PLASTICIDADE FENOTÍPICA DE GENÓTIPOS ELITE DE ARROZ DE TERRAS ALTAS: UMA CONTRIBUIÇÃO INTERCONTINENTAL PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR
Oryza sativa L., melhoramento genético, adaptabilidade e estabilidade fenotípica.
A insegurança alimentar global afeta milhões de indivíduos, mesmo diante dos esforços internacionais para erradicar essa realidade. A crescente população mundial intensifica a necessidade de estratégias eficazes para garantir o acesso aos alimentos de forma igualitária. Nesse cenário, o arroz por ser um alimento básico e nutritivo, é um pilar fundamental da dieta global, desempenhando um papel na nutrição de grande parte da população. Assim, a cultura do arroz de terras altas apresenta-se como uma solução promissora para o incremento e sustentabilidade da produção do cereal. Este sistema, permite incorporação de áreas de produção com menor disponibilidade de água e solos mais arenosos, expandindo significativamente as regiões aptas para o cultivo. Considerando o potencial do arroz de terras altas em impulsionar a produção mundial, este trabalho visa avaliar o desempenho de linhagens elite do Programa de Melhoramento Genético da Universidade Federal de Lavras (UFLA) em experimentos de Valor de Cultivo e Uso (VCU). Os experimentos serão conduzidos em dois países, Brasil e Angola. No Brasil, as linhagens serão avaliadas no estado de Minas Gerais, visando a seleção e recomendação para uso regional. Adicionalmente, será testada a plasticidade fenotípica dessas mesmas linhagens no ambiente de Angola, província de Huíla, a qual apresenta condições edafoclimáticas semelhantes à Minas Gerais. Os experimentos serão conduzidos nas safras 24/25 e 25/26 em três ambientes cada. O delineamento utilizado será o de blocos casualizados com 3 repetições e as parcelas constituídas por 5 linhas de 4 metros. Serão avaliadas 18 linhagens de arroz de terras altas e duas cultivares comerciais como testemunhas, BRSMG Caçula e BRS A502. As características fenotípicas avaliadas serão: número de dias para florescimento, altura de plantas, acamamento, severidade de doenças, renda, rendimento de grãos inteiros, produtividade de grãos e massa de 1000 grãos. Os dados coletados das avaliações, serão submetidos às análises de variância individuais e conjuntas, utilizando o programa estatístico R. Além disso, será quantificada a dissimilaridade entre os ambientes experimentais utilizando a distância generalizada de Mahalanobis (D²). Para o estudo da plasticidade fenotípica serão utilizados o método GGE-Biplot, seguindo o modelo proposto por Yan et al. (2001) e o método AMMI (Gauch, 1992). Espera-se assim, identificar genótipos superiores que demonstrem adaptabilidade e estabilidade aos diferentes ambientes, além de plasticidade fenotípica para as condições angolanas.