USO DE PROTEASES E QUITINASES DE POCHONIA CHLAMYSDOSPORIA NO CONTROLE DE MELOIDOGYNE JAVANICA NO TOMATEIRO
Nematoides de galhas, fungos nematófagos, controle bioquímico, enzimas.
Os nematoides são responsáveis por perdas na produção de tomate, e a espécie que mais destaca é Meloidogyne javanica. Para solucionar essas perdas, uma alternativa é o uso de fungos nematófagos, microrganismos com grande capacidade de adaptação e importantes agentes no controle biológico devido a modificação do seu comportamento saprofítico para carnívoro em condições nutricionais desfavoráveis. Além disso, estes fungos produzem enzimas extracelulares, dentre as quais, proteases e quitinases, que apresentam grande potencial no controle bioquímico de nematoides e de uso no campo como biopesticidas. Existem várias pesquisas internacionais e nacionais que mostram o uso bem-sucedido de enzimas fúngicas no controle de nematoides. Entretanto, ainda existem estudos insuficientes no campo e/ou in vivo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a ação das proteases e quitinases de Pochonia chlamysdosporia no controle de Meloidogyne javanica em tomateiro. No experimento 1 e 2, os resultados de porcentagem de mortalidade de juvenis de segundo estádio (J2) foram significativos (P ≤ 0,05), e MS e MSQ com atividades especifica de proteases (MS 23 U/mg, MSQ 0,71 U/mg), quitinases (MS 0,06 U/mL MSQ 0,10 U/mL) e protease VCP1 (MS 45.10-3 µg/min, MSQ 35.10-3 µg/min) apresentaram maior mortalidade de juvenis (MS 91,83, 93,63%; MSQ 55,73, 79,15%) do que os demais tratamentos (Água 5,79, 3,62%; MLQ 22,48, 21,50%; ML 40,93, 62,85%), e a concentração que destacou pela alta capacidade de causar a mortalidade de J2 de M. javanica foi o MSQ com concentração 0,5% (100%) e atividade especifica de proteases (0,71 U/mg), e nos dois ensaios in vitro as concentrações de 0,12 (33,33, 17,34%), 0,25 (26,73, 2,27%) e 0,50% (9,67, 2,52%) de MSQ reduziram drasticamente o percentual de eclosão dos J2 de Meloidogyne javanica. O número de galhas de M. javanica dos tratamentos (experimento 01 e 02) diferiram estatisticamente (P ≤ 0,05) e foram menores do que o controle (MSQ 0% 113,43, 115,43). O número de ovos de M. javanica foram iguais estatisticamente, e os tratamentos de MSQ (0,5, 1, 4%) não foram reduzidos. O estudo in vivo com aplicação de proteases e quitinases de MSQ sob condições de casa de vegetação não confirmou os resultados in vitro em tomateiros. Portanto, é necessários novos estudos in vivo com uso de mais aplicações do MSQ para obter melhores resultados na redução da multiplicação de M. javanica.