Embora a Revolução Copernicana tenha redefinido a percepção humana do universo, o ensino sobre esse evento histórico e suas implicações científicas ainda apresenta desafios no contexto educacional atual. Nesse cenário, surge a pesquisa, que busca analisar como o ensino da Revolução Copernicana pode contribuir para o desenvolvimento da Alfabetização Científica em alunos do primeiro ano do ensino médio. Assim, objetiva-se analisar, na perspectiva da professora-pesquisadora, o desenvolvimento de uma sequência de ensino e aprendizagem (SEA) sobre a Revolução Copernicana e sua contribuição para a Alfabetização Científica dos alunos. A pesquisa de natureza qualitativa, fundamentada em um estudo de caso, cujo contexto educacional foi documentado por gravações de áudio e registros dos materiais produzidos pelos estudantes e um diário de campo. A análise dos dados foi realizada por meio da análise temática e do Método de Análise de Conteúdo de Bardin. A pesquisa identificou dilemas práticos na implementação da SEA, como a dificuldade dos alunos em compreender conceitos abstratos e a necessidade de diversificar as estratégias de ensino. Observou-se também que o ensino da Revolução Copernicana contribuiu para o desenvolvimento da Alfabetização Científica dos alunos, evidenciado pelo uso mais preciso de termos e conceitos científicos e pela capacidade de formular explicações. A pesquisa demonstrou o potencial do ensino da Revolução Copernicana para a Alfabetização Científica dos alunos do ensino médio. A SEA desenvolvida foi aprimorada com base nos resultados da pesquisa, e um produto educacional foi criado para auxiliar outros professores na abordagem desse tema.

A Educação de Jovens e Adultos deve se ocupar do fortalecimento da cidadania e
emancipação dos sujeitos a que se destina, cumprindo os seus direitos sociais. E dentro desta
oferta, está o ensino da Matemática – uma disciplina que, atualmente, tem sua proposta focada
em sua função de promoção de desenvolvimento social junto à construção de conhecimentos
matemáticos de forma colaborativa. Para tanto, o processo de ensino tradicional vem cedendo
lugar à prática docente pautada em metodologias ativas, colaboradoras e inovadoras destinadas
aos jovens e adultos que vivem em sociedade e que retornam tardiamente à escola. Portanto,
esta dissertação ocupa-se de desmitificar a visão tradicional da prática docente e ofertar-lhe
subsídios para adesão aos novos formatos de ensino na disciplina, especialmente para esta
clientela. Seu objetivo geral foi contribuir para o aprimoramento da prática docente em
matemática na EJA através do uso de metodologias ativas, em especial o Método Trezentos,
procurando desencadear uma mudança nas estratégias de ensino e promover uma experiência
de aprendizagem mais significativa e emancipatória para os alunos dessa modalidade de ensino.
Cumpriu-se por meio de pesquisa qualitativa, de natureza aplicada, exploratório-descritiva. E,
na intenção de capacitar esta docência, ofertou-se um curso de formação continuada para o
trabalho com o Método Trezentos em sala de aula. O curso, certificado e gratuito, foi promovido
com atividades assíncronas, e síncronas, utilizando-se da Plataforma Canvas e por meios
eletrônicos para contato (e-mail, Google Meet e WhatsApp). Assim, a constituição dos dados
da pesquisa se deu junto à docência da Matemática participante voluntariamente,
preferencialmente àquela que atua na Educação de Jovens e Adultos. Esta identificou-se como
experiente na atuação com Jovens e Adultos, mas com enfrentamento de constantes desafios
em salas de aula, tais como o desinteresse por parte dos alunos para a disciplina e defasagem
em seus conteúdos ensinados. Identificou-se, por meio de suas falas, que a docência reconhece
a importância do curso de formação continuada enquanto uma possibilidade para mudança nas
estratégias/metodologias voltadas para a sua prática docente e, consequentemente, melhoria no
processo de ensino e aprendizagem. Enquanto parte do curso e avaliação da formação
continuada ofertada, obteve-se um modelo de aplicação do Método Trezentos formulado de
modo colaborativo pela docência, então formada, além de registros de respostas de
questionários (inicial e final) aplicados. A experiência efetiva de formação motivou a produção
de uma cartilha enquanto produto educacional e enquanto proposta multiplicadora da prática
docente de Matemática para o ensino de jovens e adultos. Concluiu-se que este método
colaborativo possa melhorar/ressignificar a prática docente na Educação de Jovens e Adultos e
promover êxito para o processo de ensino e aprendizagem da Matemática, sendo ainda
motivador e encorajador para a adoção e prática de outras metodologias ativas.

