DO EDUCADOR-GOVERNANTE À RACIONALIDADE NEOLIBERAL: REFLEXÕES SOBRE OS PROCESSOS EDUCACIONAIS ESCOLARES
Pedagogia; Rousseau; Emílio ou Da Educação; Educação e sociedade; Educador governante; Paulo Freire.
A Educação enquanto objeto de estudo tem gerado na história do pensamento uma fortuna teórica e de investigação que permitiram seu aperfeiçoamento e desenvolvimento. Vários teóricos dedicaram-se a contribuir, de forma inovadora, na construção de um processo educacional cada vez mais sólido e justo. Uma investigação extremamente relevante para a história dos debates acerca da Educação, se encontra nos escritos do filósofo Jean Jacques Rousseau que, ao escrever “Emílio ou Da Educação” (1762), obra na qual iremos nos apoiar ao longo do artigo, propõe uma pedagogia inovadora para seu tempo, na medida em que, revoluciona a relação entre educador e educando e a relação entre educação e sociedade, vínculos estes que pretendemos esclarecer ao longo de nossa análise sobre a obra supracitada. Inaugurador da chamada pedagogia natural, Rousseau alvitra uma reaproximação entre a educação e a condição natural de liberdade do educando, e educação e formação para vida em sociedade, mediada pelo educador governante. Posto isto, este texto tem como propósito central, analisar a pedagogia rousseauniana buscando compreender sua estrutura e o que constrói as relações entre educação, condição humana de liberdade e sociedade, mantendo nosso foco no papel que o professor deve cumprir em seu meio de atuação. Realizando assim, com base nos apontamentos do filósofo genebrino, e em diálogo constante com o educador brasileiro Paulo Freire, a crítica a uma razão reducionista, salientando a importância de uma razão intelectual e humana, não apenas compreendendo os conceitos que serão expostos, mas sim realizando uma reflexão crítica sobre a atividade docente atual.