A CONDIÇÃO NATURAL DA HUMANIDADE EM HOBBES, NO LEVIATÃ: ANÁLISE DO PAPEL DAS PAIXÕES E DA RAZÃO E DA POSSIBILIDADE DE PACTOS NA CONDIÇÃO DE SIMPLES NATUREZA
Condição natural; paixões; razão; pactos; Leviatã.
O presente trabalho busca analisar o conceito de condição natural da humanidade desenvolvido por Hobbes e todo seu desdobramento na obra Leviatã, destacando as principais passagens que tratam deste tema e comparando-as com o capítulo XIII da referida obra, que aborda especificamente este assunto. Buscamos também investigar a relação presente entre as paixões e a razão na condição natural e seu papel no comportamento humano. Por fim, temos como terceiro objetivo a análise da possibilidade de se estabelecer pactos na condição natural.Thomas Hobbes, no Leviatã, traz à tona algumas circunstâncias presentes na condição natural da humanidade. São elas: ausência de poder comum, igualdade de capacidades e expectativas, escassez de recursos, causas da discórdia e direito sobre todas as coisas. Segundo o autor, devido a essas condições naturais, o potencial conflito está estabelecido — é o que Hobbes chama de guerra de todos contra todos.Hobbes ora credita às paixões o comportamento belicoso do homem no estado natural, ora imputa esse comportamento à razão. Portanto, aparentemente não fica claro qual desses conceitos tem um papel de maior responsabilidade pela guerra generalizada.Com efeito, Hobbes em algumas passagens demonstra que devido à condição de conflito generalizado é necessário aos homens na condição de simples natureza estabelecerem alianças e respeitarem seus pactos instituídos por medo. Contudo, noutras passagens, o autor afirma que na condição natural não é possível realizar pactos. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar essas tensões postas no estado natural hobbesiano na obra Leviatã.