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para o sistema educacional, resultando na necessidade de reorganizar práticas educativas. As marcas na atuação de quatro docentes de Matemática na Educação Básica, durante e após o período de ensino remoto emergencial, são o foco da presente investigação, em que se adotou a escrita (auto)biográfica como mediadora para compreender os sentidos atribuídos às experiências profissionais destes docentes. Os objetivos específicos incluíram a identificação dos sentidos atribuídos às trajetórias de vida e formação dos docentes, a análise dos sentidos atribuídos pelos docentes às suas experiências durante e após o ensino remoto, a identificação de saberes docentes mobilizados na prática profissional, especialmente após o retorno presencial e a compreensão de como a escrita (auto)biográfica contribuiu para o desenvolvimento profissional docente. Para atender a esses objetivos, os dados foram constituídos por meio de um grupo de discussãoreflexão, memoriais de formação e do diário de campo da pesquisadora. A análise dos dados foi conduzida por meio de uma abordagem narrativa, que permitiu evidenciar as experiências e reflexões dos docentes em um contexto marcado pela pandemia de COVID-19 e pela adoção do ensino remoto, descortinando como os sujeitos em questão enfrentaram os desafios e se desenvolveram profissionalmente durante esse período. A metodologia empregada permitiu compreender os desafios e as possibilidades do ensino remoto, as experiências dos docentes e explorar também a interseção entre a escrita (auto)biográfica como ferramenta mediadora e o desenvolvimento profissional de docentes que ensinam matemática. Os resultados evidenciam que a escrita reflexiva pode funcionar como uma válvula de escape do cotidiano docente, uma vez que é o momento em que afloram as emoções das experiências, possibilitando a identificação de sentidos atribuídos pelos docentes às suas trajetórias de vida e formação, destacando a influência de experiências pessoais e acadêmicas na construção da identidade docente. Além disso, durante o período de ensino remoto, os docentes atribuíram sentidos variados às suas experiências, incluindo os desafios tecnológicos e oportunidades de inovação. Já após o retorno presencial, surgiram novos saberes docentes relacionados à combinação de abordagens presenciais e remotas, bem como à importância do apoio socioemocional. A escrita (auto)biográfica permitiu a construção de narrativas que fortaleceram a prática docente, demonstrando que a tomada de decisões pode ser embasada a partir da mobilização do processo reflexivo sobre as experiências, à medida que os registros são detalhados. Com base nesses resultados, desenvolveu-se um produto educacional que servirá como guia para docentes interessados na prática da escrita reflexiva como prática do cotidiano docente.

Desde 2020, vidas e rotinas sofreram consideráveis transformações devido à Pandemia de Covid-19. Professores, alunos, educação e escola foram especialmente impactados, mas, ao mesmo tempo, atores de destaque nesse cenário. Com a deflagração do ensino remoto, docentes e discentes tiveram de aprender e adaptar-se a diferentes metodologias e estratégias de ensino. A partir de entrevistas, buscaremos identificar os tipos de saberes em que professores de Física se apoiaram, uma vez que esses profissionais viram-se em uma situação completamente diferente daquela que vivenciavam, bem como entender quais medidas foram tomadas para o desenvolvimento de ferramentas didáticas nesse contexto singular. Nessa perspectiva, o presente trabalho pretende identificar como os professores refletem sobre suas experiências vividas durante o período remoto, e consequentemente, quais recursos foram utilizados para desenvolver o ensino dos alunos na pandemia. Com base nisso e em referências teóricas pretendeu-se elaborar como produto educacional, um guia contemplando possíveis ferramentas e estratégias, que poderá ser usado por outros professores em atividades remotas, à distância ou presenciais.

O presente trabalho de pesquisa, de caráter qualitativo, tem como objetivo central analisar as possibilidades e os desafios enfrentados pelos professores de Matemática ao inserir em suas práticas pedagógicas, na Educação de Jovens e Adultos, ferramentas tecnológicas. Buscará responder a seguinte questão de investigação: Na opinião dos professores de Matemática, a inserção de recursos tecnológicos nas práticas pedagógicas pode ou não contribuir para o ensino e aprendizagem de Matemática na Educação de Jovens e Adultos? Os dados a serem coletados e analisados, serão obtidos a partir da ministração de um minicurso que contará com a participação de docentes que trabalham ou já trabalharam com educação matemática na educação básica, no segmento da EJA. O Material a ser analisado será constituído a partir da aplicação de dois questionários e da transcrição dos encontros a serem realizados durante a ministração do minicurso. Para a análise dos dados será adotada a “Análise de Conteúdo”.

