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Banca de DEFESA: JULIANO SILVA COUGO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANO SILVA COUGO
DATA: 30/07/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Google meet
TÍTULO:

Lógica institucional do Estado e sensemaking: uma abordagem interpretativa sob a ótica de
produtores de cachaça artesanal.


PALAVRAS-CHAVES:

Lógicas institucionais. Sensemaking. Cachaça. Estado.


PÁGINAS: 210
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Administração
RESUMO:

A relação entre o Estado brasileiro e o setor da cachaça artesanal é historicamente
marcada por diversos conflitos que ressoam até a atualidade. Embora o Estado, a partir
de meados de 1980, venha tomando uma postura mais receptiva as demandas desse
campo, com medidas para o desenvolvimento comercial, produtivo e simbólico da
bebida, o setor ainda apresenta vários indicativos de inconsonâncias à atuação estatal,
caracterizados por fatores como o expressivo número de produtores informais, as
frequentes práticas irregulares de produção, e o enfrentamento constante à negativa
conotação social associada a bebida, e incentivada pelo Estado em outras épocas. Diante
do exposto, indagações aparecerem como pontos nevrálgicos das inconformidades do
setor com o Estado, o que sugere investigações amplas sobre essa relação. Em face à
problemática, este trabalho ancora-se nas lentes teóricas das lógicas institucionais e do
sensemaking para compreender os sentidos atribuídos à lógica institucional que marca a
atuação do Estado no campo da cachaça artesanal. As lógicas institucionais permitiram
entender quais diretrizes e influências guiam as atuações do Estado nas ações voltadas
para o setor, ao passo que o sensemaking possibilitou compreender as formas pelas
quais os produtores de cachaça percebem, interpretam e respondem tais ações. A
pesquisa qualitativa e descritiva foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas.
Coletou-se informações com vinte e quatro agentes atuantes no campo da cachaça, entre
micro e pequenos produtores localizados no sul do estado de Minas Gerais, funcionários
públicos que atuam diretamente no campo, e gestores de entidades que representam a
categoria. Complementarmente, a pesquisa utilizou dados documentais de diversas
naturezas, como leis, informativos, documentos oficiais do Estado e diagnósticos do
campo. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. As
categorias analisadas foram as políticas voltadas para a valorização da cachaça, as
configurações tributárias do setor, as regulamentações do campo, o processo de
fiscalização nos empreendimentos produtores, a atuação das entidades representativas
em face ao Estado, e as percepções governamentais. Os resultados da pesquisa
caracterizam a formação do campo da cachaça artesanal em relação ao Estado. De modo
geral, observou-se, pelos produtores, compreensões coletivas de que o Estado é pouco
atuante em relação à valorização da bebida, desestimula a formalização dos
empreendimentos produtores pela fixação de altos tributos e de complexas e instáveis
normas de produção, e mantém uma conduta punitiva nas atividades de fiscalização.
Dentre os desdobramentos dessas interpretações, sobressaem práticas de
comercialização informal de cachaça, frequentes mudanças nas infraestruturas dos empreendimentos, ênfase na nacionalidade e no valor cultural da bebida, e expressivas

cobranças para a fiscalização de organizações clandestinas. Além desses, também foram
observados movimentos institucionais de interlocuções com o Estado dispostos a alterar
os contornos tributários, diminuir a informalidade no campo, incentivar a aceitação
social da bebida enquanto elemento sociocultural, e diferencia-la da cachaça produzida
em escalas industriais. Amplamente, apesar de haver significativas mudanças no
comportamento do Estado com o setor, o que tem surtido efeitos positivos, a
institucionalização de ações efetivamente percebidas como satisfatórias ainda se
apresenta como um grande desafio para o campo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DANIEL CALBINO PINHEIRO - UFSJ (Membro)
Interno - DANIEL CARVALHO DE REZENDE (Suplente)
Externo ao Programa - DANY FLAVIO TONELLI - DAE/FCSA (Membro)
Presidente - VALERIA DA GLORIA PEREIRA BRITO (Membro)
Notícia cadastrada em: 21/09/2020 13:54
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