CONTRIBUIÇÕES DAS CULTURAS JUVENIS NEGRAS À EDUCAÇÃO FÍSICA COM INSPIRAÇÃO DECOLONIAL DE UM MUNICÍPIO SUL-MINEIRO
Educação Física; Decolonialidade; Educação Antirracista; Ensino Médio
Essa pesquisa teve como objetivo realizar uma interpretação sobre as possíveis contribuições das culturas juvenis negras periféricas de um município do Sul de Minas Gerais, com vistas a implementar uma Educação Física com inspiração decolonial no Ensino Médio. As tramas que compõem os enredos do cotidiano escolar apresentam características e configurações das diversas camadas sociais, que reproduzem estruturas coloniais ao utilizarem metodologias hegemônicas que favorecem a manutenção de uma educação elitista. Assim, dialogar com as juventudes negras e os espaços que ocupam faz-se essencial para que possamos escutá-las e possibilitar discussões que contribuam à Educação Física mais democrática e antirracista. Dessa forma, é fundamental fomentar a valorização da autoestima e estética negras atravessadas pelas ações expressivas e de resistência cultural dos jovens, contra um modelo racista epistemológico que relega as multiculturalidades ao apagamento. Para tanto, baseamo-nos em bricolagens metodológicas com inspiração decolonial visando provocar reflexões ao mapear culturas juvenis negras periféricas cujo objetivo é elaborar e desenvolver tal proposta outra. Utilizamos como base da produção do material empírico as entrevistas-narrativas, registros imagéticos, rodas de conversa, diário de bordo, pesquisa-colaborativa e diário de bordo com um grupo focal do segundo ano do Ensino Médio no contexto das aulas de Educação Física elegido por nós. Por meio de uma compreensão analítica das contribuições empíricas, pretendemos compor uma proposição inspirada nas teorizações decoloniais à Educação Física para explicitarmos uma educação emancipatória à juventude negra de um município do Sul de Minas Gerais.