HERBICIDAS EFETAM O MICROBIOMA DO SOLO QUE CONTROLAM O NEMATOIDE FORMADOR DE GALHAS Meloidogyne paranaensis no café?
Herbicidas; Controle biológico; Supressividade; Nematoides
O Brasil é o maior produtor de café do mundo tendo produzido 2.993.780 t em 1.836.741 ha, no ano de 2021. A produção vem oscilando nos últimos anos, em função de diversos problemas fitossanitários como nematoide de galhas Meloidogyne paranaensis. O microbioma de um solo supressivo atua diretamente contra infecções de patógenos radiculares. Os diversos herbicidas que são utilizados no cultivo do cafeeiro podem impactar a microbiota nativa do solo. Deste modo, o objetivo da dissertação foi avaliar o potencial efeito de cinco herbicidas na funcionalidade do microbiana de um solo proveniente de uma área com café em relação ao nematoide formador de galhas Meloidogyne paranaensis. O solo foi coletado de uma Agrofloresta de café sem historico de aplicação de herbicidas. Os herbicidas foram Saflufenacil 100g/ha; Pyroxasulfone 400ml/ha; Glifosato 3kg/ha; Flumioxazin 180ml/ha e Cletodim 0,9l/ha. As mudas foram inoculadas com 4000 ovos de Meloidogyne paranaensis e após 35 dias as plantas de tomate foram coletadas e contados o número de galhas, g-1, e ovos, g-1. Outro experimento para avaliar a quimiotaxia de Meloidogyne paranaensis em resposta a exposição do microbioma do solo aos herbicidas. Além disso, relaizou-se o isolamento e quantificação de bacterias totais, endosporogenicas e fungos totais provenientes do solo em diferentes tempos de exposição aos herbicidas ( 0 dias, 1 dia, 5 dias, 15 dias e 35 dias). O DNA total do solo foi extraido ao fim do experimento in-vivo and the bacterial community was evaluated. No experimento in-vivo verificamos que Saflufenacil e Pyroxasulfone aumentaram significativamente o número de ovos e galhas (P < 0.05) em comparação ao controle. Já o Glifosato, Cletodim e Flumioxazin não reduziram a supressividade do solo, não houve diferença estatística entre estes tratamentos e o controle inoculado. No experimento de quimiotaxia o microbioma exposto ao Glifosato foi repelente ao nematoide assim como o tratamento controle. Já o microbioma exposto ao Saflufenacil e Pyroxasulfone foi altamente atrativo ao J2 e diferenciaram do controle. Apenas Flumioxazin afetou a comunidade de fungos 15 dias após aplicação. O Saflufenacil reduziu a comunidade de bactérias totais 5 e 15 dias após aplicação, porém em 35 dias observou-se um aumento significativo em comparação ao controle. Clethodim, Piroxasulfona, Saflufenacil e Glifosato começaram a inibir as bactérias endosporogênicas 1 dia após a exposição. A análise de microbioma revelou a modulação do microbioma quando exposto aos diferentes herbicidas. Pela alfa diversidade, foi possível observar que a diversidade bacteriana foi menor no tratamento controle e maior nos solos expostos aos herbicidas. Proteobacteria, Bacteriodetes, Actinobacteria, Acidobacteria and Gemmatimonadetes foram os filos mais predominantes no solo. Ressalta-se a importância de entender o impacto dos herbicidas no microbioma supressivo a doenças radiculares.