O QUE FIZEMOS DA AIDS: ENTRE REPRESENTAÇÕES E NEGOCIAÇÕES DOS CORPOS SOROPPSITIVOS EM APARATOS CULTURAIS
HIV/aids; Sexualidades; Educação; Saúde; Representações
A epidemia de aids da década de 1980 contribuiu para uma maior segregação social das entendidas minorias sociais, inicial e principalmente dos homossexuais masculinos cisgêneros. Por ser uma infecção nova, a aids sofreu influência das articulações entre os discursos midiáticos e médicos que construíram verdades sobre a nova condição de saúde na década de 1980, as quais ainda hoje reverberam em nossa sociedade, segregando pessoas. No Brasil, o atendimento, tratamento e controle da infecção pelo vírus HIV e da doença aids são gratuitos desde 1996, mas o número de infecções vem aumentando e pouco se fala sobre o tema em sociedade. Ao descobrir-se soropositivo/soropositiva uma nova realidade se abre e, com ela, novas possibilidades do exercício da existência em sociedade, perpassadas pelas imagens do preconceito, da subjetividade e da ação social. Ainda hoje temos contato com propagandas, campanhas, filmes, textos e imagens que veiculam e ensinam sobre a soropositividade de uma maneira muitas vezes ligada ao início da epidemia em 1980. Investigar as representações da aids nos aparatos culturais é o objetivo desse projeto de pesquisa. As representações criadas sobre a soropositividade são importantes para que entendamos como e se a imagem criada na década de 1980 sofreu modificações e como esses aparatos culturais tem ensinado sobre a soropositividade. Pretende-se, assim, contribuir para que o debate sobre HIV/aids em sociedade seja mantido e traga junto dele as análises contextuais da saúde, educação, cultura, política e sociedade, perpassadas pelos estudos de gênero e sexualidades.