Fatores associados à ruptura de ligamento cruzado em cães atendidos
em clínicas do estado de São Paulo
Doenças articulares, ligamento cruzado, articulação do joelho, epidemiologia da doença, indicador radiográfico
A doença do ligamento cruzado cranial (LCC) é uma causa comum de claudicação em cães. Este estudo tem como objetivo avaliar a frequência e os fatores de risco para doença do LCC em cães sob cuidados veterinários e descrever os aspectos clínicos. Para tanto, foi feito um estudo observacional do tipo caso-controle retrospectivo e prospectivo. A coleta de dados foi feita em clínicas e hospitais veterinários localizadas nas cidades de Atibaia, Guarulhos, Bom Jesus dos Perdões, Mairiporã, Franco da Rocha, Francisco Morato, Jundiaí, Jarinu, Cotia, Embu das Artes, Praia Grande, Santos, São Paulo capital e Itupeva, todas do estado de São Paulo. Foram levantados os atendimentos clínicos ortopédicos em cães com injúrias nos membros pélvicos nos anos de 2022 à 2023. Os diagnósticos foram feitos pelos exames radiográficos da articulação do joelho. Sendo os casos àqueles com diagnóstico de ruptura do LCC e como controles os que não tiverem. Foi realizada análise descritiva e teste qui-quadrado para analise univariada e regressão logística múltipla, considerando p<0,05. Como resultados, 1061 animais foram atendidos em consultas ortopédicas entre cães e gatos, destes 584 animais foram incluídos no estudo, por se cães com afecções em membros posteriores e com os exames clínicos e radiográficos registrados. Destes foram encontrados 221 casos com ruptura ou frouxidão do LCC (37,8%). Nesse estudo não foi observado diferença significativa entre sexos e nem sobre o lado do membro afetado. Sobre castração, 336 (57,7%) animais eram castrados, destes 67,9% foram positivos a RLCC e 246 (42,2%) não castrados, dando uma diferença significativa de 2,1 para os animais castrados, ou seja, um animal castrado tem 2,1 x mais chances de ter RLCC do que uma animal não castrado, independentemente da idade da castração, pois não houve diferença significativa entre idade da castração com o aparecimento da doença. Ainda sobre os casos, 68 (30,8%) foram encontrados em atendimentos clínicos por outros motivos, considerados como achados, destes achados foram 26 casos em fraturas de fêmur (11,3%), coluna 15 casos (6,5%fraturas em tíbia e fíbula (47%) e 6 (17,6%) em injúrias na de luxação da cabeça do fêmur e displasia coxofemoral. A média dos pesos dos animais com ruptura foi de 17,8 kg, superior à média de todos os animais atendidos (15,8kg), sugerindo que cães mais pesados podem estar em maior risco. A idade média dos cães com RLCC foi maior (60 meses) em comparação com os negativos (36 meses) reforçando a ideia de que a idade é um fator importante na predisposição à RLCC. Foi observado nas imagens radiograficas as imagens analisadas em projeção médio lateral do joelho flexionado com stress, que animais que apresentarem um indicador D.E.L acima de 2 pontos aumenta em 10 vezes o risco de RLCC, podendo variar entre 5 a 20 vezes (IC(OR)(95%).