Arte e Educação: Memorial de Formação
Arte, Educação, Memorial, Formação
O presente projeto de pesquisa é uma proposta de investigação do meu percurso formativo como professor de História na educação básica na rede pública no nordeste do estado de Minas Gerais. Parte de uma revisão teórica acerca da relação entre arte e educação com ênfase na experiência estética como um momento da atividade didática capaz de produzir leituras do mundo pelos sujeitos articuladas pelos pensamentos sensíveis e simbólicos, concomitantemente, para a construção do conhecimento em ambiente escolar numa perspectiva ética. Esta revisão busca lastrear os conceitos de educação (Freire, 1996; Saviani, 2001) leitura do mundo (Freire, 1996), ética (Saviani, 2001) como momentos fundantes da atividade pedagógica em ambiente escolar. Por seu turno, os conceitos de arte (Fischer, 1987), estética (Boal, 2009) e o de experiência (Bondía, 2002) servirão como referências para uma definição do conceito de “experiência estética”. Procura-se, com estes referenciais teóricos fundamentar a hipótese de ser a experiência estética, nos termos definidos neste trabalho, um momento capaz de favorecer aos sujeitos, na prática educativa, elaborarem e enunciarem leituras do mundo (Freire, 1996) que, em situação dialógica (Freire, 1996), permitam a construção de conhecimentos num processo educativo que fortaleça a autonomia (Freire, 1996; Saviani, 2001) de educandos e educadores. Na medida que se busca uma perspectiva histórica sobre a formação, o exercício profissional e a prática pedagógica, esta investigação se realiza também com a construção de uma narrativa autobiográfica, de um Memorial Formativo (MF). A questão que orienta a construção do Memorial Formativo é, sobretudo, a relação entre arte e educação. Este trabalho constitui-se, deste modo, como uma escrita de si, institucional, descritiva e reflexiva (Passegi, 2010) pois procura desenvolver uma reflexão crítica sobre os fatos que marcaram a formação
intelectual, a trajetória pessoal e profissional. Nesta empreitada, dois conceitos são basilares: “experiências formadoras” e “recordações referências” (Josso, 2004 apud Passegi et al, 2011). Este MF, em contexto de formação (ato de explicitar para si mesmo e para o outro os processos de aprendizagem) permite a compreensão da historicidade das aprendizagens e possibilita uma autorregulação dos modos de aprender num direcionamento emancipador (Abrahão; Passegi, 2012).