INDISCIPLINA NA ESCOLA: O QUE FAZER?
Indisciplina. Construção conjunta. Diálogo. Mudanças.
Esta pesquisa tem por objetivo investigar possíveis estratégias que professores podem utilizar para lidar com os conflitos decorrentes das condutas de estudantes, que são consideradas como indisciplinas pela escola. Isto porque é muito comum professores se queixarem de tais condutas. Sou professora de Ciências no Ensino Fundamental e me deparo com essa realidade. Por essa razão, o problema de pesquisa pode ser descrito nos seguintes termos: o que é possível, nas condições que temos, numa escola, fazer para que professores(as) e demais profissionais da educação consigam lidar melhor com os conflitos classificados como indisciplina, assim como melhorar a relação da escola com os(as) estudantes? Nossos estudos apoiaram-se principalmente em Freire, Arroyo, Aquino, Teixeira e demais estudiosos do assunto. A pesquisa utilizou como percurso metodológico a pesquisa qualitativa de caráter teórico-empírica, porque como professora, estou imersa no espaço na minha escola e observei amplamente o que acontecia por lá, interessei-me e passei a conhecer melhor a história dos nossos educandos e meu olhar se tornou muito diferente. Fiz entrevistas e na hora de interferir com professores e diretora fez diferença. Me apoiei na pesquisa participativa parcial, investiguei a partir desse local, onde é meu trabalho, em construção conjunta com a equipe pedagógica, o que envolveu o desenvolvimento de um plano de intervenção com os pares, assim como refletir, avaliar coletivamente, perceber os acertos e erros, reaplicar ações, com direito a idas e voltas, numa relação dialógica, livre e significativa. Para elucidar a pesquisa, o plano de intervenção foi realizado por meio de um minicurso para formação de professores, com material desenvolvido conforme aporte teórico selecionado com os estudos já realizados, além de outros artefatos culturais, como vídeos, ilustrações, obras de arte, trechos de filmes. O minicurso foi planejado e realizado com anuência da gestão escolar e do corpo docente, utilizando recursos da própria escola, em momentos extraclasse. A nossa intenção foi pensar numa ação que pudesse servir para outras escolas. Parte da pesquisa utilizou a revisão de literatura para o histórico dos acontecimentos envolvendo as questões disciplinares nas escolas, tendo como conceitos mais relevantes: a dialogicidade, a abertura a mudanças, a conquista do espaço da reflexão sobre a própria prática com a teoria acerca do tema. E por meio do plano de intervenção, na forma de minicurso, foram debatidas algumas práticas pedagógicas desenvolvidas com os pares e por meio do diálogo e da participação, foi possível construir outras que tiveram suas implicações diretas no fazer pedagógico. Pretendeu-se, com o desdobramento da pesquisa, que educadores(as) compreendessem melhor o que está por trás da indisciplina, os fatores envolvidos, o que acontece e se beneficiassem com um resultado positivo, uma experiencia de formação que provocasse algumas mudanças para as questões que envolvem as condutas indisciplinadas na escola. E que estes resultados revertam em prol dos(as) estudantes, quando estarão mais estimulados e motivados para os estudos. Como professora, tenho obtido resultados bem interessantes e positivos. Por isso, pretendemos contribuir para outras pesquisas que porventura tenham o mesmo interesse.