DESENVOLVIMENTO DA PITAYA E A INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO ESTRATÉGICA DE LUZ SUPLEMENTAR NA QUALIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES (Selenicereus sp)
Fruta do dragão; Bioquímica vegetal; Suplementação luminosa; Pós- colheita.
A pitaia (Selenicereus megalanthus) é uma fruta com grande apreço devido a sua qualidade excepcional, entretanto o ponto de colheita ideal, ainda é um desafio para muitas das cultivares singulares, em razão da produtividade e predileção dos consumidores. Além deste fato, grande parte dos produtores ao redor do mundo enfrentam fortes desafios relacionados ao cultivo, como o fotoperíodo. Neste sentido, no presente estudo foram realizados dois experimentos com os seguintes objetivos: investigar os processos metabólicos que ocorrem durante o desenvolvimento e o efeito da suplementação luminosa na qualidade de pitaia. Assim sendo, ao longo do desenvolvimento (S1 - Imaturo; S2 - Verde maduro; S3 - Pouco maduro; S4 - Transição; S5 – Maduro) houve aumento nas dimensões (longitudinal de 9,36 para 14,15 cm; transversal do fruto de 4,73 para 8,73 cm), no peso (de 106,2 para 401,57), nos teores de compostos fenólicos (de 143,81 para 333,04 mg GAE 100 g-1 para a casca e 101,08 a 347,64 mg GAE g-1 para a polpa) e de atividade antioxidante (proteção de β-caroteno/ácido linoleico de 73,33% a 83,36% para a fração casca e de 48,21% a 87,05% para a fração polpa. Dentre os macro minerais encontrados, o P foi o mais abundante (entre 5,69 e 8,12 g Kg-1) seguidos pelos K, Ca, Mg e S (entre 1,02 e 3,28 g Kg-1), entre os micro o Fe obteve o maior teor (entre 37,38 e 50,81 mg Kg-1) seguido pelos Zn, Mn, Cu, B (entre 0,17 e 45,94 mg Kg-1). Já em relação às enzimas que modificam a parede celular a celulase e a pectinametilesterase teve maior atividade no S3 (0,0068; 0,150 U μg-1 proteína μg-1), enquanto a poligalacturonase no S4 (0,150 U μg-1 proteína h-1), no qual corroboram com a diminuição da firmeza e o amaciamento dos frutos nos estádios finais, além dos vestígios de flacidez nas cavidades celulares (S1 - S5). E por fim, para a obtenção dos tratamentos do segundo experimento, durante a floração (20 dias ± 3), das cultivares Boreal (A), Chinesa (B) e Roxa do Pará (C), foi utilizada a suplementação luminosa (LEDs, com fótons Full spectrum entre 400 e 700 nm) durante quatro horas todos os dias, das 20 a 00 horas, como manejo artificial do fotoperíodo, em um hectare no sítio Nascente da pitaya & cia, (Bambuí – MG, Brasil). Para avaliar a inovação foram utilizadas as cultivares, Sem Suplementação (SSL) e Com Suplementação Luminosa (CSL). As pitaias CSL, aumentaram ligeiramente os teores de sólidos solúveis totais (A: de 16,3 para 16,57; B: de 14,55 para 14,69; C de 16,69 para 16,72%) e de frutose (A: de 4,03 para 5,59; B: de 3,39 para 4,37; C de 3,37 para 3,81 g 100 g-1 FM), além da massa (A: de 404,30 g para 558,99 g; B: de 450,92 g para 493,86 g; C de 313,57 g para 1377,23 g) e consequentemente do diâmetro dos frutos de todas as cultivares, o que sugere que a tecnologia é eficaz uma vez que os frutos demonstraram resultados significativos superiores as pitaias SSL (p<0,05% p/T student), para alguns dos parâmetros considerados de qualidade pós-colheita. Corroborando, dentre os compostos bioativos os teores de betacianina (A: de 121,41 para 124,28; B: de 119,91 para 121,85; C de 124,65 para 126,50 mg 100 g-1 FM), de fenólicos totais (A: de 213,10 para 213,22; B: de 213,50 para 214,54; C de 218,29 para 224,72 mg GAE 100 g-1 FM), atividade antioxidante (A: de 45,97 para 46,03; B: de 38,59 para 41,45; C de 48,97 para 49,24%) e vitamina C (A: de 39,13 para 41,08; B:47,05 para 48,99; C de 22,89 para 24,19 mg AA 100 g-1 FM). Os resultados desta pesquisa contribuem para o conhecimento científico sobre o cultivo da pitaia e fornecem subsídios para o desenvolvimento de práticas agrícolas mais eficientes para a produção dessa cultura.