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Banca de DEFESA: RAFAELA CORRÊA PEREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAELA CORRÊA PEREIRA
DATA: 21/08/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS: DISCUSSÃO SISTEMÁTICA DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS RELACIONADAS COM A SAÚDE


PALAVRAS-CHAVES:

técnica agronômica, toxicologia, efeito metabólico, segurança alimentar e nutricional, cultivo orgânico.


PÁGINAS: 162
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Nutrição
RESUMO:

Os agrotóxicos estão presentes na produção da maioria dos alimentos no Brasil e no mundo. Seu uso em massa se iniciou na década de 1950 nos Estados Unidos na chamada “Revolução Verde”, com o objetivo de modernizar a agricultura e aumentar a produtividade de alimentos. Porém, com o passar do tempo, os estudos científicos passaram a comprovar, além da contaminação dos alimentos, do solo, das águas e do ar, seus efeitos tóxicos aos seres vivos. A análise crítica pelo aprofundamento em evidências científicas válidas e independentes, e o levantamento de limitações existentes nessas discussões são fundamentais para possibilitar a discussão de propostas e a aplicação de ações viáveis, capazes de atender as demandas populacionais por alimentos saudáveis ao mesmo tempo que se garanta a qualidade e a segurança à saúde e ao meio ambiente. Assim, esse material se propõe a reunir, de forma sistemática, evidências e discussões teórico-práticas disponíveis na literatura científica com os objetivos específicos de: (i) entender os efeitos do consumo crônico de resíduos de agrotóxicos pela alimentação para verificar se os limites máximos aceitáveis como seguros e os ensaios toxicológicos propostos pelos órgãos públicos e fabricantes são coerentes com as evidências científicas, destacando possíveis limitações e incoerências nos estudos; (ii) analisar o potencial de cultivos orgânicos como alternativa agronômica para a produção de alimentos mais saudáveis, seguros e de qualidade, tendo como enfoque a composição de substâncias bioativas; (iii) estudar alternativas e estratégias de curto prazo a serem aplicadas pelos consumidores para diminuir as concentrações de resíduos de agrotóxicos em alimentos; (iv) com base nas evidências e discussões obtidas nessas pesquisas, elaborar um material de cunho pedagógico, acessível para a população em geral e para profissionais, que sirva de apoio para a educação e formação consumidores mais críticos e autônomos quanto ao uso de agrotóxicos em alimentos, seus efeitos à saúde e alternativas para redução da exposição. Os resultados obtidos permitiram concluir que condições de consumo crônico de agrotóxicos, similar ao que a população está sujeita pelo consumo de alimentos contaminados com resíduos de agrotóxicos ao longo da vida, podem trazer efeitos deletérios à saúde. Esses efeitos foram ocorrentes em diferentes sistemas do organismo, sendo as principais evidências relacionadas à distúrbios dos sistemas nervoso, digestivo, cardiovascular e urinário. Na análise do potencial de cultivos orgânicos, os estudos demonstraram que o sistema de cultivo tem impacto na síntese de compostos bioativos, sendo cultivos orgânicos os que, em média, apresentaram maiores concentrações dessas substâncias, além de maior estabilidade oxidativa, destacando a importância do estímulo à produção desses alimentos como um dos pilares para a construção de práticas alimentares saudáveis e sustentáveis em oposição à agricultura convencional, pautada no modelo do agronegócio e na dependência no uso de agrotóxicos. Quanto às práticas domésticas de processamento, observou-se que a redução dos resíduos de agrotóxicos por técnicas como lavagem em água e soluções ácidas, alcalinas e detergentes, descascamento, homogeneização e cocção, pode ser estratégia eficaz para redução de resíduos de agrotóxicos. Em alguns casos, essas técnicas podem não ser eficazes. A cocção, por exemplo, além de levar a formação de metabólitos secundários de natureza desconhecida, pode promover a concentração do alimento pela remoção de água, fazendo com que os resíduos sejam concentrados no produto. Com esses resultados, pôde-se elaborar um material de cunho didático-informativo cientificamente embasado, que pode servir de apoio para ações de Educação Alimentar e Nutricional que têm como objetivo a formação de sujeitos autônomos e críticos em suas escolhas alimentares, ao mesmo tempo que contribui para atingir os objetivos das estratégias de promoção da Segurança Alimentar e Nutricional.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - MICHEL CARDOSO DE ANGELIS PEREIRA (Membro)
Interno - MARIANA MIRELLE PEREIRA NATIVIDADE (Suplente)
Externo ao Programa - CASSIANA REGINA DE GOES - DNU/FCS (Membro)
Externo à Instituição - ÉLIDO BONOMO - UFOP (Membro)
Externo à Instituição - MARCOS COELHO BISSOLI - UNIFAL (Suplente)
Notícia cadastrada em: 14/08/2020 18:51
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