Este trabalho apresenta a pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (PPGECEM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), cujo intento foi responder a seguinte questão de pesquisa: De que forma vivenciar um ambiente sobre Modelagem Matemática pode contribuir para a formação de docentes que lecionam Matemática na Educação Básica? Para responder tal pergunta, objetiva-se compreender que potencial pedagógico, vivenciar um ambiente sobre Modelagem Matemática na perspectiva sociocrítica, por meio de um curso de formação continuada, pode proporcionar a docentes que lecionam Matemática na Educação Básica, para alcançar tal objetivo geral, elenca-se os seguintes objetivos específicos: i) Investigar o conhecimento de docentes participantes do curso de formação continuada sobre a utilização da Modelagem Matemática no contexto escolar, compreendendo os possíveis desafios (inseguranças e obstáculos) em relação ao trabalho (ou adoção da) metodologia; ii) Desenvolver um ambiente de aprendizagem que possibilite relacionar a teoria com a prática docente de uma Educação Matemática Crítica numa perspectiva de Modelagem Matemática; iii) Descrever as experiências dos docentes com a Modelagem Matemática, mediante uma discussão promovida sobre os relatos anteriores e posteriores à vivência do ambiente de aprendizagem promovido pelo curso de formação continuada; iv) Produzir um Guia Teórico Formativo (produto educacional) sobre a metodologia da Modelagem Matemática numa perspectiva sociocrítica que atenda aos anseios da comunidade acadêmica e sirva de subsídio para a formação continuada e práticas nas salas de aula de docentes da Educação Básica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com aproximações no tipo pesquisa-ação. Foi promovido um curso de formação continuada sobre Modelagem Matemática, denominado: ‘Um convite à Modelagem Matemática na Educação Básica’. Este curso ocorreu exclusivamente de forma remota, viabilizado por meio da plataforma Google Meet, com o auxílio do Google Classroon. Teve como participantes, oito docentes que ensinam Matemática em escolas públicas de Minas Gerais, no Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio. Foram seis encontros síncronos e remotos. Os instrumentos de constituição dos dados incluíram questionários, materiais produzidos ao longo do estudo (debates/sínteses textuais, diário de campo, planos de aula e suas apresentações). Os dados foram analisados de forma descritiva, a descrição contou com uma análise interpretativa/proveniente da observação participante da pesquisadora. Junto à pesquisa desenvolvida, foi produzido um Guia Teórico Formativo sobre a Metodologia da Modelagem Matemática numa Perspectiva Sociocrítica, que será disponibilizado como produto educacional. Como resultado da pesquisa, foi perceptível que a equipe docente, ao final do curso, reconheceu a Modelagem Matemática como uma metodologia de potencial pedagógico, contribuindo para ampliar o repertório das suas aulas. Os dados indicaram que a oferta de um curso de formação continuada sobre Modelagem Matemática na Perspectiva Sociocrítica, contribuiu tanto para identificação dos desafios enfrentados pelos docentes, quanto para oferta de possibilidades, que venham a contribuir para suas práticas pedagógicas da disciplina de Matemática, em salas de aula da Educação Básica.

Esta pesquisa tem como proposta trazer reflexões sobre o uso e contribuições de diferentes estratégias e o uso da metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação que dêem direcionamento de como ensinar e aprender matemática com o uso de jogos, mapas mentais e um ambiente escolar diferenciado, saindo da sala de aula, sempre pensando em um contexto inclusivo com estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Caracterizada em um estudo de caso, de cunho qualitativo descritivo, delimitamos como objetivo geral: refletir se o uso de diferentes estratégias de ensino contribuem para o foco, a organização dos conteúdos e o aprendizado de estudantes com TDAH em uma perspectiva inclusiva. Temos como objetivos específicos: i) investigar se o uso de mapas mentais e de jogos auxiliam na compreensão dos conteúdos revisionais; (ii) observar se o uso de outros espaços dentro do ambiente escolar, ou seja, sair da sala de aula, contribui para o foco do estudante; (iii) analisar se as estratégias favorecem o ensino na perspectiva inclusiva; (iv) observar a potencialidade da Sequência Didática (SD) para auxiliar na atenção de estudantes com TDAH e (v) refletir sobre a construção e o desenvolvimento de minhas práticas como professora para o aprendizado desses estudantes. Para alcançarmos estes objetivos, buscamos responder a seguinte questão de investigação: qual a potencialidade de utilizar diferentes estratégias para manter o foco do estudante com TDAH, possibilitando a organização dos conteúdos e a aprendizagem em uma perspectiva de educação matemática inclusiva? Para isso, utilizaremos uma sequência didática como metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de Matemática por meio de mapa mental, uso de jogos e utilização de outros espaços da escola, além da sala de aula. Temos como estratégias de construção dos dados, a partir da prática desenvolvida para auxiliar as pessoas com TDAH no âmbito escolar, a observação do uso e da construção do mapa mental, dos jogos e o sair de sala de aula.  As informações estão em forma de relatos, figuras, fotografias e anotações de diário de campo. A partir dos dados construídos, a análise foi feita por narrativas descritivas por meio das observações, imagens e relatos feitos no diário de campo da pesquisadora. As considerações indicam que o uso de mapas mentais auxiliam na organização dos conteúdos matemáticos, apesar dos estudantes demonstrarem uma resistência no início da construção. O uso de jogos contribui para o aprendizado, para socialização e inclusão em um ambiente lúdico. Percebemos também que sair de sala para estudar matemática em outros ambientes escolares se fez necessário e possibilitou o foco, atenção, socialização e inclusão dos estudantes com TDAH, em ambientes que continham mesas circulares e bancos que os estudantes tinham mais proximidade.

