidos da América. Assim, foi possível mostrar que Jefferson oscila entre uma visão monarquista e uma visão republicana durante os anos de 1774-1776, fundamentando-se tal transição de pensamento e posicionamento ideológico, principalmente, na obra de Montesquieu.
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TIAGO APARECIDO FREIRE
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O CONHECIMENTO DA VERDADE NO "CONTRA OS ACADÊMICOS" DE AGOSTINHO.
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Data: 23/03/2022
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Nossa pesquisa tem como objeto de análise as condições de verdade no “Contra os Acadêmicos” de Agostinho. A despeito do ceticismo acadêmico, o filósofo sustentará a tese a favor da possibilidade do conhecimento da verdade, tendo como ponto de partida uma refinada crítica ao próprio exercício do ceticismo praticado na Academia. Com efeito, para se colocar numa posição favorável ao conhecimento da verdade, o autor assume que, no próprio desejo de conhecer, já está contida a possibilidade de um conhecimento verdadeiro acerca do mundo. Assim, ao assumir a hipótese da busca pelo conhecimento como uma hipótese indubitavelmente válida, Agostinho assume, no “Contra os Acadêmicos”, a certeza da possibilidade do conhecimento da verdade como parâmetro de toda noção de verdade.
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PABLO RUIZ ANDRADE ROSSI
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SOBRE O MÉTODO GENEALÓGICO DE FOUCAULT A PARTIR DA GENEALOGIA NIETZSCHIANA
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Data: 31/01/2022
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A presente dissertação tem como objetivo apresentar a perspectiva genealógica de Foucault, com base em seus escritos acerca da genealogia de Nietzsche. Tendo como principal ponto de apoio o texto intitulado Nietzsche, a genealogia e a história, o trabalho consiste, num primeiro momento, em acompanhar de perto as problematizações proferidas pelo filósofo francês nas partes I,II, III e IV do texto em questão. Desta forma, será feita uma análise a respeito de como Foucault problematiza a utilização de variados vocábulos em alemão que se referem a uma noção de origem por parte de Nietzsche e suas implicações para o trabalho genealógico. No segundo momento, serão analisadas as partes V,VI e VII, nas quais Foucault debate a relação da genealogia com a história, com base nos três usos do saber histórico propostos por Nietzsche na Segunda Consideração Extemporânea.
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PAULO DE TARSO MENEGON MAGALHÃES DE CASTRO
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HUSSERL E A FUNDAMENTAÇÃO DAS CIÊNCIAS: DA LÓGICA PURA À FENOMENOLOGIA NOÉTICA.
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Data: 31/01/2022
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A presente pesquisa pretende acompanhar a articulação de dois momentos da fenomenologia de Husserl: da lógica pura à fenomenologia noética. Num primeiro momento, deter-nos-emos nos Prolegômenos onde o filósofo, em duelo com o psicologismo, procura fazer a fundamentação e a doutrina da ciência para se alcançar a essência da lógica. Depois disso, investigaremos as condições de possibilidade científicas do conhecimento na lógica e da noética, questões também enfrentadas nesta obra. Mediremos aí as fronteiras da lógica pura e do conhecimento noético que abrem as portas à primeira fenomenologia. Para tanto, buscaremos elucidar as implicações entre objetividade lógica e subjetividade das vivências enquanto experiência da verdade e veremos ainda como é que, já neste primeiro momento, Husserl rejeita o psicologismo lógico como fundamentação do conhecimento. Finalmente, apresentaremos as tarefas da lógica, principalmente a tarefa fenomenológica de origem dos conceitos. Simultaneamente, procuraremos pela cientificidade da fenomenologia, fazendo a passagem para o segundo volume das Investigações lógicas. Aí o filósofo anatematiza a atitude objetivista e psicológica do conhecimento científico em benefício da atitude fenomenológica. Faremos ver como é que essa cientificidade se dará na Quinta investigação lógica a partir da consciência intencional e na primeira redução eidética, que é fenomenológico-descritiva. A partir desta premissa geral, deveremos buscar como é que esta nova ciência se formará a partir de camadas mais superficiais e não-intencionais até as camadas intencionais essenciais. Será também nosso propósito juntar os problemas científicos husserlianos aos nossos questionamentos, dentre outros: se seriam as doutrinas fenomenológicas das Investigações a própria doutrina da ciência e se a fenomenologia noética é ou não é psicologia descritiva.
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