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Banca de DEFESA: JOÃO PEDRO ANDRADE REZENDE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOÃO PEDRO ANDRADE REZENDE
DATA: 11/02/2022
HORA: 14:00
LOCAL: REMOTO - GOOGLE MEET
TÍTULO:

Composição do leite individual como ferramenta nutricional


PALAVRAS-CHAVES:

Teor de sólidos do leite; monitoramento nutricional; ritmo biológico circanual


PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Zootecnia
RESUMO:

O teor de sólidos do leite ganha importância para a indústria leiteira brasileira, seja como ferramenta de monitoramento nutricional e/ou como critério de definição de preço de leite. Assim, os objetivos deste trabalho foram: 1) observar se problemas de manejo nutricional a nível de lote podem ser detectados com análise de leite individual; 2) verificar se os teores de gordura e proteína bruta do leite (PBL) evoluíram nos últimos anos; 3) verificar se existe um ritmo circanual nos teores de gordura e PBL do leite.  Para atingir o objetivo 1, dois lotes de vacas em lactação, confinadas e alimentadas com dieta total misturada (TMR), foram monitorados por seis meses. A cada 15 dias, foram coletadas a produção e composição do leite individual; consumo de matéria seca do lote (CMS); amostras de TMR e sobras; avaliação da distribuição de partículas, qualidade de mistura e seleção, utilizando as peneiras Penn State (PS); escore de fezes (1 a 5) e escore de ruminação (% de vacas ruminando duas horas após a primeira alimentação). As amostras de leite foram analisadas por espectroscopia de infravermelho médio (MIR) e as amostras de TMR e sobras foram analisadas por espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS). Utilizando o procedimento FASTCLUS do SAS, as observações por lote foram divididas em três clusters, adotando teor de gordura ou PBL como critério de divisão. Em seguida, as médias de mínimos quadrados (MMQ) para todas as variáveis coletadas foram geradas com o procedimento MIXED do SAS Studio, tendo cluster como efeito fixo e lote como efeito aleatório no modelo estatístico. Os resultados foram considerados significativos quando P ≤ 0,05 e tendências quando 0,05 < P ≤ 0,10. Entre clusters por gordura do leite (3,70; 3,52 e 3,36%), diferiram partículas de TMR >8mm (46,2; 43,4 e 41,8%); escore de fezes (3,0a; 3,1a e 2,6b); escore de ruminação (50,5; 45,1 e 36,8) e ocorreram tendências para extrato etéreo da dieta (4,9; 5,3 e 5,5 % MS) e seleção contra partículas >19mm (88,0; 81,4 e 74,1%). Entre clusters por PBL (3,17; 3,07 e 2,95%), diferiram partículas >8mm (45,2; 43,6 e 41,6%); seleção a favor de partículas <8mm (102,3; 103,6 e 106,0%) e houve tendência para coeficiente de variação >8mm (8,0; 9,0 e 10,8%). Concluindo o objetivo 1, foi possível utilizar a análise de leite individual como ferramenta de investigação da ocorrência de problemas de manejo nutricional. Para os objetivos 2 e 3, dois bancos de dados foram analisados. O primeiro banco de dados continha os teores de gordura e PBL mensais do leite de tanque de Minas Gerais (MG), São Paulo (SP), Goiás (GO), Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS), de 2013 a 2020, que foram extraídos do Observatório da Qualidade do Leite. O segundo banco de dados foi obtido com o Instituto Clínica do Leite e continha resultados de análise de leite individual de 261 fazendas, de 2017 a 2020, localizadas majoritariamente em MG e SP.  Para objetivo 2, as MMQ anuais para teor de gordura e PBL do leite de tanque e para gordura, PBL e caseína do leite individual foram calculadas. As MMQ anuais foram comparadas com o teste Tukey (P < 0,05). Para os dados de leite de tanque, houve evolução apenas nos estados do Sul, onde a PBL aumentou em média 0,07 pontos percentuais, de 2017 a 2020. Para os dados de leite individual, em MG os teores de gordura (3,47 vs. 3,65%), PBL (3,33 vs. 3,40%) e caseína (2,58 vs. 2,65%) aumentaram. Em SP, os teores de PBL (3,32 vs. 3,44%) e caseína (2,58 vs. 2,69%) aumentaram. Concluindo o objetivo 2, fazendas que monitoraram os teores de sólidos do leite individual intensivamente conseguiram evoluir no período de 2017 a 2020, mas o mesmo não aconteceu com os teores de gordura e PBL do leite de tanque a nível nacional. Para o objetivo 3, o método cosinor, desenvolvido para testar a ocorrência de ritmos biológicos, foi aplicado. As MMQ mensais para teor de gordura e PBL foram calculadas e ajustadas a uma forma linear da função seno para cada período de 12 meses. Para todos os estados, em resultados de análise de tanque e individuais, o ajuste da cosinor foi significativo e melhor que o ajuste linear, quadrático ou cúbico para mês do ano. Os maiores teores de gordura do leite ocorreram em maio, sendo que a diferença média entre o maior e menor valor observado ao longo do ano foi de 0,35 unidades percentuais. Os maiores teores de PBL ocorreram em maio e junho, sendo que a diferença média entre o maior e menor valor observado ao longo do ano foi de 0,19 unidades percentuais. Concluindo o objetivo 3, estes resultados demonstram a existência de um ritmo biológico circanual nos teores de sólidos do leite produzido no Brasil, que deve ser considerado pela indústria leiteira.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - TATHYANE RAMALHO SANTOS GIONBELLI - DZO/FZMV (Suplente)
Interno - RAFAEL FERNANDES LEITE - UFSJ (Suplente)
Externo à Instituição - PAULO FERNANDO MACAHDO - ICL (Membro)
Presidente - MARINA DE ARRUDA CAMARGO DANES (Membro)
Interno - MARCOS NEVES PEREIRA (Membro)
Externo à Instituição - ALEXANDRE MENDONÇA PEDROSO - CARGILL (Membro)
Notícia cadastrada em: 01/02/2022 14:09
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