A EMULAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: DAS CONCEPÇÕES À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Concepção Docente; Emulação; Educação Física Escolar; Organização do Trabalho Pedagógico.
A presente investigação averiguou como os docentes de Educação Física que atuam no Ensino Fundamental I compreendem a emulação e de que forma eles desenvolvem a organização do seu trabalho pedagógico em relação ao tema. Justifica-se pela sua essencialidade para a Educação Física Escolar, considerando as positividades e possibilidades formativas que podem ser oferecidas aos aprendizes a partir de um entendimento mais amplo do fenômeno emulativo pelos docentes, o que pode ser alcançado por meio do seu aprimoramento pedagógico. Tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, sob um desenho narrativo. Contou com a participação de doze docentes. A coleta foi realizada por meio da observação de algumas aulas dos docentes participantes, o que possibilitou a confecção do diário de campo, além da realização de entrevistas semiestruturadas. Os resultados foram analisados através da triangulação das informações, articulando as referências bibliográficas, o diário de campo e as entrevistas com os participantes, no intuito de corroborar a literatura existente ou propor novas considerações sobre as questões abordadas. Ao analisarmos as concepções dos(as) participantes sobre a emulação, observamos noções insipientes epistemologicamente, quando se pensa a complexidade do fenômeno emulativo entremeado ao o universo do jogo. Essa limitação conceitual docente provavelmente derive de suas histórias de vida e formação, cujas oportunidades emulativas estiveram sempre associadas à esportivização e à busca por desempenho. Além disso, constatou-se ainda, que a maioria dos(as) professores(as) de Educação Física organiza seu trabalho pedagógico para abordar a emulação em sincronia com as suas noções conceituais, ou seja, buscam motivar os(as) alunos(as) para competirem nas atividades da aula e as intervenções pedagógicas, por sua vez, ocorrem fortuitamente, somente ante a intempéries ou situações extremas de conflitos. Essas abordagens didáticas mostraram-se insuficientes e não foram eficazes em várias situações presenciadas, engendrando exclusão, bullying educacional e esportivo, que afetaram alunos(as) de diferentes maneiras, com raras e pontuais exceções. Em última análise, entendemos que uma das principais contribuições deste estudo foi identificar a dimensão educacional da emulação, trazendo, a partir dos disparadores emulativos pedagógicos presentes na ambientação do jogo, oportunidades de formação humanística e emancipatória, de modo a fomentar a Boa Éris hesiódica às aulas de Educação Física.