Nos últimos anos diversas pesquisas  em ensino de ciências evidenciam a relevância do papel desempenhado pela HFC no ensino e aprendizagem das ciências. Buscando melhorar a compreensão do desenvolvimento científico e propor discussões sobre conceitos astronômicos, este trabalho apresenta reflexões a respeito da “natureza da ciência” (NdC). Para tal, estudamos o período da revolução copernicana e a obra de Galileu Galilei, selecionamos e construímos textos com potencial pedagógico para a construção de uma sequência didática para aulas de Física e Astronomia para o nono ano do ensino fundamental II. Nestas atividades, além de discussões sobre  aspectos da história da revolução copernicana, discutimos aspectos culturais, políticos e econômicos da época, promovemos debates sobre os modelos geocêntrico e heliocêntrico. Posteriormente, discutimos textos que apresentam o personagem Galileu sob duas perspectivas: de um lado um  herói perseguido pela igreja e por outro lado um cientista com artimanhas de convencimento de suas idéias. Durante a intervenção pedagógica, realizada na Cooperativa de Ensino de Bambuí, coletamos os dados através de questionários semi estruturados, caderno de anotações do professor e gravação dos encontros online. Buscamos com estes dados analisar e problematizar percepções dos alunos sobre NdC. Categorizamos estas respostas sob a luz de concepções filosóficas como o relativismo ingênuo, o posicionamento empírico-indutivista, o racionalismo e o realismo. Observamos nos dados colhidos indícios de concepções de senso comum sobre o desenvolvimento científico, como por exemplo, a crença em um método científico rígido e infalível, interpretado como uma prova e representado idealmente como um algoritmo, a noção de cientistas serem gênios isolados da sociedade e a percepção das teorias científicas se desenvolverem por meio da razão pura, ou por dedução a partir de princípios que são conhecidos a priori. No decorrer das atividades, através dos debates, da leitura e discussão sobre os textos, problematizamos estas concepções. Por fim, concluímos que esta intervenção pedagógica funciona como problematizadora destas concepções do senso comum e auxilia na compreensão da história podendo proporcionar uma visão e um entendimento mais adequado do mundo à sua volta.  Por fim, ressaltamos que construir um material como este, apesar de trabalhoso, é fundamental para uma formação mais ampla e contemporânea do professor.

A presente pesquisa de caráter qualitativo teve por objetivo “analisar os aspectos de inserção e permanência de uma mestranda Surda no programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática de uma universidade no Sul de Minas”. Para a constituição dos dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com o corpo docente, a monitoria, o intérprete, a estudante Surda e uma representante do programa de acessibilidade da universidade. Também foram utilizados diários de campo redigidos ao longo das aulas do mestrado em que a estudante Surda esteve presente. As observações das aulas aconteceu no período de 13 de março de 2021 a 13 de agosto de 2021 de forma virtual por conta do cenário de pandemia causado pela COVID-19 e as entrevistas no período de 16 de junho de 2021 a 20 de agosto de 2021. Procuramos responder o seguinte questionamento: “que ações foram realizadas que pode contribuir para a inserção e permanência de uma estudante Surda que foi inserida em um programa de pós-graduação?.”. Para análise dos dados utilizamos a metodologia análise de conteúdo proposta por Bardin (2016) e Mendes e Miskulin (2017). Com os dados transcritos e analisados para a qualificação chegamos a três pré-categorias de análise, sendo elas: os aspectos da Surdez: comunicação, grupo majoritário e o português como segunda língua; a prática docente e os recursos didáticos utilizados para incluir uma Surda na pós-graduação; ações desenvolvidas pela universidade para contribuir no processo de inserção e permanência de uma mestranda Surda, o intérprete, as políticas de inclusão e o cenário pandêmico.

Este trabalho apresenta uma sequência didática (SD) para o ensino/aprendizagem da lei de indução eletromagnética, fundamentada no socioconstrutivismo, utilizando metodologias ativas e TDIC. O trabalho foi motivado pela necessidade, cada vez maior, de promover o desenvolvimento da cultura científica nos estudantes. A sequência foi desenvolvida com duas turmas do 3º EM, de um colégio militar no sul de Minas Gerais. O tema escolhido para as aulas costuma ser cobrado no ENEM e é um conteúdo em que os alunos invariavelmente apresentam dificuldades. A escolha das metodologias atendeu às sugestões e interesses dos próprios alunos, que responderam anonimamente a um questionário. A pesquisa foi de cunho qualitativa, do tipo exploratória, e teve como objetivo, a partir das respostas elaboradas pelos estudantes, verificar a potencialidade das atividades propostas na SD, na promoção do conhecimento. A análise dos dados buscou identificar se as aulas conseguiram promover o desenvolvimento da alfabetização científica e autonomia dos alunos para observar o cotidiano, identificando e sabendo explicar o princípio de funcionamento de diferentes usinas geradoras de energia elétrica, baseadas na indução eletromagnética. Além disso, também se buscou avaliar se a sequência conseguia promover o desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas do tipo dos propostos pelo ENEM.

A necessidade de explorar recursos metodológicos e acessíveis para trabalhar com estudantes com deficiência intelectual é assunto que faz parte do contexto escolar e nas últimas décadas vem sofrendo modificações para dar significado em relação à aprendizagem dos conteúdos básicos e socialização do indivíduo a ser incluído. O contexto educacional atual apresenta situações contraditórias acerca da inclusão, ofertando o ensino inclusivo sem que haja suporte necessário para seu atendimento. Nossa dissertação versa sobre a elaboração e execução de uma oficina de adaptação e construção de materiais de conteúdo de matemática, com seis encontros, que proporciona direcionamento e reflexão de um grupo de professores da educação básica formados em Matemática ou Pedagogia em torno das limitações e potencialidades do estudante com deficiência intelectual. Nosso objetivo foi o de “proporcionar a reflexão sobre o ensino inclusivo e despertar nos professores habilidades acerca da adaptação do conteúdo de matemática”. Para tanto, nos empenhamos em responder à seguinte questão direcionadora: Que significação é expressa por professores de Matemática e Pedagogos acerca do ensino inclusivo e à adaptação de materiais e conteúdos para estudantes com Deficiência Intelectual? Nos embasamos na visão teórica de Vigotski, e, assim, fundamentamos nossos objetivos e definimos nossas ações. Com uma abordagem qualitativa, utilizamos em nossa análise Núcleos de Significação para observarmos os dados coletados das reflexões dos professores em discussões sobre a deficiência intelectual e nos momentos práticos para adaptação de conteúdos de matemática. Desse modo, destacamos a importância da formação continuada do professor, em que as práticas de adaptação e a reflexão sobre a pessoa com deficiência venha fazer parte dessa construção profissional. E pudemos perceber que o contexto de trabalho em que o professor está inserido, bem como as ofertas de espaços formativos tendem a influenciar em suas Significações em relação ao ensino inclusivo e as práticas de adaptações curriculares.

