HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO PROGRAMA

HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO PROGRAMA

O curso de pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFLA é pioneiro no Brasil em sua área de abrangência, tornando-o especialmente relevante. O Programa é desenvolvido sob a responsabilidade do Departamento de Agricultura (DAG) da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (ESAL), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG. A UFLA é considerada uma das melhores universidades do país, estando a anos entre as mais qualificadas, o que denota uma instituição consolidada. A excelência da UFLA foi concretizada mais uma vez em 2024. O resultado alcançado no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador que considera a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação, foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação (Inep/MEC), a Instituição recebeu o conceito máximo (5), desempenho que se repete desde 2008. Nas classificações, a UFLA é a 10ª melhor universidade federal do País, a 12ª entre as universidades públicas e a 3ª de Minas Gerais. Apenas 2% das instituições do Brasil situam-se nesta faixa de excelência com nota máxima, reforçando o compromisso da instituição em oferecer um ensino com qualidade tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. Instituição muito bem avaliada em rankings internacionais também, como Times Higher Education (THE) University Impact Rankings sendo ranqueada em 2024 em 9 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), melhorando o posicionamento em alguns dos objetivos, com destaque para o desempenho da UFLA relacionado às ações de combate à fome (ODS 2), figurando entre as 200 melhores instituições do mundo.

A Escola de Agricultura foi criada em 1908 e com a evolução, no final da década de 1960, houve a criação do Departamento de Agricultura, que antes mesmo de ter um programa de pós-graduação, foi pioneiro no desenvolvimento de projetos de pesquisa realizados em parceria com o Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura (DNPEA) e, posteriormente, com o Programa Integrado de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (PIPAEMG), que precedeu a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Com o crescimento da Escola e o impacto da formação acadêmica e das pesquisas realizadas, aliados à crescente demanda por profissionais com elevada especialização, devido ao rápido crescimento econômico que o Brasil experimentava na década de 1970, surgiu então a proposta de criação do curso de pós-graduação, em uma área extremamente demandada e estratégica para o país. Nessa época alguns professores estavam afastados para realizar seus cursos de pós-graduação, vários no exterior. Assim, foram iniciados os estudos para implantação do curso de mestrado em Fitotecnia, cuja aprovação ocorreu em 1974, por meio do Ofício nº 4177, de 23 de agosto de 1974, do Ministério da Educação.

O curso de Pós-Graduação em Fitotecnia iniciou suas atividades em 1975 contemplando temas em Fruticultura, Cafeicultura, Melhoramento de Plantas, Olericultura, Leguminosas, Tabaco e Solos. Em Domínio Conexo envolvia a formação em Estatística, Bioquímica, Fisiologia Vegetal, Genética, Solos, Fitossanidade, Sementes, Economia Agrícola, Comercialização, Irrigação e Drenagem. O Programa era composto por 40 docentes e 3 pesquisadores da EPAMIG. O curso de Mestrado em Agronomia/Fitotecnia tinha como finalidade contribuir para o aprimoramento de profissionais para as atividades de ensino superior e de pesquisas da área agrícola, colaborando diretamente para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Com os impactos e a demanda, em 1989 foi criado o curso de Doutorado, com a primeira tese defendida em 1992.

Desde a criação do curso, os egressos formados apresentavam grande inserção e impacto junto ao agronegócio nacional e internacional.  Até o final de 2024 o programa já possibilitou a conclusão de 1010 dissertações de mestrado e 607 teses de doutorado, reforçando sua importância na formação de recursos humanos. Além dos impactos nacionais, como forma de excelência, o Programa tem grande preocupação com o processo de internacionalização. Para isso, o intercâmbio de docentes sempre foi bastante estimulado, com a realização de pós-doutoramento ou atividades em parcerias em projetos de pesquisa com instituições e pesquisadores estrangeiros de curta ou longa duração. O Programa também trabalha e estimula a internacionalização por meio de discentes, em que os mesmos são preparados e estimulados para essa atividade desde o início do curso, como a participação no Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE-CAPES) ou por meio de atividades de pesquisa no exterior por meio de outras parcerias. 

