PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE BACTERINAS AUTÓGENAS NO CONTROLE DA MASTITE POR Streptococcus agalactiae
CCS. Mastite bovina. Resposta imune. Vacina
A mastite é um processo inflamatório da glândula mamária em consequência da interação de fatores relacionados ao animal, patógenos e ambiente, geralmente decorrente da invasão microbiana da glândula mamária, principalmente por bactérias, mas também pode ser ocasionada por vírus, leveduras e algas. Dentre os principais patógenos, destaca-se a bactéria Streptococcus agalactiae, que determina índices elevados de casos clínicos, acarretando em decréscimo na quantidade e qualidade do leite produzido pelo animal ou rebanho infectado. Medidas de controle e formas de prevenção para a mastite bovina têm sido extensamente estudadas com objetivos a redução de novas infecções intramamárias e diminuição da duração dos casos existentes, principalmente a utilização de vacinas. Diante disto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar uma vacina autógena para o controle e prevenção da mastite bovina ocasionada por S. agalactiae. Foram utilizadas 45 novilhas gestantes, pertencentes a uma fazenda leiteira localizada na região Sul de Minas Gerais sabidamente negativa para S. agalactiae, por meio de culturas microbiológicas, aplicadas 2 doses de vacina pela via subcutânea com intervalo de 21 dias. O grupo experimental consistiu de 30 novilhas, e as 15 novilhas restantes, consideradas como grupo controle, vacinadas com vacina placebo (Soro fisiológico estéril de 5 mL). Previamente à vacinação, foi realizada a coleta de sangue de cada animal e coleta de leite para cultura de todos os quartos mamários de todos os animais, a fim de determinar aqueles que se encontram infectados e não infectados por S. agalactiae. As dosagens de imunoglobulinas anti S. agalactiae foram feitas por ensaios imunoenzimáticos (ELISA) indireto em todos os animais participantes do estudo, grupo experimental e controle. Devido à falta de testes ELISA comerciais, testes personalizados feitos especialmente para o objetivo do estudo foram projetados para determinar o nível de anticorpos nas amostras de sangue. Os dados foram analisados estatisticamente pelo Software R e pelo Software GraphPad Prism, onde p<0,05 foram considerados diferentes estatisticamente. Diferenciaram-se estatisticamente o grupo experimental antes da vacinação (D0) e após a segunda dose vacinal (D21) (p=0,0056) e o grupo controle não apresentou diferença significativa, antes e após a vacinação (p=0,3303). A vacina desenvolvida foi capaz de induzir a produção de anticorpos anti-S.agalactiae em novilhas. Estudos futuros devem ser realizados para avaliar a proteção efetiva desta vacina e a vacinação de rebanhos sabidamente infectados por S. agalactiae.