Esta pesquisa tem como objetivo investigar como a Modelagem Matemática pode contribuir para o ensino e a aprendizagem de Matemática para discentes de um curso de Administração de uma faculdade privada de Ensino Superior do Sul de Minas. Para tanto, trabalhamos com uma turma do 3º período, do curso de Administração, composta por dezoito estudantes. A pesquisa tem caráter qualitativo referenciado pela Modelagem Matemática e Educação Matemática Crítica. Para constituição dos dados da pesquisa, foram realizadas entrevistas individuais e coletivas com a turma, devido à pandemia de COVID-19, esses encontros foram viabilizados a partir de ferramentas tecnológicas como o Google Meet que é uma sala virtual de comunicação por vídeo, o WhatsApp que é um aplicativo de mensagens instantâneas para Smartphones, a plataforma BlackBoard que é uma plataforma interativa com tecnologias educacionais e troca de e-mails. Foi produzido, durante a pesquisa, um produto educacional que tem a finalidade de servir para docentes de matemática e demais interessados que pretendam utilizar a Modelagem Matemática em suas práticas. Para análise dos resultados, inspirada na análise de conteúdo, foram elencadas três categorias: (a) Relação do conhecimento matemático com situações problema; (b) Formação cidadã para tomada de decisão de problemas matemáticos e não matemáticos; (c) Autonomia crítica e desenvolvimento de competências. Com os resultados obtidos nesta pesquisa, podemos verificar a contribuição que a Modelagem Matemática pode oferecer para o ensino e a aprendizagem da Matemática no Ensino Superior. Defendendo com isso, as potencialidades da Modelagem Matemática para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem de Matemática em sala de aula à luz da Educação Matemática Crítica. 

O objeto de investigação nesta pesquisa foi a organização de ensino proposta a partir da UD. Esta pesquisa é de abordagem qualitativa e tem a seguinte questão como orientadora da investigação: Que implicações a compreensão da essência do objeto da atividade de ensino tem para a organização do ensino de Trigonometria? Para responder esta questão, buscou-se analisar as potencialidades de uma unidade didática para o desenvolvimento da Trigonometria, elaborada utilizando-se a unidade dialética lógico-histórico como metodologia. Para melhor conduzir a evolução da pesquisa, definiu-se os seguintes objetivos específicos: analisar os sentidos pessoais do professor/pesquisador; analisar o movimento do pensamento (empírico ao concreto, do geral ao particular) objetivado na unidade didática; analisar os elementos de mediação produzidos pela cultura humana que podem desencadear o processo de significação e contribuir para o avanço do pensamento teórico em Trigonometria; analisar como as necessidades históricas para o desenvolvimento da Trigonometria contribuíram para a composição das Situações Desencadeadoras de Atividade (SDA), cuja intencionalidade é mobilizar os nexos conceituais do campo de conceitos da Trigonometria, suscitar a atividade de aprendizagem e criar zonas de desenvolvimento iminente. Como suporte teórico para a investigação tem-se a teoria histórico-cultural de Lev Semenovich Vigotski, a Teoria da Atividade de Alexei N. Leontiev e a teoria do Ensino Desenvolvimental de Vasili Vasilievich Davidov. A captação dos dados foi realizada por gravações de orientações, notas de estudo e reflexões pessoais. Por sua vez, definiu-se os conceitos do materialismo histórico-dialético como proposta metodológica para a análise e interpretação dos dados da pesquisa.

A presente pesquisa, de cunho qualitativo, está inserida no campo da Educação Matemática, mais especificamente na área das práticas pedagógicas e formação docente na perspectiva da Educação Inclusiva. Temos por objetivos: 1) conhecer a trajetória de formação de professoras e professores que ensinam Matemática na perspectiva inclusiva e 2) analisar as práticas docentes realizadas por professoras e professores que ensinam Matemática ao trabalhar com estudantes com Deficiência Intelectual. Buscamos responder à questão de investigação: que percepções professoras e professores de Matemática têm sobre o processo de ensino e de aprendizagem de Matemática com estudantes com Deficiência Intelectual? Para alcançar os objetivos traçados e responder a questão de investigação foi desenvolvido um curso intitulado “Roda de Conversa Virtual: A Matemática e a Deficiência Intelectual - compartilhando experiências” com três professoras e um professor de Matemática do sul de Minas Gerais que trabalhavam ou trabalharam com estudantes com Deficiência Intelectual em uma perspectiva Inclusiva. O curso teve como metodologia a perspectiva de grupo de discussão (WELLER, 2006) com duração de trinta horas, distribuídas em quatro encontros síncronos desenvolvidos no Google Meet e três assíncronos utilizando o Campus Virtual de uma Universidade Pública Federal. Os instrumentos utilizados para a constituição dos dados foram os gravadores de tela e voz, diário de bordo e os registros reflexivos. Como sustentação teórica apoiamo-nos nos saberes docentes e o ensino e aprendizagem na perspectiva histórico cultural de Vygotsky (2000, 2003, 2007) que serviram de subsídios para a análise. Optamos pela utilização de análise narrativa baseando-nos em Bertaux (2010) e Bolivar, Domingo e Fernandez (2001). O estudo possibilitou que observássemos as várias estratégias utilizadas por docentes que ensinam Matemática para a inclusão escolar e a aprendizagem significativa de conceitos matemáticos. Nosso estudo apontou que a utilização de materiais manipulativos como material dourado, palitos de picolé, jogos e o uso de TICs, quando disponíveis, podem ser importantes ferramentas para o ensino e aprendizagem de Matemática para estudantes com Deficiência Intelectual.

A pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como objetivo investigar se as (re)significações nas relações que professoras do Ensino Fundamental Anos Iniciais estabelecem com o saber disciplinar mobilizado para se ensinar Matemática, em um processo de formação compartilhada, podem suscitar a Atividade Docente. Temos como questão de investigação: Que relações estabelecidas com o saber matemático na Atividade Docente possibilitam o desenvolvimento profissional docente? Para isso, nos propomos: (1) analisar a relação que as professoras estabelecem com os saberes matemáticos mobilizados ao longo da sua trajetória de formação e profissional e (2) identificar as (re)significações das relações estabelecidas com os saberes matemáticos desenvolvidas na Atividade de Formação. A proposta foi fomentar um curso de extensão com encontros presenciais que ocorreram no período de outubro a dezembro de 2019, no qual as participantes da pesquisa foram professoras do Ensino Fundamental Anos Iniciais de uma escola da rede privada localizada no interior de Minas Gerais. Este curso foi organizado de forma a problematizar alguns mitos que envolvem a Matemática e o ensino da Matemática, além de propor situações que possibilitassem que as professoras estivessem em Atividade Docente, que propomos como a unidade entre a Atividade de Ensino e a Atividade de Formação, a práxis pedagógica. Os instrumentos de análise utilizados foram os registros orais obtidos por gravadores de voz e os memoriais produzidos pelas professoras, além do diário de campo da pesquisadora. Pautados na perspectiva histórico-cultural, utilizamos para a análise dos dados da pesquisa os núcleos de significação para a apreensão da constituição dos sentidos constituídos pelas participantes, formando os núcleos de significação Relação com os saberes docentes e Atividade de Formação. A partir desses núcleos, buscamos entender como as professoras concebiam a Matemática e propomos discussões para a reflexão de certos mitos em torno da Matemática. Buscamos identificar ainda, a relação com os saberes matemáticos mobilizados pelas professoras na Atividade de Formação, identificando medo, inferioridade, domínio e desafeição, todas relacionadas com vivências que as professoras tiveram quando ainda eram estudantes da educação básica. Na Atividade de Formação, as professoras refletiram sobre suas práticas e na dificuldade que seus alunos podem enfrentar ao estudarem o sistema decimal, caracterizando movimento dialético com a Atividade de Ensino, constituindo assim a Atividade Docente.

O presente trabalho propõe o desenvolvimento de uma atividade didática que busca tornar aulas de física mais engajadas, utilizando uma abordagem de ensino por investigação que parte de truques de mágica junto a alunos do Ensino Médio. Por meio da participação em um “show de mágica”, os alunos vivenciaram oportunidades para levantar hipóteses e testar suas ideias sobre os truques observados. Enquanto pesquisa, o trabalho possui as seguintes questões: o ensino por investigação proposto, a partir da mágica, tem potencialidade para contribuir com a Alfabetização Científica de estudantes? Além disso, a mágica mobilizou os estudantes a se envolverem na busca por explicações dos fenômenos? O referencial teórico é constituído, principalmente, a partir de obras que abordam o Ensino por Investigação e a Alfabetização Científica. A metodologia segue a linha qualitativa e a perspectiva de estudo de caso, analisando o desenvolvimento de uma Sequência de Ensino Investigativa (SEI) junto a alunos de uma escola privada do interior de Minas Gerais, com o objetivo de identificar indícios de AC no desenvolvimento de uma SD que propõe a mágica como elemento de mobilização. Além disso, se a mágica realmente teve papel mobilizador, para os estudantes, na busca de explicações para os fenômenos observados. Foram analisados os indicadores de Alfabetização Científica (SASSERON, 2008) durante o processo de apropriação do conhecimento de temas relacionados ao Eletromagnetismo, analisando as discussões orais, a partir da gravação de aulas e transcrição das falas, e um questionário individual feito pelos alunos ao final do processo. A partir dos resultados, foram evidenciados os indicadores de Alfabetização Científica presentes nas aulas e também a mobilização dos alunos em relação ao uso da mágica para o ensino de física, além das sugestões feitas em relação as possíveis melhorias para a aplicação da Sequência. Com isso, esperamos que a sequência possa servir como referência e inspiração a outros e a outras docentes.

