EXPERIÊNCIA E MEMÓRIA NA DOCÊNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Docência. Educação Infantil. Experiência. Formação Continuada.
A formação de professores implica em uma investigação constante, estando a qualidade da Educação Infantil fortemente associada a esta condição. Na teoria de Antônio Nóvoa, a docência só vai se formar e se constituir profissionalmente quando estiver diante de processos reflexivos e investigativos de suas práticas, devendo entendê-los como processos inacabados, sendo que todo processo formativo se dá mediante construtivismo, ocorrendo de dentro para fora, no espaço escolar e mediante colaboração dos pares envolvidos. Na filosofia de Walter Benjamin, associa-se a constituição docente à experiência estética do professor, desmistificando a imposição tecnológica e científica únicas do conhecimento a ser adquirido e praticado. Objetivou-se analisar, por meio de interpretação das imagens, o lugar da experiência (estética) e da memória na constituição da profissão docente da Educação Infantil. Cumpriu-se mediante uma pesquisa exploratória-descritiva junto a imagens oriundas da participação voluntária de professores da Educação Infantil, constituindo-se dados coletados durante um curso de formação (sendo este também o produto educacional da pesquisa). Os resultados (produtos de narrativas) foram organizados em construções de imagens dialéticas (cenas) que culminaram com a composição de um mosaico da experiência e memória da docência, resumindo-se em uma atividade artística e estética. Constituíram-se junto à docência artesã de suas histórias e dominadora de suas narrativas, como uma técnica de formação de releituras de singularidades, organizadas e interpretadas através de acontecimentos/objetos históricos. Concluiu-se que o lugar da experiência (estética) e da memória na constituição da profissão docente da Educação Infantil, a partir do seu mosaico artístico e da análise dia ética das imagens, e da história a contrapelo, permite afirmar que a docência da Educação Infantil se constitui como profissional que aprendeu a sentir-se professor, por vontade (sonho), motivação ou influências, desde a formação inicial até as suas práticas e relações de colaboração com seus pares na escola, enquanto espaço formativo continuado e complementar à extensão universitária (ao diploma), e que compartilha vivências porque vive e trabalha na coletividade, se fortalecendo para que os seus desafios e incertezas possam ser amenizados, ao mesmo passo que as suas aspirações possam ser fortalecidas e que sua figura social seja reconhecida e valorizada pela sociedade como um todo, a partir de sua riqueza maior – que é a sua experiência.