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Banca de DEFESA: CLARA DANIELE MOURA DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLARA DANIELE MOURA DE SOUSA
DATA: 30/03/2022
HORA: 09:30
LOCAL: DCH - google meet
TÍTULO:

"A solidão como essência do governo totalitário"


PALAVRAS-CHAVES:

Arendt; Totalitarismo; Solidão; 


PÁGINAS: 80
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: História da Filosofia
RESUMO:

Para Hannah Arendt, pensar o contexto totalitário é utilizar os acontecimentos históricos além de uma simples descrição dos fatos. A pensadora analisa o totalitarismo como uma novidade por se apresentar diferente de outras formas autoritárias de governo consideradas até então. Por isso, ao tratar do totalitarismo a autora explora seus acontecimentos ao tentar responder questões que mesmo após tantos anos das atrocidades ocorridas na Segunda Guerra, não somos capazes de responder.

Dentro desses efeitos gerados a partir do totalitarismo está o de solidão de pensamento, que é compreendido pela autora como uma das maiores consequências produzidas pelo poder totalitário, e apenas percebido quando seu domínio já não possui mais objeção, no momento em que a população já se encontra completamente subjugada, sem oposição ou obstáculos para suas ações.

Com isto, nessa dissertação pretendo apresentar a relação existente entre os conceitos de solidão e pensamento a partir das experiências totalitárias refletidas por Arendt. A fim de estruturar a ideia central deste trabalho, que se faz na apresentação do conceito de solidão e sua ligação ao contexto totalitário, irei utilizar a obra As Origens do Totalitarismo a fim de fazer essa primeira abordagem, uma vez que o conceito de solidão de pensamento é desenvolvido em sua fase final. Por fim, relacionando essa ideia ao movimento de massas e como ela desdobra- se como principal marca do poder totalitário.

Mais à frente pretendo alinhar a reflexão realizada neste capítulo ao conceito desenvolvido alguns anos depois pela autora, o da banalidade do mal, o qual ela reflete inicialmente em sua obra Eichmann em Jerusalém (1963) e desenvolve em Responsabilidade e Julgamento (2003), conectando tal conceito ao de solidão e, por fim, utilizarei da obra A Vida do Espírito (1978) no intuito de esclarecer o entendimento da autora sobre a atividade do pensar e os elementos essenciais para esta atividade.

Em As Origens do Totalitarismo a autora faz um levantamento dos acontecimentos ocorridos na conjuntura totalitária que se instaurava na primeira metade do século XX. Apesar de regimes autoritários terem se alastrado em algumas partes da Europa, foi na Alemanha e na Rússia que realmente se desenvolveu o totalitarismo, sendo representado pelo nazismo e o bolchevismo respectivamente.

Ao considerar que o conceito de solidão liga- se mais diretamente ao nazismo, me proponho a usar, neste estudo, o regime nazista como centro do fenômeno totalitário. e apontar como a deterioração das relações humanas na Europa deram causa a uma dominação jamais vista, que desfez com tudo constituído até então, demonstrando que tudo era possível, partir da eliminação de todas convenções políticas, sociais e jurídicas do Estado.

Assim, os governos totalitários passaram a utilizar da ideologia pautada nas leis da natureza e da história a fim de dominar completamente as sociedades, objetivando a criação de uma nova humanidade. A ideologia junto ao terror são os elementos necessários para essa dominação, enquanto a ideologia – a lógica de uma ideia – serve para substituir a realidade, o terror impossibilita a ação humana, retirando a espontaneidade dos sujeitos.

Com isto, o totalitarismo conseguiu tomar o poder, constituindo sua dominação total ao exterminar a pessoa jurídica, moral e individual das coletividades, como será melhor explorado mais à frente. Portanto, é possível entender que para a autora é através do isolamento dos indivíduos, retirando- os de um contexto plural, tornando- os incapazes de começar algo novo, que o totalitarismo consegue alcançar o poder.

Portanto, o objetivo ao qual me detenho neste trabalho é o de apresentar o conceito de solidão como principal objetivo totalitário, uma vez que com a eliminação da espontaneidade dos indivíduos, interrompe- se a probabilidade de haver resistência a sua manipulação.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RICARDO GEORGE DE ARAÚJO SILVA - UEVA (Membro)
Externo à Instituição - NADIA JUNQUEIRA RIBEIRO - UFG (Membro)
Externo à Instituição - JULIANO CORDEIRO DA COSTA OLIVEIRA - UFPB (Suplente)
Presidente - JOAO GERALDO MARTINS DA CUNHA (Membro)
Interno - EMANUELE TREDANARO (Membro)
Interno - AMARO DE OLIVEIRA FLECK (Suplente)
Notícia cadastrada em: 18/03/2022 11:47
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