ENTRE LER E CONTAR HISTÓRIAS: PERCEPÇÕES DE PROFESSORAS SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS LITERÁRIAS NO ENSINO REMOTO
Contação de histórias. Leitura literária. Saberes docentes. Ensino remoto emergencial.
Essa pesquisa discute sobre os saberes e práticas pedagógicas literárias na educação infantil, baseada em um projeto escolar que envolveu várias atividades de leitura e contações de histórias que procuram explorar conteúdos curriculares como forma de incentivo à alfabetização, que aconteceram durante o ensino remoto. Diante disso, este estudo assumiu como objetivo identificar as percepções que orientaram as propostas pedagógicas com a leitura literária, a contação de histórias e a dramatização de professoras na educação infantil, durante o ensino remoto emergencial. Trata-se de uma pesquisa participante desenvolvida com a interação da pesquisadora com as professoras integrantes, que se concretizou na relação de ser professora de uma das turmas e ao mesmo tempo pesquisadora, o que se constituiu um ponto determinante na realização das ações investigativas. A pesquisa caracterizou-se com a abordagem qualitativa, tendo como sujeitos quatro professoras que atuaram na educação infantil de uma escola da rede privada, localizada em uma cidade do Campo das Vertentes, durante o período da pandemia. Optou-se pela utilização de dois instrumentos de coleta de dados: o primeiro ateve-se ao acompanhamento e descrição das atividades desenvolvidas a partir do uso de recursos digitais de contação de histórias de, que aconteceram no ano letivo de 2020, durante o ensino remoto emergencial; o segundo instrumento de coleta de dados foi a realização de uma entrevista coletiva e semiestruturada com as quatro professoras que atuaram nas turmas do infantil V, no ano de 2021, com o propósito da analise reflexiva das percepções sobre as estratégias pedagógicas usadas para as aulas remotas, envolvendo a literatura infantil. Como subsídio teórico apoiou-se nos estudos de Martins (2012) e Cosson (2009) sobre a leitura e leitura literária; de Bussato (2012) que introduz sobre a contação de histórias; de Koehler (2018) sobre a dramatização; de Maurice Tardif (2014) que aborda o tema dos saberes docentes e formação profissional, e alguns documentos oficiais como o que a BNCC (2017), PCN de arte (1998) e os cadernos Leitura e Escrita na Educação Infantil (2016), que trazem de orientações a respeito da leitura em ambiente digital. A partir da reflexão proposta destacou-se que as ações pedagógicas foram marcadas pela colaboração e pelo esforço docente em promover a aprendizagem, mesmo em condições diferenciadas, como o ensino remoto emergencial. O estudo mostrou que o ensino remoto emergencial assumiu duas situações distintas: uma quando as ações pedagógicas aconteceram de modo inteiramente remoto e outra quando ocorreram de forma remota e presencial, concomitantemente, denominada por ensino remoto híbrido. As respostas das professoras em relação ao ensino remoto emergencial apontaram percepções referentes às práticas de leitura literária, aos saberes e estratégias pedagógicas utilizados nos momentos literários, à formação literária e continuada, e às situações e desafios sobre contação de história no ambiente digital. Como produto educacional este trabalho apresentou um relato de experiências a partir das atividades de leitura literária e contação de histórias desenvolvidas durante o ensino remoto, conforme previsto pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Lavras.