CAPITAL CULTURAL E TECNOLOGIAS DIGITAIS: NOVAS FORMAS DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL
Desigualdade educacional; Tecnologia digital; Habitus; Capital cultural.
A partir do referencial teórico de Pierre Bourdieu, este artigo analisa como o capital cultural e
o habitus dos alunos do Ensino Médio, de escolas pública e privada, condicionam o uso das
tecnologias digitais e como essa prática contribuiu para a (re) produção das as desigualdades
educacionais. A metodologia combina revisão de literatura sobre letramento digital e o
arcabouço bourdieusiano a uma pesquisa de campo qualitativa, que incluiu entrevistas
semiestruturadas e observação participante. Esse estudo defende a hipótese de que a mera
disponibilidade tecnológica não promove equidade, uma vez que o habitus preexistente
condiciona a apropriação dos recursos. Assim, projeta-se que estudantes com maior capital
cultural tendam a utilizar os dispositivos para fins acadêmicos e de distinção, enquanto outros
se voltarão a um uso focado em entretenimento, replicando as clivagens sociais no ambiente
digital e, potencialmente, aprofundando a desigualdade de oportunidades.