EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE L-ARGININA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA GLÂNDULA MAMÁRIA E DESEMPENHO DE FÊMEAS SUÍNAS
Aminoácido funcional. Lactogênese. Nutrição. Expressão gênica.
As fêmeas suínas modernas são altamente produtivas e apresentam uma elevada exigência nutricional, estratégias nutricionais têm sido amplamente estudadas com o objetivo de otimizar a eficiência produtiva dessas fêmeas e minimizar as consequências da alta produtividade. Dentre os nutrientes que participam de funções metabólicas importantes, destaca-se a L-arginina, um aminoácido funcional capaz de participar como substrato na formação proteica e de moléculas importantes como o de óxido nítrico. Alguns estudos apontam efeitos benéficos na utilização da L-arginina, no entanto alguns pontos ainda não estão esclarecidos como a influência da L-arginina na expressão de alguns genes importantes para o tecido da glândula mamária e a possível influência da posição da glândula sobre os resultados observados. Sendo assim, o objetivo do estudo do artigo 1 foi avaliar os efeitos da suplementação da L-arginina sobre parâmetros de desempenho, modulação nutricional do leite, expressão gênica e status redox da glândula mamária de fêmeas suínas lactantes. Foram utilizadas 24 matrizes suínas de mesma linhagem genética em uma granja comercial, localizada no município de Oliveira, MG. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com uma dieta controle (CON) e uma dieta suplementada com 1,0% de arginina (ARG), o aminoácido foi suplementado de forma on top, durante toda fase de lactação. Foram avaliados parâmetros de desempenho da fêmea suína e dos leitões, composição aminoacídica do leite, níveis de progesterona e prolactina sanguíneos, parâmetros do status redox e histologia no tecido da glândula mamária, expressão gênica de genes impor. Fêmeas alimentadas com L-arginina apresentaram menor consumo de ração e maior perda de peso durante o período de lactação. Leitões que amamentaram nas glândulas inguinais apresentaram menor desempenho ao desmame independente da dieta adotada. Não houve efeito da suplementação nos níveis sanguíneos de progesterona e prolactina no período de lactação. O perfil aminoacídico do leite não foi influenciado pela suplementação de L-arginina. O gene COX1 apresentou menor expressão de RNA mensageiro (mRNA) nas posições torácica e abdominal do tratamento com L-arginina, e o SLC27A4 foi mais expresso nas posições torácica e inguinal. A suplementação com L-arginina não afetou a proporção em área avaliada nas lâminas histológicas de tecido parenquimatoso, adipócitos ou vasos sanguíneos do tecido mamário. A capacidade antioxidante do tecido foi melhorada com a suplementação de l-arginina. Esses achados mostram que a suplementação de 1,0% de ARG em fêmeas lactantes aumenta a expressão da proteína transportadora de ácidos graxos e modula processos inflamatórios e a produção de prostaglandinas reduzindo a expressão de cox 1. Melhora o status redox do tecido da glândula mamária, porém não influencia no desempenho da fêmea e dos leitões bem como nas características do leite. O estudo 2 teve como objetivo revisar os dados de estudos que realizaram a suplementação da L-arginina em momentos chaves para o desenvolvimento da glândula mamária, sendo eles o terço final da gestação e a lactação. Vinte e um estudos foram selecionados e tiveram seus resultados sumarizados de forma a avaliar os efeitos da suplementação da L-arginina sobre parâmetros relacionados ao desenvolvimento da glândula mamária.