DESAFIOS CLIMÁTICOS E AVANÇOS GENÉTICOS NO CONTROLE DA BRUSONE NO ARROZ DE TERRAS ALTAS
Oryza sativa
Magnaporthe oryzae
Resistência a doenças
O caráter produtividade de grãos pode ser significativamente afetado, tanto em termos de quantidade quanto qualidade, por diversos fatores, ocasionados por condições ambientais de estresses abióticos e ou bióticos. Entre os principais fatores bióticos pode-se enfatizar a ocorrência das doenças. A composição genotípica, bem como os fatores ambientais, a exemplo da temperatura, umidade, precipitação, radiação solar, altitude e tipo de solo, estão diretamente correlacionados à intensidade e severidade dos sintomas. Compreender essas relações permite aos melhoristas entender as tendências de disseminação do patógeno, a progressão da doença e o comportamento da planta em uma determinada região, capacitando-os a agir de maneira mais precisa e prever problemas futuros. Diante do exposto, foi conduzido o presente projeto com o objetivo de estimar a influência de fatores ambientais na incidência e severidade de brusone foliar em genótipos elites de arroz, a partir das avaliações realizadas no VNB ao longo de 36 anos. Para isso, foram utilizados dados do VNB das safras 1984/85 a 2020/21, totalizando 285 ambientes, incluindo local e ano agrícola. Foram avaliadas, em média, cerca de 180 cultivares/linhagens por safra. Avaliou-se aos 30 dias após emergência das plantas, a severidade da brusone foliar (M. oryzae) nos genótipos de arroz. Utilizou-se os dados climáticos disponibilizados pela Climate Research Unit (CRU TS versão 4.05). Após as análises dos dados de severidade da doença, e correlação entre as notas e dados climáticos, pode-se concluir que há diferenças estatísticas entre os ambientes avaliados sendo Santo Antônio de Goiás, Brazabrantes-Go e Lavras-MG os locais com maior média de brusone, permitindo uma melhor avaliação e seleção de genótipos resistentes a doença. Além disso, entre os fatores ambientais considerados, a temperatura influenciou mais a nota da doença (a maior temperatura maior nota). Finalmente, foi determinado um ganho genético de -1,24 da nota da doença a cada 10 anos.