Desde a sua criação, o Programa tem sido responsável pela formação de profissionais especializados para atuar na área de Fitotecnia, atendendo às exigências de uma agricultura norteada em tecnologia e inovação, mas sempre considerando a sustentabilidade com inerente preocupação com o meio ambiente. As primeiras pesquisas seguiram as aptidões agrícolas do estado, onde sempre foram importantes as culturas do milho, soja, feijão e café. Também se destacaram as pesquisas em horticultura, para produção em larga escala ou por pequenos agricultores, com enfoque em auxiliar no aumento de produtividade. Reflexos esses, ainda da Revolução Verde, iniciada no final da década de 1960 nos EUA, mas que norteou a agricultura na década seguinte, tanto nos EUA como no Brasil. Dessa forma, o incentivo ao desenvolvimento tecnológico foi base para aumento de produtividade das produções agrícolas. Com o avanço do programa, além dessas, no final da década de 1970, outras culturas passaram a ser foco das pesquisas como o tabaco, algodão, eucalipto e plantas ornamentais.

Ao longo do tempo, as abordagens vêm sendo aprimoradas, tendo como premissa acompanhar a evolução e as mudanças mundiais, norteando a formação dos discentes de forma integrada e multidisciplinar no contexto da Fitotecnia, o que torna o Programa consolidado e desfrutando de alto conceito e impacto na área agrícola nacional e com consistente e relevante crescimento da inserção internacional, seja dos discentes, dos docentes, dos projetos e das publicações. Assim, abordagens relativas ao ambiente, considerando as mudanças climáticas e as alterações ocasionadas na produção agrícola em regiões tropicais e subtropicais, atendendo ao mercado interno e externo, são temáticas que levaram à criação de novas disciplinas, ou atualização de ementas, além de nortear as pesquisas. O efeito de estresses bióticos e abióticos e como mitigá-los, criando soluções para manutenção da produção agrícola, além de produção agrícola de forma a proporcionar segurança alimentar com preocupação nutricional e sustentabilidade são temas de pesquisa e de conhecimento transmitido nas disciplinas. Outro foco são os estudos de áreas verdes, envolvendo suas características e impactos, assim como novas tendências de agricultura urbana, temáticas essas desenvolvidas para atender à qualidade de vida das sociedades. Ainda, com a demanda atual no escopo da Agricultura em que se contemplada o estudo e integração de sistemas agrícolas de produção, uso sustentável dos recursos naturais em modelos de agricultura circular, além de aplicações  e interfaces de tecnologias avançadas  relativas à agricultura digital, como monitoramento remoto, automação, Data Science, uso de drones, imagens de alta resolução e as ferramentas de inteligência artificial aplicadas à produção agrícola, entre outras, também fazem parte das temáticas gerais do Programa.

O objetivo principal do PPGAFIT é qualificar recursos humanos para atuação em ensino, pesquisa, extensão, gestão, docência e produção nas diferentes áreas da Produção Vegetal, com subsídios para um desenvolvimento agrícola viável e sustentável, visando a expansão do agronegócio mundial e sobretudo o nacional. Assim, a formação oferecida pelo PPGAFIT deve:

  1. Propor, de forma competente, a resolução de problemas técnico-científicos em suas áreas de conhecimento;
  2. Contribuir para o desenvolvimento de produtos e processos tecnológicos inovadores, economicamente e ambientalmente sustentáveis;
  3. Desenvolver e aplicar processos educacionais inovadores que promovam o desenvolvimento humano qualificado e a cidadania, visando soluções de problemas para a sociedade e segurança alimentar mundial;
  4. Fundamentar as condutas científicas e pedagógicas em padrões éticos e socialmente responsáveis. 

