A TEMÁTICA DAS VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORAS/ES: “QUANDO EU CRESCER, QUERO SER IGUAL AO MEU PAI [...] É, EU QUERO FAZER COM MINHA ESPOSA A MESMA COISA QUE ELE FEZ COM MINHA MÃE, MATOU ELA”
Violências; Mulheres; Formação Continuada.
O presente trabalho teve como objetivo analisar e compreender as representações de professores em processo de formação continuada quanto às violências contra as mulheres e as possibilidades de problematizá-las nos ambientes educativos a partir de uma oficina (que será melhor descrita na próxima sessão) ministrada por mim. Tal curso visou a formação de pós-graduandos/as do programa de Mestrado Profissional em Educação (MPE) oferecido pelos departamentos de Educação, Educação Física e Estudos da Linguagem da Universidade Federal de Lavras (Ufla), ao mesmo tempo que serviu para a produção do material empírico analisado nessa dissertação. Diante dessa projeção, para levantarmos os registros e a produzirmos as narrativas necessárias para essa dissertação, utilizamos a técnica do grupo focal. Jenny Kitziner (1995) afirma que tal técnica pode ser compreendida como uma espécie de grupo de entrevistas no qual a interlocução entre os/as participantes são os materiais empíricos coletados. A escolha do diário de bordo como um outro instrumentos de coleta de dados justifica-se pelo fato de ofertarmos um meio que possibilitasse liberdade e espontaneidade para considerações e manifestações dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Diante da oficina, conclui-se que essa temática é pouco abordada nos cursos de formação docente, recaindo principalmente por questões paliativas e menos estruturais em termos de propostas efetivas e curriculares. Por ser um tema espinhoso ainda em construção no cotidiano da realidade escolar, apontamos como possibilidades de problematização uma abordagem feminista de pedagogia e a instauração de uma cultura de paz no ambiente educativo.