ESPECIFICIDADE DE Trichoderma spp. NO PARASITISMO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS PRODUTORES DE ESCLERÓDIOS
Rhizoctonia solani; Sclerotinia sclerotiorum; Agroathelia rolfsii; Diversidade genética; Controle biológico.
Alguns fungos fitopatogênicos habitantes do solo podem sobreviver saprofíticamente ou por meio de estruturas de resistência, como os escleródios, dificultando o manejo da doença causada por esses agentes. Nesse contexto, o controle biológico tem sido amplamente estudado e utilizado, sendo o gênero Trichoderma um dos agentes mais utilizados no controle de patógenos de solo. Este estudo teve como objetivo avaliar a especificidade de Trichoderma spp. no parasitismo de escleródios de Rhizoctonia solani, Sclerotinia sclerotiorum e Agroathelia rolfsii. Foram realizados isolamentos a partir de plantas, serrapilheira e solos de diferentes regiões de Minas Gerais. A análise por BOX-PCR revelou que os 98 isolados estavam distribuídos em 58 grupos, sendo 58,51% compostos por grupos com mais de um isolado e 41,4% por grupos de um único isolado. Desses, 20 isolados foram selecionados para identificação molecular, e 10 deles foram avaliados quanto ao potencial de controle. Foi identificada uma possível nova espécie de Trichoderma. Em ensaio in vivo, 4 isolados de T. pseudoasperelloides apresentaram os melhores e piores desempenhos: CC32 e CB56 promoveram maior desenvolvimento de raíz e da parte aérea, respectivamente, sendo que CB56 também reduziu em 65% a incidência da doença em relação ao controle. Por outro lado, os isolados CC108 e ES28 apresentaram menor comprimento de raiz e parte aérea, com destaque para CC108, cujo índice de doença foi apenas 5% inferior ao controle. No teste de parasitismo de escleródios, o isolado R14 (T. zelobreve) destacou-se por parasitar simultaneamente os três fitopatógenos, com 80%, 100% e 30% de parasitismo e 60%, 42,5% e 52,5% de inviabilização dos escleródios de R. solani, S. sclerotiorum e A. rolfsii, respectivamente. Os resultados indicam variações no potencial de controle entre os isolados de T. pseudoasperelloides, reforçando a necessidade de estudos complementares para confirmar sua eficácia e selecionar os candidatos mais promissores para uso no controle biológico.