Para o atendimento aos objetivos, o PPGAFIT tem como missão a formação qualificada de discentes, nos cursos de mestrado e doutorado, no âmbito do ensino, pesquisa e extensão da Agronomia/Fitotecnia, área de Produção Vegetal. Considerando a formação e aptidão dos discentes, o Programa promove sólida formação científica e profissional para capacitá-los a desenvolver ciência e tecnologias inovadoras para resolução de problemas, considerando os aspectos econômicos, políticos, sociais, ambientais e culturais, a partir de uma visão ética e humanística da sociedade. Tudo isso é fundamental para que o egresso esteja preparado para novos desafios, assim como atuar e dar continuidade à importante e destacada produção agrícola nacional.

No último semestre do quadriênio 2021-24, 139 discentes estavam regularmente matriculados no Programa, sendo 83 de doutorado e 56 de mestrado, com grande parte dos discentes contemplados com bolsa de estudos, 95, concedidas pelas agências oficiais de apoio ao ensino e pesquisa, como a CAPES, CNPq e FAPEMIG, além de projetos com a EMBRAPA e com a iniciativa privada, em casos esporádicos.

Os profissionais formados pelo Programa têm origem geográfica e social, além de formação, diversificadas, e os egressos atuam em pesquisa e ensino de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias no Brasil e em outros países, além da iniciativa privada. O elevado percentual de egressos com sucesso em sua atuação profissional tem comprovado a coerência e a consistência do Programa e do corpo docente. Com o Programa de Pós-graduação, os discentes são capacitados para produzir novas tecnologias, que permitam a exploração agrícola cada vez mais eficiente, visando à melhoria da qualidade de vida e aumento da produção de alimentos, com sustentabilidade e preservação do ambiente. Os discentes recebem formação em ações interligadas em ensino, pesquisa e extensão nas diferentes linhas da área de Produção vegetal, assim adquirem habilidades e competências para atuar no mercado de trabalho com excelência. Todas as ações do Programa no âmbito do ensino, da pesquisa e ou extensão são norteadas por três grandes temas:

  1. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS PARA O MUNDO: o grande desafio para as próximas décadas é a produção de alimentos em quantidade suficiente para alimentar a população mundial e de forma segura e viável economicamente. As pesquisas objetivam o aumento da produtividade pelo desenvolvimento de variedades mais produtivas, resistentes e adaptadas, com o estabelecimento de sistemas eficientes de produção, desde a correção dos solos, produção de sementes, técnicas para maior tolerância aos estresses abióticos até a proteção de plantas contra pragas e patógenos.
  2. SUSTENTABILIDADE E PRESERVAÇÃO: foco no uso da terra e da água associando às práticas de produção sustentável. Considerando o desenvolvimento urbano e rural e suas relações com a preservação ambiental, cultural, econômica e social.
  3. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E BIOTECNOLOGIA: estímulo ao desenvolvimento e uso de novas e avançadas tecnologias de produção e processamento de dados e uso de técnicas biotecnológicas visando ao aumento de produção e produtividade.

A atuação do PPGAFIT envolve desde a pesquisa, prospecção e melhoramento de novas cultivares adaptadas a diferentes condições dos modelos produtivos nos trópicos, como também estudos em sistemas de produção envolvendo fatores desde a implantação, condução e colheita tanto de grandes culturas como plantas hortícolas, incluindo tecnologias específicas para produção de sementes até o uso de técnicas biotecnológicas e avançados recursos tecnológicos, incluindo diversas ferramentas de agricultura de precisão e digital. Assim essa abrangência, aplicabilidade e capacidade de inovar posicionam o programa na vanguarda do desenvolvimento científico, reafirmando seu compromisso com a educação e a pesquisa de alto impacto para a sociedade.

 Texto elaborado pela Coordenação do PPGAFIT 2021-2024.

 

 

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