Entendendo a sustentabilidade de pastagens de capim Marandu por meio da revisão de artigos científicos sobre avaliação nutricional das plantas
Brachiaria, Nitrogênio, Manejo do pastejo, Proteína Bruta, FDN, Adubação
No Brasil, no ano de 2020 a área de pastagens atingiu a ordem de 154,7 milhões de hectares, com as regiões da Amazônia e do Cerrado representando os maiores biomas em extensão de área cultivada, com 54,5 e 48,2 milhões de hectares, respectivamente (MAPBIOMAS, 2021). Desse total de área cultivada, estima-se que a gramínea da espécie Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf. cultivar Marandu lidere a ocupação do espaço territorial em mais de 50 milhões de hectares, considerando o volume total de sementes comercializadas no Brasil em 2019 em 33% do volume total de sementes, mais de 19 mil toneladas (CARVALHO et al., 2021).
Na produção animal em pastagens, existem vários estudos a respeito das formas de fornecimento de forragem, disposição das plantas e controle da estrutura do dossel da B. brizantha cv. Marandu, e os resultados correspondem, principalmente, ao crescimento da planta, seu consumo e a produção animal (da SILVA, 2004). Um dos maiores desafios desse sistema produtivo, encontra-se, sobretudo, no uso de conhecimento e tecnologias para o aumento na produtividade da pastagem, assim como de maneira sustentável.Esses dados confirmam a importância das pastagens no cenário agrícola brasileiro e que sua manutenção e aumento de produtividade dependerão, principalmente, do emprego de tecnologias para otimização de seu uso (ANDRADE et al., 2014).
O nitrogênio (N) é um dos principais elementos que afetam a produção e o desenvolvimento de plantas forrageiras. É constituinte de vários compostos nas plantas forrageiras como aminoácidos, ATP, ADP, NAD, NADP, ácidos nucléicos, clorofila, entre outras moléculas, participando de inúmeras reações bioquímicas, o que o torna o N indispensável para otimizar índices de produtividade de pastagens (MARTINS et al., 2022).
O tipo de adubação, forma, quantidade e época de aplicação, podem ter consequências significativas em perdas de nitrogênio, devido à volatilização da amônia (NH3), principalmente, atravancando a produtividade das pastagens (CORRÊA et al., 2021). Além disso, saber como a adubação nitrogenada afeta as características morfológicas das plantas forrageiras em pastagens degradadas é essencial para otimizar o manejo racional dos diferentes sistemas produtivos, já que irá refletir no comportamento ingestivo do animal e consequentemente em seu desempenho (SILVA, 2013).
As pesquisas estão cada vez mais desenvolvidas no quesito influência da adubação nitrogenada em pastagem, muitos trabalhos mostram bons resultados referente à resposta das plantas forrageiras à adubação com esse nutriente e os benefícios desse mineral com ferramenta tecnológica (GARCEZ NETO et al., 2002; SILVEIRA; MONTEIRO, 2007; MARANHÃO et al., 2010; CASTAGNARA et al., 2011).Em consideração a esses fatores, torna-se indispensável o aporte de fontes externas de nutrientes que possam suprir as exigências limitantes para o desenvolvimento da planta e que garantam o desempenho animal ao longo do ano e que traga sustentabilidade ao sistema (HOFFMAN et al., 2014).
O dilema em questão é como intensificar a produção pecuária por meio da otimização do manejo aliado às estratégias de produção de maneira sustentável, uma vez que há uma diversidade de estudos acerca do tema e que dificultam o entendimento dos produtores rurais em como saber qual ou quais estratégias são mais adequadas àquela realidade na qual estão inseridos.
Objetiva-se com o projeto definir as melhores estratégias de uso consciente e coerente de nitrogênio em pastagens, por meio do estudo das respostas produtivas do capim Marandu levantados em periódicos científicos e estruturar informações sobre faixas de respostas agronômicas e nutricionais que possam ser posteriormente repassadas aos produtores rurais de forma mais inteligível.