FEMINISMO TERRITORIAL EM CONTEXTOS RURAIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Feminismo territorial; Movimento Feminista; Mulheres Rurais; Autonomia feminina.
O presente estudo analisa o feminismo territorial no contexto rural, abordando suas contribuições para a autonomia das mulheres de áreas rurais. A pesquisa se baseia em uma revisão sistemática da literatura, identificando e discutindo as principais abordagens teóricas sobre o tema. A coleta de dados foi realizada por meio de uma busca sistemática em três bases acadêmicas reconhecidas: Catálogo de Teses & Dissertações da CAPES, Google Acadêmico e SciELO (Scientific Electronic Library Online) Base que reúne periódicos científicos indexados e revisados por pares, representando uma fonte confiável para pesquisas acadêmicas. A pesquisa foi realizada considerando o ano de 2014 até o presente, com o objetivo de analisar publicações recentes que tratam diretamente dos conceitos de feminismo rural e feminismo territorial. Os artigos, teses e dissertações selecionados destacam as interseções entre gênero, território e desenvolvimento, evidenciando o papel das mulheres na agricultura familiar, nos movimentos sociais e nas políticas públicas voltadas para o meio rural. Os resultados apontam que, apesar dos avanços promovidos por políticas públicas e organizações feministas, as mulheres rurais ainda enfrentam desafios significativos, como a falta pelo acesso à terra, crédito agrícola e participação política. O trabalho feminino no campo continua subvalorizado, sendo frequentemente tratado como mera "ajuda" aos homens, o que reforça a invisibilidade das mulheres na economia rural. A análise também revela a importância dos movimentos sociais e da educação política na transformação das condições de vida das mulheres no campo. Iniciativas como a Marcha das Margaridas e a Escola de Educadoras Feministas demonstram que a organização coletiva é um instrumento poderoso para fortalecer a autonomia feminina e ampliar sua participação nos espaços de decisão. Além disso, os trabalhos analizados destacam a relação entre feminismo e agroecologia como alternativa ao modelo agrícola tradicional, promovendo práticas sustentáveis e garantindo a segurança alimentar das comunidades rurais. A adoção de estratégias de resistência e autonomia das mulheres reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a equidade de gênero no meio rural.