DESENVOLVIMENTO DE UM CRIOGEL DE TROCA IÔNICA PARA CAPTURA DAS PROTEÍNAS DAS FOLHAS DA ORA-PRO-NOBIS (Pereskia aculeata Miller)
Troca iônica; Criogel; Isotermas de adsorção; Proteína; Ora-pro-nobis
O desenvolvimento de novas matrizes adsorventes macroporosas que permitem separar e purificar moléculas mantendo sua bioatividade tem despertado o interesse de muitos pesquisadores. Diante do exposto, foi desenvolvido um criogel poroso de poliacrilamida através da criopolimerização com alil glicidil éter (AGE) e funcionalizado com ácido glutâmico (criogel-AG) para ser utilizado como um ligante de troca iônica em estudos de adsorção das proteínas das folhas da ora-pro-nobis (FOPN). O criogel-AG apresentou poros interconectados com tamanho variando na faixa de 6–75 μm, capacidade de intumescimento de 14,113 ± 0,867 g g-1 e grau de expansão de 1,569 ± 0,058, boa resistência térmica e mecânica, não apresentando diferenças significativas dos criogeis puros. Dentre os pH estudados, em pH 5,5 o criogel se comportou como um trocador anfótero, apresentando cargas superficiais positivas e negativas. Nessa condição, houve uma maior adsorção das proteínas das FOPN. As isotermas de adsorção foram medidas a 8 ºC, 15 °C, 25 ºC e 35 °C variando as concentrações de extrato (FOPN) e tampão (fosfato de sódio 0,025 mol L-1), respectivamente, (1:1, 1:2, 1:3, 1:4, 1:6, 1:8 e 1:10) em pH 5,5. Os modelos de Langmuir e Freundlich foram ajustados aos dados de equilíbrio, com capacidade máxima de adsorção de 60 mg g-1 a 8 ºC, 68 mg g-1 a 15 °C, 102 mg g-1 a 25ºC e 168 mg g-1 a 35 °C, todos para a concentração de extrato e tampão 1:1, e a análise termodinâmica baseada na relação de Van't Hoff mostrou que o processo foi espontâneo, conduzido entalpicamente, além de apresentar comportamento endotérmico. Os resultados mostram que o criogel-AG é uma matriz promissora para uso em processos de captura de proteínas por troca iônica.