QUANTIFICAÇÃO IN VITRO DA PRODUÇÃO DE METANO COM USO DE DIETAS DE AMENDOIM FORRAGEIRO E BRAQUIÁRIA
Taninos condensados, digestibilidade, leguminosas, produção de gases
A bovinocultura contribui para as emissões de gases de efeito estufa, destacando-se o metano entérico (CH₄). Este projeto objetivou determinar, in vitro, o potencial de redução de CH₄ pela inclusão de níveis crescentes de amendoim forrageiro em dieta à base de braquiária. Amostras de forragem colhidas no verão e inverno, de piquetes consorciados na Universidade Federal Lavras, foram secas, moídas (1 mm) e combinadas em níveis de inclusão de 0%, 25%, 50% e 100%. O delineamento foi em blocos casualizados, esquema fatorial 4x2. As amostras (0,5 g) foram acondicionadas em filtros F57, colocadas em frascos de 50 mL com 12 mL de fluido de cultura, 4 mL de líquido ruminal de bovinos fistulados alimentados com dieta 90:10 (volumoso:concentrado), e incubadas a 39ºC. A produção de gases foi avaliada por deslocamento de coluna d'água nos tempos de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 24, 28, 34, 48, 72 e 96, com coleta de CH₄ (24 h) em Exetainer® e análise por cromatografia gasosa. O pH residual, AGV e N-NH₃ foram determinados após as coletas, utilizando cromatografia líquida e destilação em micro Kjeldahl, respectivamente. Análises de FDN, FDA, lignina, PB, EE, cinzas, taninos condensados e degradação in vitro da matéria seca (96 h) também foram realizadas. Os dados foram analisados considerando os efeitos de estação, níveis de inclusão e interação, com significância estatística de P<0,05, e regressão aplicada para os níveis de inclusão. A degradação da matéria seca (P<0,001) (DMS24h), produção de gases totais por matéria seca incubada (GASI) (P<0,001) e porcentagem de metano (P<0,001) (CH4P) aumentou a elevação proporção de amendoim forrageiro quando comparado com capim marandu, em ambas as estações. Com relação a análise bromatológica, A inclusão de amendoim melhorou a qualidade nutricional da dieta em ambas as estações, com aumento do teor de proteína bruta (PB) (242% x 203%) e redução da fibra em detergente neutro (FDN) (30% x 25%). E aumento dos carboidratos não-fibrosos e taninos condensados (TC) (P<0,001) . Além disso, houve aumento da produção de proteína microbiana (PPMIC) com o aumento da proporção de amendoim forrageiro (P<0,001). O aumento da proporção de amendoim forrageiro nas dietas resultou em maior substrato proteico e energético para os microrganismos, o que consequentemente, aumentou a produção de gases totais e produção de proteína microbiana. Embora não foi observado os efeitos dos taninos condensados presentes no amendoim forrageiro.