Efeitos de uma multiprotease no desempenho, saúde intestinal e digestibilidade em frangos de corte
enzimas digestivas; redução de aminoácidos; morfologia intestinal.
A suplementação com uma multiprotease foi avaliada quanto aos seus efeitos no desempenho zootécnico, rendimento de carcaça, morfologia intestinal, microbiota intestinal, digestibilidade de nutrientes e atividade enzimática da protease em frangos de corte. Foram conduzidos três experimentos. O primeiro experimento investigou o desempenho, a morfologia intestinal e a modulação da microbiota intestinal de frangos alimentados com dietas com diferentes níveis reduzidos de proteína bruta (4% e 8%) e suplementação enzimática (100, 200 e 300 g/t). O segundo experimento avaliou a digestibilidade ileal de aminoácidos, a energia metabolizável aparente de ingredientes vegetais (milho, farelo de soja e soja integral desativada) com ou sem adição da protease (200 g/t). E o terceiro experimento avaliou a atividade enzimática da protease in vitro nos pHs 3, 6 e 9. Foram utilizados 2.250 frangos de corte no primeiro experimento e 480 aves no segundo, sendo estas alocadas em gaiolas metabólicas. No primeiro experimento o desempenho foi avaliado nas fases de 1-21, 22-35 e 36-42 dias de idade, e foi realizada a coleta da digesta do ceco para analise de microbioma aos 42 dias e segmentos do intestino delgado (jejuno e íleo) para morfologia intestinal, bem como o rendimento de carcaça. No segundo experimento foram feitas coletas de digesta ileal e excretas totais nos 21 e 35 dias de idade. E o terceiro experimento foi realizado in vitro testando quatro tipos de proteases (multiprotease, alcalina, ácida e neutra) e três pHs (3, 6 e 9), bem como o sinergismo de endo e exo-proteases. A inclusão da protease resultou em melhora significativa no ganho de peso e conversão alimentar, além de modular positivamente a microbiota intestinal, com aumento na abundância de Firmicutes e Bacteroidetes, e melhorar a morfologia intestinal especialmente em dietas com redução de aminoácidos. A digestibilidade de proteína e aminoácidos foi significativamente superior nas dietas com enzima, principalmente para aminoácidos limitantes como metionina+cistina, lisina, treonina e valina. A energia metabolizável aparente (AME e AMEn) também foi elevada com a adição da protease, especialmente nas dietas contendo soja integral desativada. A atividade das enzimas variou de acordo com o tipo de protease, pH e concentração utilizada. Cada enzima apresentou melhor desempenho em sua faixa ideal de pH, com destaque para a protease ácida em pH 3, a neutra em pH 9 e a alcalina com atividade crescente até pH 9. Conclui-se que a suplementação com multi-protease é uma estratégia eficiente para melhorar o desempenho produtivo, a saúde intestinal e o aproveitamento dos nutrientes em frangos de corte, especialmente em dietas com redução de proteína bruta e aminoácidos.