IMPACTS OF INCREASING LEVELS OF N-CARBAMYLGLUTAMATE IN BEEF CATTLE DIETS
Arginina, bovinos, nitrogênio, sustentabilidade, ureia
A segurança alimentar representa um dos principais desafios emergentes deste século, e estabelecer uma produção agrícola e animal sustentável, na qual o aumento produtivo não esteja associado a impactos ambientais, torna-se de suma importância. Nesse contexto, independentemente do sistema de produção adotado, é essencial maximizar a utilização dos nutrientes, ao mesmo tempo em que se reduz a pegada ambiental e se atende ao bem-estar animal. Contudo, o nitrogênio (N) consumido pelos ruminantes apresenta baixa eficiência de utilização, sendo majoritariamente excretado nas fezes e urina, o que contribui significativamente para a poluição ambiental. Diante disso, promover a síntese endógena de aminoácidos, como a arginina, por meio de compostos menos onerosos, surge como uma alternativa viável. O N-carbamil-glutamato (NCG), um análogo estrutural do N-acetilglutamato (NAG), atua como precursor na síntese endógena de arginina. Assim, hipotetiza-se que a inclusão de NCG nas dietas de bovinos de corte, independentemente das características da dieta, possa aumentar a eficiência na utilização do nitrogênio, devido aos efeitos positivos sobre a digestibilidade dos nutrientes e a síntese proteica muscular. Com base nessa hipótese, objetiva-se avaliar os impactos da inclusão de níveis crescentes de NCG em dietas de bovinos de corte com alta proporção de volumoso ou concentrado, sobre os parâmetros nutricionais, ruminais e metabólicos. Para isso, será conduzido um ensaio de metabolismo com oito novilhas da raça Tabapuã, canuladas no rúmen e com peso corporal médio inicial de 350 kg, distribuídas em dois quadrados latinos 4 × 4 executados simultaneamente. Cada quadrado latino receberá uma das dietas, com alta ou baixa inclusão de volumoso, e dentro de cada um serão avaliados quatro níveis de NCG: 0, 20, 40 e 60 mg/kg de peso corporal, totalizando oito tratamentos com quatro repetições. As dietas experimentais serão formuladas para serem isonitrogenadas, contendo 14% de proteína bruta por kg de matéria seca, a fim de atender às exigências nutricionais de novilhas com 300 kg de peso corporal e ganho médio diário de 1,0 kg/dia. O experimento será dividido em quatro períodos de 21 dias, sendo os primeiros 10 dias destinados à adaptação e os 11 dias seguintes às coletas. Entre o 11º e o 15º dia de cada período, será monitorado o consumo de silagem e ração concentrada, bem como as sobras obtidas entre o 12º e o 16º dia. A excreção total de fezes será mensurada entre os dias 12 e 15, e nesse mesmo intervalo será realizada a coleta total de urina. Para estimar o fluxo da fração líquida da digesta abomasal, os animais receberão 5 g/dia de Co-EDTA do 11º ao 15º dia de cada período experimental. Entre os dias 16 e 19, serão coletadas amostras de digesta omasal diretamente via cânula. No 20º dia, serão realizadas coletas de sangue a partir da veia jugular em intervalos de 6 horas (às 06h, 12h, 18h e 24h), além da coleta de conteúdo ruminal para obtenção de fluido e avaliação do pH. No 21º dia, será realizado o esvaziamento total do rúmen para quantificação da massa de conteúdo ruminal, seguido de biópsias de fígado e do músculo Longissimus dorsi, com o objetivo de avaliar a expressão de genes relacionados ao turnover proteico.