DESAFIOS DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM CEGUEIRA E BAIXA VISÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA, NA PERSPECTIVA DOS SUJEITOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO.
Educação Inclusiva; Educação Especial; Atendimento Educacional Especializado; Acolhimento; Deficiência Visual.
Nas últimas décadas, no Brasil, após amplos debates e implementação das políticas públicas de Educação Especial, estudantes com cegueira e baixa visão, assim como outros estudantes que já faziam parte da modalidade de ensino Educação Especial, tiveram acesso à escolarização em escolas/classes comuns da educação básica. O que tem representado um grande desafio para os profissionais da educação que não tiveram formação para o referido atendimento, mas também para os estudantes que chegam aos educandários e são obrigados a se adaptarem em locais inadequados, de forma improvisada, sem levar em consideração as suas necessidades. Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar a inclusão de estudantes com cegueira e baixa visão nas escolas estaduais vinculadas a Superintendência Regional de Ensino de Teófilo Otoni, na perspectiva dos sujeitos envolvidos neste processo. Apresenta como objetivos específicos, mapear as políticas públicas nacionais e estaduais de Minas Gerais sobre o atendimento escolar de estudantes cegos e BV, tomando como referências os Institutos Benjamin Constant no Rio de Janeiro e São RAFAEL em Belo Horizonte; apresentar as práticas realizadas nas escolas investigadas para a inclusão deste público, bem como os desafios enfrentados; elaborar um e-book em forma de guia de colaboração para as escolas no processo de inclusão de estudantes cegos e com BV como produto educacional desta dissertação e contribuir para o desenvolvimento de estratégias de acolhimento que considerem a diversidade de necessidades dos estudantes. Busca-se ainda, compreender como acontece e se acontece momentos de acolhimento inicial nas escolas quando da entrada/matrícula do estudante com cegueira e baixa visão – BV na educação básica? Como a gestão escolar e pedagógica se preparam para recebê-los? Como os discentes percebem a proposta trabalhada no espaço escolar? Com base nisso, a abordagem metodológica alinhou-se a uma pesquisa qualiquantitativa e de cunho exploratório, a partir de uma revisão bibliográfica de trabalhos sobre a temática, bem como através da coleta de dados que serão levantados a partir da formatação de um questionário composto de perguntas estruturadas que serão respondidos individualmente pelos gestores, especialistas da educação básica e alunos das escolas pesquisadas. Assim, para a efetivação dos objetivos propostos foi realizada uma pesquisa teórica dos autores que embasam os estudos, Pinheiro (2003), Oliveira (1994), Connor (2014), ICE (2020), Garcez (202,1), Duran (2006), Freire (2021), Diniz (2012) e documentos oficiais orientadores da Educação Especial e Inclusiva, do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Pretende-se, com os resultados dessa pesquisa, contribuir para a construção de concepções e práticas de acolhimento em que os envolvidos possam rever estereótipos de exclusão e preconceitos no contexto escolar e que a proposta de educação inclusiva seja reafirmada no interior dos educandários.