CULTURA DE ANTERAS PARA OBTENÇÃO DE DUPLO-HAPLOIDE EM TRIGO
Um dos principais gargalos do melhoramento de plantas é o tempo para a obtenção de uma nova cultivar. Em média, nos programas de melhoramento de trigo, são necessários de 7 a 8 anos para se chegar à nova cultivar. Durante este período muita coisa pode mudar, inclusive os objetivos podem não ser mais os mesmos. Pensando nisso, metodologias e ferramentas que aceleram o processo são extremamente importantes. Dentre algumas opções destaca-se a metodologia de obtenção de linhagens via duplo-haploides. Uma das técnicas utilizadas é a androgênese por meio da cultura de anteras in vitro. Diante disto, o objetivo deste trabalho é avaliar a possibilidade de reduzir o tempo para obtenção de linhagens, por meio da produção de duplo-haploides via cultura de anteras. Portanto, serão comparados dois diferentes meios de cultura com duas fontes de açúcares diferentes para avaliar a indução de calos: MS1 com 90 g/L de maltose, MS1 com 90 g/L de sacarose, MS2 com 90 g/L de maltose e MS2 com 90 g/L de sacarose, totalizando quatro tratamentos com seis repetições em delineamento inteiramente casualizado. Posteriormente a regeneração de plantas haploides, aclimatização e duplicação cromossômica será realizada de acordo com a metodologia descrita por Hassan e Islam, 2021. No primeiro experimento serão avaliados quatro cultivares (linhagens), sendo as mesmas: BRS 264, MGS Brilhante, TBIO Aton e TBIO Duque, para mitigar possíveis questões de interação Genótipo VS meio de cultura. Após concluída a primeira etapa, no segundo experimento serão utilizadas duas gerações F2 oriundas do cruzamento entre as linhagens BRS 264 x TBIO Duque e TBIO Aton x MGS Brilhante. Os dados avaliados serão registrados com base na embriogênese e regeneração. Serão avaliados no meio de indução o diâmetro dos calos e das estruturas semelhantes à embriões (ESE) quando seu tamanho for de 0,5 a 0,75 mm. Essa medida será tomada com o auxílio da lupa e do software Image J. No meio de regeneração, será realizada a contagem do número de plântulas verdes regeneradas (PVR), de plântulas albinas regeneradas (PAR) e a regeneração total de plântulas (RTP). Esses dados serão apresentados com número de estruturas semelhantes a embriões por 100 anteras (ESE/100 anteras); o número de plântulas verdes regeneradas por 100 embriões (PVR/100 ESE); o número de plântulas albinas regeneradas por 100 embriões (PAR/100 ESE); e a regeneração total de plantas (RTP); expresso pela soma do número de plântulas verdes e albinas por 100 embriões (RTP/100 ESE). A ploidia das plantas será determinada utilizando a citometria de fluxo. Para avaliar se o efeito do genótipo e dos diferentes tratamentos possui diferenças significativas, os dados avaliados serão analisados por uma ANAVA (análise de variância) usando o software R Core Team. Comparações múltiplas de médias com teste de Tukey (P<0,05) serão realizadas usando o mesmo programa.