O bioma Cerrado localiza-se principalmente no Planalto Central do Brasil e é o segundo maior bioma do país em extensão, só sendo superado pela Floresta Amazônica. Ocupa perto de 23% do território brasileiro e vem sofrendo muito com o impacto do desenvolvimento humano. Os resultados negativos da expansão da fronteira agrícola no Brasil podem ser percebidos nos subsequentes impactos ambientais, destacando a fragmentação no relevo e estrutura física do território; a destruição da camada vegetal protetora do solo e subsolo; a perda da biodiversidade em espécies, nichos e ecossistemas; o asssoreamento e redução da malha de drenagem da superfície e do subslolo com reflexos nos fluxos e ciclos subsequentes de vida. Na região central do Brasil, dos anos 1990, a prática comum de ocupação das terras foi a derrubada da mata no sistema de correntão. Depois fazia-se a destoca, ateava-se o fogo e entrava-se com arações e gradagens pesadas. Plantava-se o arroz por dois a três anos consecutivos. À medida que a produtividade diminuía pelo desgaste dos nutrientes, entrava-se com a pastagem para o gado ou fazia-se um investimento pesado em calagem e adubação para cultivar a soja. Seguindo a mesma lógica, após anos de exportação de seus nutrientes, e de pisoteio pelo gado, milhões de hectares de terras exploradas pela agropecuária chegaram ao esgotamento, incapazes de sustentar os níveis de produção exigidos. Observamos nas últimas décadas, um avanço gigantesco da pecuária em direção à Amazônia, em busca de terra ainda não explorada. A degradação do solo ocorre por vários fatores, por não haver reposição dos nutrientes perdidos no processo produtivo, que são levados pelas plantas cultivadas, pelos animais, pela erosão, lixiviação e volatilização ao longo do tempo. Esse bioma tem uma grande diversidade de vida, mas também é uma área de muita preocupação devido à intensa devastação ambiental Foi buscando formas de cultivar que saíssem dessa abordagem puramente exploratória para um método de produção mais equilibrado e sustentável, que conhecemos Ernst Götsch e a Agricultura Sintrópica. Ele desenvolveu um método que leva em conta os vários aspectos do ambiente a ser interferido considerando toda sua complexidade. Absorveu conhecimentos sobre a produção sustentável observando e seguindo os princípios da natureza que reutiliza e melhora continuamente os processos energéticos ambientais, e nada desperdiça, mas conflui em favor da vida, gerando sempre um saldo positivo. Vindo de encontro aos objetivos do mestrado profissional, conforme portaria nº17/2009 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Superior – CAPES (2009), essa pesquisa busca soluções que possam auxiliar no exercício da prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais; vem de encontro à necessidade de arranjos produtivos no campo e aplicação de processos de inovação apropriados à realidade complexa que vivemos atualmente. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi averiguar a eficiência de podas frequentes em sistemas agroflorestais e a possibilidade de reconstituição de solos degradado, além de melhorar o desenvolvimento de plantas cultivadas, a exemplo do Feijão de porco (Canavalia ensiformes).