Murchas causadas por espécies do complexo Fusarium oxysporum: desafiando o conceito da forma specialis
Passiflora edulis; Nicotiana tabacum; Phaseolus vulgaris; Solanum lycopersicum; Musa sp., Filogenia molecular, Doença de planta.
Espécies do complexo Fusarium oxysporum (FOSC) são patógenos distribuídos em todo o mundo que causam murcha e podridão em plantas ornamentais, hortaliças, frutíferas e leguminosas de importância agrícola em regiões de clima tropical e temperado. Embora os isolados de F. oxysporum obtidos a partir de plantas com sintomas de murcha e podridão sejam agrupados em formae speciales com base na patogenicidade em relação a um hospedeiro, bioensaios e estudos de genômica evidenciam a fragilidade dessa designação e seu impacto no manejo inadequado das culturas agrícolas. Esta tese reúne cinco capítulos que investigam a etiologia e a patogenicidade de espécies do FOSC associadas a culturas relevantes no Brasil: maracujá, tabaco, feijão-comum, feijão-caupi, tomate e banana. Por meio de análises de filogenia molecular, bioensaios com inoculação cruzada e avaliação de caracteres morfológicos, foram identificadas as espécies de FOSC presentes no Brasil, e demonstrado que podem induzir sintomas típicos de murcha em diferentes hospedeiros, independente da planta da qual o isolado foi obtido. Os resultados desafiam o conceito de forma specialis, ao demonstrarem que a virulência não é específica em relação à planta hospedeira e não se relaciona com a espécie de FOSC, mas sim com a população. Este estudo contribui para o conhecimento sobre a etiologia da murcha de Fusarium no agroecossistema brasileiro, oferecendo subsídios para estratégias de manejo, diagnóstico e melhoramento genético voltados à resistência.