Impactos das Sonecas Diurnas e do Consumo de Vídeos Curtos na Qualidade do Sono e no Estresse em Universitários
Qualidade do sono; Consumo de mídia digital; Saúde mental; Ansiedade
A qualidade do sono tem sido amplamente associada ao bem-estar físico e mental, especialmente em contextos acadêmicos marcados por elevados níveis de estresse e exposição constante às tecnologias digitais. Este projeto reúne dois estudos independentes, porém complementares, que investigam diferentes dimensões da saúde do sono em estudantes universitários.
O primeiro estudo, já concluído, analisou os hábitos de cochilo diurno em uma amostra de 757 estudantes, explorando suas relações com estresse percebido, sonolência diurna e qualidade do sono. Os resultados indicam que as sonecas são frequentemente utilizadas como uma estratégia espontânea de enfrentamento do estresse, especialmente por mulheres, que relataram maior frequência de cochilos, além de níveis mais elevados de estresse e sonolência. A análise de regressão demonstrou que, embora maior frequência e duração das sonecas estejam associadas a distúrbios do sono e sonolência diurna acentuada, participantes que mantinham o hábito de cochilos breves e regulares apresentaram menores níveis de estresse. Essa observação foi reforçada pela análise de cluster, que identificou um grupo com sonecas curtas, melhor qualidade do sono e menor estresse percebido.
O segundo estudo, atualmente em fase de análises estatísticas, busca compreender os impactos do consumo excessivo de vídeos curtos em plataformas como TikTok e Instagram sobre a qualidade do sono, comportamento sedentário e saúde mental. Trata-se de um estudo transversal, com aplicação de instrumentos validados para avaliação de dependência digital, qualidade do sono e níveis de atividade física.
Ambos os estudos convergem ao destacar o sono como um componente central da saúde mental e do bem-estar universitário, sugerindo que tanto comportamentos compensatórios (como os cochilos) quanto práticas potencialmente prejudiciais (como o uso compulsivo de mídias digitais) devem ser considerados no desenvolvimento de estratégias de promoção à saúde voltadas para esse público.