A inclusão educacional de estudantes Surdas e Surdos tem sido alvo de discussões entre educadoras, educadores, pesquisadoras e pesquisadores. No Brasil, a atual Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva tem por objetivo assegurar que essa inclusão aconteça. Uma das ações dessa política é a oferta do Atendimento Educacional Especializado que trata da busca por uma formação integral através do apoio pedagógico disponibilizado no contraturno escolar. Essa ação visa auxiliar a estudante e o estudante com deficiência no seu processo educacional, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dessas e desses estudantes. A presente pesquisa tem por objetivo investigar e analisar as ações, as intervenções e as estratégias didático-pedagógicas que as professoras de um Centro de Atendimento Educacional Especializado desenvolvem para a complementação da formação Matemática com estudantes Surdas e Surdos. A abordagem metodológica empregada foi a qualitativa. A análise dos dados utilizada foi a “Análise de Conteúdo”, através de uma percepção interpretativo-compreensiva dos dados coletados nas entrevistas semiestruturadas realizadas com professoras que ensinam Matemática em um Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE). Também utilizamos a estratégia da análise documental para os planos de aula, cadernos de itinerância escolar, relatórios de atividades e planejamentos construídos e utilizados desde 2010. Os dados abordaram os depoimentos referentes às experiências e às estratégias didáticas utilizadas pelas professoras entrevistadas. Foram enumeradas três categorias de análise: (1) Estratégias didático-pedagógicas; (2) Processos de ensino e de aprendizagem de Matemática e (3) a parceria entre o Atendimento Educacional Especializado e a Escola Comum. A partir dos resultados obtidos, produzimos um Livreto contendo orientações e sugestões didático-pedagógicas para professoras, professores e profissionais que atuam na educação de Surdas e Surdos.

A construção de conhecimentos químicos, dentre os quais destacamos as concepções relacionadas às Transformações Químicas (TQ) e Transformações Físicas (TF), são fundamentais para o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes (MINAS GERAIS, 2007; BRASIL, 2017, 2002). Porém, para que estes conhecimentos se desenvolvam, faz-se necessária a prática docente que incentive o aluno à autonomia e a reflexão acerca da realidade na qual participa, buscando compreendê-la através das perspectivas científica, tecnológica, social e ambiental (CTSA) (SANTOS, 2008). Assim, entendemos que a contextualização pode se tornar um ponto de partida, para que o professor desenvolva a construção de conhecimentos científicos juntamente com os estudantes. Porém, é necessário que contextualização e desenvolvimento do pensamento científico, sejam tomados com o mesmo valor na prática escolar, resguardando a formação integral do aluno, que poderá de fato utilizar da ciência para se posicionar perante situações de seu cotidiano (SILVA; MARCONDES, 2014). No que diz respeito à construção do pensamento científico em química, autores dentre os quais destacamos Machado (2000), ressaltam a dificuldade de construção destes conhecimentos pelos estudantes, principalmente em relação a compreensão do universo submicroscópico. Tal dificuldade evidencia a necessidade de que o professor, enquanto mediador do processo de ensino e aprendizagem, incentive seus alunos a observar os fenômenos macroscópicos e posteriormente, a realizar uma imersão no universo submicroscópico. Tendo em vista esta necessidade da construção adequada das concepções submicroscópicas relacionadas à química, bem como de promover um ensino contextualizado, o presente estudo foi proposto visando responder os seguintes questionamentos: De que maneira os alunos do ensino médio se apropriam dos níveis do conhecimento químico - macroscópico, simbólico e submicroscópico, relacionados as Transformações Químicas e Físicas, durante uma sequência de ensino investigativa (SEI) envolvendo a temática mineração? Que potencialidades e limites podem ser identificados na ministração de uma SEI sobre mineração para a formação crítica e reflexiva de estudantes? Assim, temos o objetivo geral, de investigar como ocorreu a apropriação dos níveis do conhecimento químico relacionados às TQ e TF, e suas relações CTSA, em estudantes do 2° ano do Ensino Médio durante o desenvolvimento de uma SEI que possui por tema a mineração. Para tal, durante a SEI ministrada, foram propostas atividades, onde os estudantes puderam representar seus conhecimentos sobre TQ e TF, por meio de desenho, escrita e diálogo, bem como apresentar suas reflexões acerca das relações CTSA possibilitadas pelo tema. Iniciamos realizando uma análise reflexiva sobre a SEI proposta, indicando aprimoramentos de acordo com as vivências possibilitadas pela prática docente. Também nos dedicamos a analisar as respostas dos estudantes a seis perguntas abordadas no decorrer da SEI ministrada para investigar suas compreensões sobre TQ e TF. Por fim analisamos as respostas a outras duas perguntas e as cartas elaboradas pelos estudantes, buscando compreender quais concepções CTSA alcançaram. Os materiais elaborados pelos estudantes foram analisados por meio da análise de conteúdo de Bardin (2016). Por meio das categorias emergentes da análise, entendemos que a SEI ministrada possibilitou aos estudantes: reconhecer que a química pode ser explicada e compreendida por meio de seus três níveis do conhecimento, desenvolver habilidades em transitar nos três níveis para explicar as TQ e TF dos materiais e em especial pelos níveis submicroscópico e simbólico, no qual inicialmente tinham grande dificuldade; conscientização e tomada de decisões relacionadas a atividade mineradora, e o reconhecimento de impactos positivos e negativos da mineração na natureza e no desenvolvimento social e econômico.

O presente cenário educacional nos permite vivenciar um crescimento considerável no número de alunos que ingressam nos cursos a distância no Brasil, sendo ofertados por instituições públicas e privadas. A EaD é constituída por diversas características e vista como possibilidade de proporcionar acesso à formação para aqueles que, de outra forma não poderiam obtê-la, a partir da utilização da internet e da implementação de novas ferramentas didático-pedagógicas virtuais. Várias pesquisas já foram e continuam sendo realizadas no âmbito desse tema sobre a perspectiva de analisar, por diferentes ângulos, os fatores que determinam o sucesso e o fracasso dos alunos de cursos a distância. Nesta investigação exploratória o problema é: que possíveis fatores influenciam na permanência de estudantes em cursos de licenciatura em matemática a distância?. A pesquisa tem por objetivo “investigar as percepções dos estudantes de um curso de licenciatura em matemática à distância sobre os fatores que influenciam a sua permanência, partindo do pressuposto que o sucesso na formação do estudante é essencial em programas de formação de professores”. A metodologia adotada será quantitativa e qualitativa, partindo da revisão sistemática, realizada em cooperação com outros pesquisadores, com amplitude de cinco anos, nos periódicos disponíveis no Portal Capes e Google Acadêmico. Com base nela, foram identificados fatores já conhecidos como subsidio para identificação de roteiro de entrevista, que foi realizada com os alunos matriculados, concluintes e evadidos do curso de licenciatura em matemática ofertado por uma instituição pública de Minas Gerais. Os resultados demonstraram que alguns dos preditores já conhecidos na literatura demonstraram serem importantes, porém não são fatores determinantes para a decisão de permanecer ou evadir, como por exemplo estar matriculado em um curso de primeira opção. Fatores relacionados ao a falta de relação entre a teoria e a prática, ao treinamento inicial, a qualidade e a organização do curso e as motivações pessoais demonstraram ser determinantes para o abandono. Com base nos dados desses alunos foi possível desenvolver a elaboração de uma oficina virtual cujo conteúdo foi elaborado a partir dos resultados da pesquisa e validado por um grupo de especialistas.

O ensino de química abordado de maneira tradicional pode contribuir para a predominância de um ensino descontextualizado, passivo e pouco reflexivo, sem espaço para os alunos apresentarem as suas ideias, argumentos ou até mesmo, questionar a aplicabilidade do conhecimento científico. Diante deste contexto, o presente trabalho buscou investigar os raciocínios argumentativos construídos pelos estudantes do 3o ano do ensino médio ao longo de uma Sequência de Aulas (SA) centrada no Estudo de Caso “Consumo de Iogurtes”. O Caso trata especificamente da Jenifer, uma adolescente que está vivendo um momento de ansiedade e preocupada com a sua saúde e bem-estar, a estudante solicita ajuda para aprender sobre laticínios e a dieta do iogurte. Diante desse contexto, o Caso convida o leitor a encontrar possíveis soluções para a dieta da Jenifer conforme as suas especificidades. A SA foi ministrada em duas turmas de uma escola pública, totalizando oito aulas, com duração de 50 minutos cada, gravadas em áudio e vídeo. Os dados analisados nessa dissertação foram especificamente: i) a questão “Você indicaria algum iogurte para a Jenifer a partir dos critérios analisados? Justifique”, contida no questionário da análise sensorial da aula 4, ii) trabalho escrito entregue na aula 7 e o iii) trabalho oral com a solução do Caso apresentado na aula 8. Para verificar se os objetivos do estudo foram alcançados, analisou-se os argumentos dos alunos sistematizados através dos raciocínios argumentativos e os níveis de complexidade, conforme a metodologia desenvolvida por Martins e Justi (2017), bem como as características de “um bom caso” de acordo com Herreid (1998a) e Graham (2010). A partir da observação da narrativa do Caso, ressaltamos que a maioria das características de um “bom caso” foram contempladas. Quanto a análise das argumentações à respeito da escolha do iogurte através dos raciocínios argumentativos, pode-se verificar algumas mudanças quanto à escolha do iogurte, o que pode ter ocorrido em decorrência das atividades realizadas na SA. Observou-se que pelas respostas ao questionário de análise  sensorial (Aula 4), a maioria dos grupos escolheu o iogurte C, a qual pode estar relacionada por ser um iogurte consumido frequentemente e que mais agrada ao paladar e, ao analisar a escolha do iogurte pelo trabalho escrito e oral houve alteração em relação a sua primeira escolha, esta mudança pode estar relacionada com a atividade de análise dos rótulos (Aula 5), momento que os estudantes puderam analisar a composição nutricional dos iogurtes e as justificativas começaram a ser baseadas em conhecimentos científicos como: a presença de menor quantidade de carboidratos ou lipídeos. Várias foram às indicações dos estudantes originando várias linhas de raciocínios argumentativos (LRA) com diferentes níveis de complexidade. Ao comparar o número de LRA verificamos que no momento final os estudantes explicitaram cinco vezes mais LRA do que o apresentado no momento da análise sensorial indicando que o Estudo de Caso pode ter contribuído para o processo de tomada de decisão e formulação dos argumentos.